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Johnny acordou bem antes de Emma. Eles adormeceram no sofá do estúdio, os corpos colados um no outro para que ambos coubessem, ele não se sentia nem um pouco desconfortável. Na verdade adorava estar tão perto da morena, adorava estar com ela, não importa onde ou como, se estivesse com ela estava bem.

Não aconteceu nada demais na noite passada, Vanessa tinha contado cada detalhe da situação de Emma - ele a importunou para que contasse -, inclusive sobre os dois meses sem sexo - Vanessa deixou aquilo bem claro, muito, muito claro. Então eles se abraçaram, ela não o soltou um segundo sequer depois que sentou em seu colo, dando selinhos e beijos de cinco em cinco segundos. Ela repetiu diversas vezes o quanto sentiu saudade, e ele ficava cada vez mais tímido. Ele também sentiu saudade, desejou estar com ela todos os segundos dos minutos de cada hora de todos os dias que ela passou naquele hospital, mas simplesmente não conseguia.

Não se sentia digno de Emma, não era digno dela. Essa era a verdade.

Prometeu que a protegeria quer ela quisesse ou não, mas não fez. Não conseguiu. Sabia que a situação era ruim, mas não sabia que era tanto. Depois que Virgo, a governanta da mansão Petit contou o que tinha acontecido, ele precisou deixar a sala de espera por uns minutos e caminhar até o estacionamento. Enquanto preparava o cigarro e tremulava, sentiu o rosto ser molhado pelas lágrimas que tentou a todo custo evitar. Ele podia ter evitado aquilo, mas não evitou. Não fez absolutamente nada, e Emma se machucou.

A mais nova se mexeu no sofá, ficando de costas para Johnny e murmurando algo inaudível. Estava sonhando, e ele adorava as expressões engraçadas que ela fazia enquanto sonhava.

- Johnny... - Ele conseguiu entender e começou a prestar ainda mais atenção, mas ela não disse mais nada.

Ele suspirou e passou os braços ao redor de sua cintura, deixando uma das mãos sobre o ventre da menor e acariciando de leve. Ainda não tinha conseguido falar com ela sobre a gravidez, tudo o que sabia era o que Vanessa tinha dito: Emma só poderia abortar o feto daqui a dois meses, e ainda assim sua vida estaria em risco durante o procedimento. Ele não gostou de saber daquilo.

Na verdade a ideia do aborto em si não agradava. Ele era velho, e por mais que tentasse ser sempre mente aberta, ainda assim tinha algumas ideias antigas. Ele não gostava da ideia de abortar um feto, mas respeitava o direito individual de escolha, e tinha consciência de que era direito dela decidir o que faria com o próprio corpo, ainda mais diante das circunstâncias. E ele com certeza apoiaria a decisão de Emma, estaria ao seu lado e faria questão que o procedimento fosse feito pelo melhor profissional da área. Ela precisava ficar segura.

Pensou no ocorrido de semanas atrás quando disse que não queria outra criança e Emma havia ficado estranha. Ela disse que também não queria engravidar, e era por isso que tomava o anticoncepcional, mas será que era realmente isso? Talvez ela desejasse ser mãe, sim, mas alguma coisa a preocupasse. E, se fosse assim, então Johnny não se importaria em ter outra criança. Se Emma por acaso quisesse levar a gestação adiante, coisa que ele duvidava que fosse acontecer, ele não teria problema algum em registrar a criança como sua. Ele diria aos quatro ventos que o bebê era seu, que ele era o pai biológico, e sabia que ia se prejudicar com isso. Seria ainda mais atacado por todos, mas Emma estaria segura. Ninguém saberia a verdadeira origem da criança, se isso fosse o que a morena desejasse.

- Hummm... Bom dia! - Emma bocejou e coçou os olhos, encarando Johnny com um sorriso e colocando sua mão sobre a de Johnny, que ainda acariciava sua barriga. - Adormeci sem perceber, desculpe.

- Bom dia, pequena. - Johnny tocou os lábios dela com os seus num selinho breve que fez Emma abrir ainda mais o sorriso. - Não se preocupe. - Ele deu outro selinho, puxando Emma para cima de seu corpo e afundando a mão em sua nuca, transformando o selinho em um beijo.

daddy issues; Johnny DeppOnde histórias criam vida. Descubra agora