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Johnny acordou com os raios solares que invadiam o quarto pelas brechas da cortina, e logo praguejou. Fez uma careta enquanto coçava os olhos, e encostou as costas na cabeceira. Levou uns minutos para assimilar onde estava, e o que estava acontecendo. Num momento de desorientação, olhou para o outro lado da cama buscando seu amor, uma cabeleira loira e ondulada ali, mas logo caiu na real.

E que realidade amarga. Seu "amor" era uma bruxa, uma manipuladora sem sentimentos. Pelo menos não tenho mais que vê-la diariamente; pensou enquanto pegava o maço de cigarros na cômoda. Embora não soubesse ao certo se era mesmo melhor não ver Amber todos os dias, não ter mais que conviver com suas mudanças de humor e com sua agressividade. A verdade, é que mesmo irritado, mesmo odiando sua ex mulher, Johnny talvez ainda sentisse algo.

Ele gostava de sofrer, lá no fundo.

- Porra... - Murmurou, sentindo a fumaça entre seus dentes. Ele ouviu gritos, gargalhadas de longe.

Seus filhos estavam no andar de baixo enquanto ele se lamentava, trancado em seu quarto e enchendo os pulmões de fumaça. Era deprimente. Se fosse para manter aquela atitude, sequer devia ter voltado para a França.

- Para, Lily! Ah, eu não quero me molhar! - Ele ouviu a voz melodiosa e distante de Emma, e imediatamente encarou suas pernas, arregalando os olhos. Tinha acabado de lembrar da noite passada, e ainda não conseguia acreditar que realmente tinha acontecido.

Não acreditaria, não fosse pelas marcas das unhas afiadas da garota, que marcavam suas coxas. Imediatamente ele apagou o cigarro e bateu a nuca contra a cabeceira, xingando tudo e todos. Como pôde? Como pôde deixar que aquela criança fizesse aquilo? Ela era um feto! E pior, era melhor amiga de sua filha!

Como iria encarar Emma Petit agora? Como iria encarar a garota durante todo o fim de semana? Ou, pior, como iria encarar sua filha depois do que aconteceu?

Johnny levantou e vestiu uma calça, se aproximando da janela. Lá embaixo, Lily e Jack brincavam na piscina jogando água um no outro. Emma não estava a vista, e ele agradeceu por aquilo. Sua gratidão não durou muito, pois quando ouviu batidas em sua porta sentiu o sangue gelar.

- Tio Johnny? Está acordado? - A voz de Emma estava abafada do outro lado da porta, e ela logo bateu mais algumas vezes. - Johnny? Vou entrar.

Ele ouviu a porta ranger, e correu para empurrar e passar a chave, mas era tarde demais. Estava frente a frente com Emma mais uma vez, mas agora, sóbrio. E infelizmente estar sóbrio não deixava ela menos atraente.

Emma estava usando a parte de cima de um biquíni branco, um short jeans minúsculo e meias brancas. Não entendeu o porquê das meias brancas, mas não ia questionar, apenas dava graças a todos os deuses por ela não estar com a parte de baixo do biquíni a mostra, pois a parte superior já era bastante provocativa.

- Bom dia! Quer dizer... Boa tarde! - Ela abriu um sorriso inocente e coçou a nuca. - Lily me pediu para vir ver se o senhor estava vivo.

O Depp não acreditava no que estava acontecendo. Em nenhum dos cenários que imaginou, Emma simplesmente agiria como se nada tivesse acontecido, mas ali estava ela. E, se ela já estava facilitando seu trabalho, então ele também devia simplesmente... Seguir o fluxo?

- Poxa, já é tarde? Não pretendia ter dormido tanto... Desculpe preocupar vocês. - O homem coçou a barba e abriu um sorriso meio sem jeito, tentando manter os olhos no rosto da garota.

- Eu fiquei preocupada, mas Lily-Rose disse que o senhor dormia como uma pedra, então não devia me preocupar. - Suas palavras entravam e saiam da cabeça de Johnny com a mesma facilidade. Ele não conseguia se concentrar com ela daquele jeito, e tão perto de si. Por um deslize seus olhos desceram de seu rosto, passando pelo pescoço e ombros, mas não pararam em seus seios. Ao invés disso, sua atenção foi tomada por marcas quase invisíveis em seus braços.

daddy issues; Johnny DeppOnde histórias criam vida. Descubra agora