Na manhã do dia seguinte, Emma ligou para seu motorista e pediu para que ele fosse buscá-la na casa de Johnny, antes que o mais velho acordasse. Lily praticamente implorou para que a amiga ficasse, ou que pelo menos explicasse o motivo de estar tão estranha, mas Emma insistiu na história de que estava enjoada. Não queria causar mais problemas para Johnny, agora que ele tinha lhe dito com todas as letras que queria ela o mais longe possível dele, e que não era bem vinda ali.
O percurso de volta para a sua casa foi agonizante. Se martirizava pelo que houve, queria ter ficado calada. Se não tivesse aberto sua boca estúpida, provavelmente agora estaria de conchinha com o Depp. Ou talvez ele estivesse limpando seus machucados e trocando o curativo. Ou não. Talvez depois de usar seu corpo, ele a tivesse deixado sozinha na sala, e agora estariam fingindo que nada aconteceu. Seja lá o que fosse, qualquer um dos cenários era melhor que o que Emma se encontrava.
— Pode levar a mala para o meu quarto, por favor? — Pediu ao motorista assim que este abriu a porta e lhe ajudou a descer. Ele obedeceu sem delongas, e Emma suspirou, encarando a enorme construção a diante. Sua casa, mas não seu lar. Nunca o seu lar.
Observou sua própria roupa antes de entrar, temendo o que seu pai diria ou faria. Estava com a mesma roupa de ontem, e a parte de cima do biquíni agora continha sangue seco. Emma concluiu que precisava se trocar antes de encontrar seu pai mas, assim que pôs os pés dentro de casa, seus planos foram por água a baixo ao ouvir a voz grave de seu pai ecoar o ambiente.
— Para o meu escritório, Emma. — Ela engoliu em seco, apertando o tecido de seu short e mordendo o lábio. Se encolheu com a ordem que veio a seguir: — Não ouse me deixar esperando.
Emma ouviu a porta do escritório de seu pai bater e, como um cachorrinho com o rabinho entre as pernas ela adentrou o cômodo, rezando para todos os deuses que ele não estivesse com um humor tão péssimo.
— Bom dia, papai. — Parou de frente para a escrivaninha, de cabeça baixa e o tom de voz manso.
— Sente-se. — Ela obedeceu, e ele levantou de sua poltrona. Aquele simples ato fez todo o corpo de Emma estremecer. — Onde você estava, meu tesouro?
— Passei o fim de semana na casa de Lily-Rose com... O irmão e pai dela... — O mais velho soltou um resmungo descontente, e ela sobresaltou, assustada. — O senhor não estava, deixei o recado com uma das empregadas.
— Eu não recebi o recado. — Emma sentiu seus olhos começando a marejar, e os fechou, respirando fundo.
— Me perdoe.
— E o sangue? Voltou a se machucar?
— N-Não! — Abriu os olhos, finalmente encarando seu pai. — Eu juro, foi um acidente! Viu? — Mostrou a mão machucada, o curativo tinha afrouxado e caido. — Derrubei um vidro, eu não me machuquei de propósito. Eu-
Emma não pôde continuar a se explicar, pois foi interrompida pelo forte tapa que seu pai desferiu em seu rosto. As lágrimas escorreram, e a ardência se espalhou por toda a sua bochecha. O homem segurou os cabelos de sua nuca e a puxou, fazendo se levantar, sem se importar com a dor que a filha sentia.
— O que eu te falei sobre garotas mentirosas?
— Que elas merecem ser castigadas. — Disse num sussurro fraco, incapaz de mover um só músculo para se defender dele.
— Isso... Boa garota. Ao menos não é burra ao ponto de esquecer disso. — Ele jogou-a com tudo, fazendo a menor cair de joelhos no chão. Ao invés de se levantar, ela se curvou e abaixou a cabeça, chorando. — Tesouro, você foi agraciada com um corpo perfeito, por que manchar sua pureza?

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daddy issues; Johnny Depp
FanfictionOnde Johnny Depp está passando por um momento turbulento e procura desesperadamente algo que o faça sentir vivo; Ou Onde Emma Petit é uma jovem problemática com uma relação familiar complexa, e procura incessantemente por validação. +18//¡Alerta de...