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Johnny afundou a mão na nuca dela, entre o emaranhado de fios dourados e ondulados, aproximando o rosto manhoso do seu e tomando para si aqueles lábios rosados e carnudos.

A loira gemeu entre o beijo ao sentir o Depp invadi-la por inteiro, de uma vez só, e mordeu o lábio dele com força. Sentiu o gosto metálico do sangue em sua boca, soltou um risinho e olhou nos olhos do mais velho, que disse num tom extremamente bobo e apaixonado:

— Eu te amo, Amber.

•°• ✾ •°•

Johnny acordou num sobressalto, com o corpo pingando de suor e a respiração descompassada. Também tinha uma ereção no meio das pernas, por isso praticamente correu para debaixo do chuveiro. Queria se livrar o mais rápido possível da ereção e de todas as memórias que vieram em formato de sonho, por isso deixou a água congelante cair em sua cabeça como se aquilo bastasse para se livrar de seu passado.

Infelizmente não deu certo.

Quando ele entrou no roupão e voltou trêmulo para o quarto, ele ainda pensava em Amber e seu corpo bonito, sua voz aveludada e seu beijo gostoso. E também de uma série de outras coisas não tão boas assim. Os gritos, ciúmes obsessivo, as brigas, o choro falso e manipulador, os tapas, chutes, empurrões, socos... Os objetos arremessados e as proibições toscas, além das traições, mentiras, acusações e toda a coragem em jogar fora todo o amor que Johnny havia lhe dado.

É, doía. Doía tudo, não só o coração, como todo o resto do corpo, principalmente a cabeça. Mesmo quando ele se vestiu, deitou na cama e tentou pegar no sono outra vez, a dor não o abandonou. Ele não conseguiu dormir, então decidiu ir até a cozinha e beber um copo d'água. Passavam das cinco da manhã, mas o sol ainda não tinha dado nenhum sinal. Johnny desceu as escadas coçando os olhos e entrou na cozinha, pegando um copo de vidro e enchendo com água da torneira. Antes de dar o primeiro gole, fixou o olhar na porta de vidro entreaberta que dava para a área da piscina.

— Não acredito que esqueci essa merda aberta... — Resmungou, deixando o copo sobre o balcão e se aproximando da porta. Antes de fechar, ouviu o barulho da água e arqueou as sobrancelhas.

Ou era um ladrão, ou uma das crianças estava dando um mergulho noturno. Os dois eram opções terríveis, já que se fosse a segunda opção, eles possivelmente ficariam resfriados. Encarou o montinho de roupas jogadas numa das espreguiçadeiras e suspirou, tendo sua resposta.

Ele se aproximou, ficando em pé na ponta da piscina e encarando a imagem falhada debaixo d'água. O corpo de moveu até o lado onde Johnny estava, tocou a beirada da piscina, emergindo e puxando o ar com força. Seus olhos se cruzaram com os de Johnny e Emma sorriu, encolhendo os ombros.

— O que está fazendo aqui? — Perguntou a olhando de cima.

— Tive um pesadelo. — Ela respondeu, simplista. — E você?

Johnny tombou a cabeça para o lado, pensando se devia ou não contar.

— É. Pode-se dizer que eu também tive um.

— As vezes tomar um banho de água fria ajuda. — Sugeriu, e Johnny soltou uma risada curta, cruzando os braços.

— Também pensei nisso. Preferi o chuveiro.

— Não queria acordar Lily-Rose.

— Touché. — O mais velho reconheceu, e Emma piscou. — Mas agora você provavelmente vai ficar resfriada.

daddy issues; Johnny DeppOnde histórias criam vida. Descubra agora