daddy issues; Johnny Depp

0.6

Fazia frio, a neve caia com tudo do lado de fora da cafeteria. Era só mais um dia de inverno comum em Nova Iorque, onde todos andavam/corriam para lá e para cá, apressados, ocupados, mas não Johnny - pelo menos não naquele momento. Ele observava a movimentação enquanto bebericava um café e, vez ou outra, checava o relógio de pulso.

Tinha investigado por atualizações no feed. Aquele café era um local que ela costumava frequentar diariamente, ele só não sabia ao certo o horário.

Tinha estado ali no dia anterior, e no anterior ao que passou, sempre em horários diferentes. Sentava na mesma mesa, pedia as mesmas coisas: café e bolo. Então passava horas ali, esperando ansiosamente que ela aparecesse com aquele sorriso doce e o olhar gentil. As vezes um fã ou outro o reconhecia, as vezes vários, mas ele pensava que tudo valeria a pena se, no fim, visse ela.

Bom, parecia que aquele seria mais um dia perdido.

Johnny levantou e deixou alguns dólares sobre a mesa, buscando seu casaco e o vestindo. Quando estava prestes a ir, ouviu o sino da porta ecoar no ambiente, indicando um novo cliente. E lá estava ela, linda como sempre. Parecia ter tido um dia difícil, estava com a expressão cansada, mas ainda assim era perfeita. Johnny paralisou. Ela pediu o cardápio e tirou o casaco e, quando se virou para procurar uma mesa, o viu. Ela o viu e sorriu.

- John! - Só ela o chamava de "John". Se aproximou rápido, abraçando e lhe beijando a bochecha. - Não sabia que frequentava esse café. Que pena que você já vai, podíamos marcar para comermos algo juntos.

- Na verdade, não vou. - Ele disse, sem jeito, coçando a barba.

- Ah, não?

- Não. Quer dizer, eu ia. - Disse sem jeito. Sempre ficava sem jeito perto dela. Ele a observou passar as mãos pelos cabelos loiros e ondulados, e sorrir timidamente. - Mas eu acho que quero mais um café. Quer sentar comigo? - Perguntou, puxando a cadeira para que sentasse. Ela sorriu, e o coração de Johnny aqueceu.

- Vai ser um prazer.

•°• ✾ •°•

Johnny acordou com um cascudo na cabeça. Abriu os olhos e deu de cara com Marilyn, gritou, assustado, e consequentemente acordou Emma, que sentou na cama e olhou para os lados. Seus olhos estavam arregalados. Quando Johnny notou que ela ainda estava apenas de calcinha, ele abraçou seu corpo e a puxou para perto, encarando o amigo com raiva.

- Que porra! Brian, o que você está fazendo aqui?!

- O que eu estou fazendo? Já viu que horas são? Eu passei o dia todo mandando mensagem e ligando, e você sequer deu sinal de vida! Eu pensei que tinha morrido.

Emma se encolheu e, mesmo que os braços de Johnny impedissem Marilyn de ver seus seios, ela ainda assim puxou o edredom até o pescoço, enfiando o rosto no ombro de Johnny.

- Não precisa se esconder, boneca. Tive bastante tempo de ver esses seus peitinhos antes dos pombinhos acordarem.

Johnny ameaçou se levantar para dar uma bofetada no amigo, só não fez isso porquê a menor o puxou pela camisa, tremendo de vergonha.

- Some daqui! Anda, vaza. - Marilyn deu a língua para Johnny.

- Estou esperando na sala, não demore! - Cantarolou a última parte e saiu do quarto, deixando a luz acessa.