Emma acordou numa cama macia com o cheirinho de Lily-Rose, e abriu os olhos. Era o quarto de Lily na casa do pai, e ela praticamente pulou da cama quando notou aquilo. Estava desorientada, não lembrava de quase nada da noite passada. Ao tentar levantar com tudo, sua visão ficou turva e ela quase desmaiou, mas conseguiu se sentar na cama e respirar fundo, contando mentalmente até dez e tentando normalizar a visão. Sentia uma forte dor de cabeça, e só piorou quando ela começou a lembrar dos acontecimentos. Não sabia exatamente como, mas aparentemente tinha ido parar em um lugar esquisito com três caras bastante "prestativos". Se ofereceram para pagar bebida quando notaram que ela estava se drogando, e ela aceitou. Depois disso ela só lembra de uma briga, de estar vomitando e de ver Johnny, de discutir com ele... e só.
E agora estava na casa dele. Não sabia que horas eram, ou onde estava seu celular. Estava cheirando a vômito e tinha perdido os sapatos. Emma levantou, dessa vez não sentiu que iria apagar. Ela andou até o espelho e viu o quão horrível estava, era um desastre!
Ela lembrou dos homens apalpando seus seios e enfiando a mão em sua calcinha, e que Johnny viu aquilo, e sentiu vontade de afundar a cabeça no chão. Não conseguia acreditar naquilo, nas coisas que fazia quando estava louca. Louca e triste. Sentou-se no chão, na frente do espelho, e abraçou seus joelhos. Lembrou do que o pai fez na manhã passada, e começou a chorar. Ele prometeu que não faria mais. Quando ela completou a maior idade e ameaçou ir embora, disse que não aguentava mais acordar machucada todos os dias, ele implorou para que ela ficasse. Jurou que não faria mais aquilo, mas ele mentiu. Ele fez, e foi pior que das outras vezes.
Emma queria morrer. Queria rasgar sua garganta e deixar o sangue manchar o tapete rosa claro de Lily-Rose. Queria sentir a vida deixando seu corpo, queria acabar com toda aquela dor e desespero... Ela estava pensando em milhões de formas de acabar com aquilo tudo, quando seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta abrindo. Ela se encolheu, ouviu os passos apressados e sentiu a presença e Johnny perto, agachado do seu lado.
— Você está passando mal? — Ela balançou a cabeça em negação, tentando esconder que estava aos prantos.
Johnny não tinha conseguido dormir. Tinha passado a noite toda visitando o quarto da filha, pois queria ter certeza de que Emma não passaria mal, não vomitaria outra vez. Tinha ido ver se ela estava bem mais uma vez, e encontrou ela encolhida no chão. Sua alma quase saiu de seu corpo de tanta preocupação.
— Emma. — Chamou, mas ela não respondeu. — Emma, pode olhar para mim? Por favor?
Passados alguns segundos do pedido, ela levantou a cabeça e olhou Johnny, mas estava tão envergonhada que voltou a esconder o rosto.
— Me perdoa... Eu já vou pedir um carro e ir embora. — Ela sussurrou antes de cair no choro outra vez. Johnny suspirou e colocou a mão sobre sua cabeça, fazendo uma breve carícia.
— Não posso deixar você ir embora nesse estado. Você precisa de um banho. — Ele levantou, indo até o guarda roupas da filha e escolhendo uma roupa fácil de pôr; um vestido. — E de um bom café da manhã. Pegue, tome um banho e desça, vou preparar algo.
Ela segurou o vestido, ainda sem encarar o mais velho, e ouviu seus passos se afastando e o som da porta fechando. Encostou a cabeça nos joelhos e mordeu os lábios com força. Era tão idiota, ele devia estar louco para se livrar dela. E quem não estaria, não é? Ela era um fardo, realmente muito difícil de ter por perto.
Emma levantou e se livrou das roupas e se olhou no espelho. Observou as cicatrizes em suas coxas e suspirou. Elas eram o motivo de não colocar um biquíni sem o short. Estavam lá há muito tempo, mas por falta de colágeno tinham se transformado em quelóides, ou seja, cicatrizes vermelhas meio arroxeadas que pareciam nunca se curar. Ela as odiava, mas sempre que as via sentia vontade de cortar de novo, ainda mais fundo.
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daddy issues; Johnny Depp
FanficOnde Johnny Depp está passando por um momento turbulento e procura desesperadamente algo que o faça sentir vivo; Ou Onde Emma Petit é uma jovem problemática com uma relação familiar complexa, e procura incessantemente por validação. +18//¡Alerta de...