Johnny voltou antes que o sol nascesse. Tinha desligado o celular, mas não se surpreendeu quando ligou o aparelho e viu os milhões de ligações e mensagens que Marilyn tinha enviado. Ignorou tudo, estava puto com o amigo. Brian não tinha esse direito, e Emma era uma vagabunda mesmo, ainda bem que tinha consciência daquilo, assim ele não precisaria jogar em sua cara.
Ele desconsiderou completamente a parte em que deixou bem claro que não se importava com Emma. Mesmo tendo dito aquilo, eles - Marilyn e Emma - não deviam ter ficado. Ela devia saber disso. Só de imaginar o amigo fazendo aquilo que ele ainda não tinha feito, explorando o corpo de Emma e fazendo ela arfar, gemer e gritar...
Porra, ele ia quebrar a cara de Marilyn.
Entrou na casa e foi direto para seu quarto, em silêncio. Não queria ver Emma, ou não controlaria a língua. Possivelmente expulsaria ela de sua casa outra vez.
E ele sabia que se arrependeria no mesmo segundo.
Por isso, seu plano era evitar Emma até que seus filhos chegassem. Sabia que, com eles por perto, não corria o risco de dizer algo para a mais nova. Infelizmente seus planos foram destruídos quando ele viu a porta de seu quarto entreaberta, e a luz acessa.
Emma estava encarando o teto do quarto, com as pernas sobre a cama de Johnny e as costas no chão.
— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou jogando as chaves do carro sobre a cama. Emma levantou e prendeu o cabelo num coque, sentando na ponta do colchão e o encarando.
Parecia ter chorado, pois seus olhos e nariz estavam bem vermelhos, mas ele tentou não deixar que aquilo o abalasse.
— Eu quero conversar.
— Vá para o quarto de Lily. Não tenho nada para falar com você. — Disse e seguiu para o banheiro, mas Emma o acompanhou e impediu que ele trancasse a porta.
— Por favor, não me odeie. — Seu tom de voz era contido, mas conseguia ver o desespero no olhar da morena.
Ela estava se segurando para não cair no choro outra vez.
— Aquilo com o Marilyn...
— Vá dormir, eu não quero falar sobre isso. — Johnny queria fechar a porta, mas ela estava bem no meio, impedindo. — Eu não me importo com quem você fodeu, Emma. Não sou nada seu.
Era verdade, mas ainda assim machucou. Emma desviou o olhar de seu rosto para seu pescoço, notando as manchas de batom vermelho, e abaixou a cabeça.
— Estava acompanhado?
— Não vou falar sobre isso com você. — Johnny bufou, desviando o olhar. Tinha tentado descontar sua raiva deitando com uma prostituta com sotaque inglês que encontrou em uma esquina, mas não conseguiu. Na verdade, só ficou mais bravo ainda quando percebeu que não ficaria satisfeito se não fosse Emma ali. Ele não conseguiu se interessar pela mulher, não fluiu. — Você é só uma criança. E, como tal, faz escolhas idiotas.
— Brian não falou com você?!
— Mandou mensagens, mas não vi. Por favor, Emma... Saia. — Estava se segurando para não gritar com a morena, dizer algo que se arrependeria, mas não estava sequer conseguindo olhar para ela sem que seu estômago embrulhasse.
— O que você tem contra um diálogo? Eu só quero esclarecer as coisas!
— As coisas estão muito claras para mim, Emma. Você é impulsiva e mimada, gosta de beber e se drogar, e se fazer de vítima. — Ela sentiu uma dor no peito quando Johnny disse aquilo. Ela não se fazia de vítima. Tudo o que mais odiava era aquilo, estar como vítima, não poder se salvar. — Mas não tem como se fazer de vítima agora! Você deu para o Marilyn, e isso foi escolha sua, você não foi forçada a nada! Você é uma vaga...
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daddy issues; Johnny Depp
FanfictionOnde Johnny Depp está passando por um momento turbulento e procura desesperadamente algo que o faça sentir vivo; Ou Onde Emma Petit é uma jovem problemática com uma relação familiar complexa, e procura incessantemente por validação. +18//¡Alerta de...