Capítulo 7

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- Acho que a Desirée já lhes contou sobre os túneis não é mesmo, mas o que ela não lhes contou... – Disse, se abaixando e sussurrando em sua orelha – É que são os pesadelos que controlam os trens, e que é possível mudar algumas rotas de um túnel para o outro.

- Quer dizer que...

- Que até os que não sofrem também devem vir para cá... Sim... eu pedi para que eles mudassem as rotas dos trens, para que sempre pudesse mandar mais e mais crianças para mim, não é lindo? Eu possofazê-las me amarem,  dar tudo que elas querem,fazê-las felizes...

- Mas isso é errado!!! Você não pode obrigar ninguém a te amar, muito menos ameaçar quem vai contra as suas ordens!!! Você nunca conseguiu ser amada, e quando tentou só piorou as coisas, você nunca quis se sentir sozinha, mas elas também não podiam continuar vivendo assim! Você nunca pensou como eles se sentiram?!!! Como as famílias deles se sentiram?!!!Você nunca vai parar não é mesmo? – questionou Maria Antonieta, até que Madame Agatha a esbofeteou.

- Chega! Você fala demais! E então, ainda acha que estou mentindo? –Disse, enquanto Maria Antonieta não expressava nenhuma palavra – Acho que sua expressão facial diz tudo...Fobos!

Por fora calma, mas por dentro extremamente assustada Maria Antonieta tentava não reagir, enquanto Fobos se aproximava de seu corpo e Madame Agatha apenas balançava com a cabeça como se quisesse dizer “poderíamos ter feito do jeito certo querida, mas agora você vai sentir a pior sensação da sua vida”, ao se aproximar, Fobos estava pronto para fazer o pior, mas Madame Agatha apenas lhe disse:

- Toque a testa dela...

Ao sentir o toque Maria Antonieta fechou os olhos para não ver o que ia acontecer, e quando acordou percebeu que não estava mais no mesmo lugar com seus amigos, ela estava em um ambiente completamente escuro, sem um raio de luz, era como se ela estivesse presa em uma espécie de ilusão, logo o ambiente começou a se iluminar, e o ambiente escuro logo se mostrou como a sala de estar da mansão da Família Chevalier, ao ver a sala, Maria Antonieta pensou que tudo não havia passado de um sonho e que conseguiu voltar para casa, e ficou muito feliz com o que viu, mas percebeu que a sala estava vazia, e tudo estava silencioso, e resolveu procurar por sua família.

- Mamãe!!! Papai!!! Tia Simone!!! Bijoux!!!

Ela corria por todos os cantos, com esperança de que ainda estivessem vivos, e que até sua cachorrinha também estivesse por lá.

- Sou eu, Maria Antonieta!!! Eu voltei!!! Eu voltei!!!

Por último ela chegou até o escritório, onde encontrou seu pai,de costas para uma estante de livros, apenas a observando. Ela estava tão feliz com o que via que mal sabia que o que iria acontecer seria muito assustador.

- Papai!!! – Disse ela correndo para abraça-lo – Papai!!! Estou tão feliz em vê-lo!!! Onde estão a mamãe e a Tia Simone?

O pai não se virou, muito menos expressou alguma reação, permaneceu parado, sem responder, fazendo a pensar que talvez ele estivesse se recuperando dos momentos ruins, e esperando o momento para falar as coisas certas.

- Ah! Me desculpe, eu sei que o senhor ainda deve estar pensando no que vai me dizer...Mas papai o senhor não vai acreditar no que me aconteceu! Eu tive um sonho onde eu estava num lugar diferente e mágico, e eu tinha amigos, e tinha uma mulher muito má e...e muitas coisas, mas parecia tão real papai...
Ao perceber que ele não reagia, ela estranhou e tentou se aproximar um pouco dele.

- Papai...

- Você...nunca deveria ter voltado! – Disse Jacques.

Ao ouvir aquilo, Maria Antonieta deu um passo para trás, e ficou surpresa, ela achou que o pai ainda estivesse chateado com ela, e que vê-la de novoseria um erro, mas ainda tentou lhe dizer o que havia lhe acontecido.

- Como assim papai? O senhor...o senhor ainda está chateado? Papai o senhor não faz ideia para onde eu fui parar!!! Eu não fui para a Suíça, eu fui para Marda Bardim!!!E fui para um internato onde a dona é uma criminosa, ela tentou nos matar, eu e os meus amigos, e além disso...

- Você nunca deveria ter voltado Maria Antonieta... – Disse, virando se para ela –Eu não sei por onde começar...Você nos envergonha... – Disse, até que se aproximou dela e a esbofeteou.

- Papai... papai pare... – Dizia Maria Antonieta assustada, enquanto esta corria, e seu pai caminhava lentamente até ela para lhe dar outra surra.

- Você não merece fazer parte desta família...você é a desgraça da Família Chevalier...Como voltou para casa...?

Ao tentar fugir de seu pai, Maria Antonieta acabou esbarrando em sua mãe, e embora estivesse com medo de levar outra surra, também ficou feliz em vê-la, mas quandotentou pedir ajuda a sua mãe, não imaginava que a reação seria a pior possível.

- Mamãe!!! Eu...eu sei que tenho muitas coisas para te dizer, mas é agora o papai... – Disse Maria Antonieta, até que sua mãe a segurou pelo braço, e a jogou no chão.

- Mamãe... – Disse, espantada.

- Seu pai tinha razão...como eu fui idiota...onde eu estava com a cabeça... – Disse Natalie.

- Não mamãe! A senhora não! – Dizia fugindo da mãe.

- Te defender daquela forma...Eu acreditei cegamente que era só uma fase...não sabe o quanto eu me senti mal com os comentários dos nossos amigos...

- Mas foi a senhora...

- Eu menti...eu menti, bonequinha! – Disse friamente – Você não pode ser minha filha...você não é como as outras garotas...sabe? Eu gostaria de poder te entender, mas não dá...

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora