Capítulo 10

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Horas depois, a senhorinha aconselhou Maria Antonieta a dar uma volta sozinha pelos corredores, até que uma enfermeira aparecesse. E foi como ela disse, a mesma enfermeira que estava “cuidando” da jovem sonhadora, lhe abordou, e enquanto ia em sua direção, seu rosto deixava escorrer uma pequena gota de suor, e ao mesmo tempo fingia que estava tudo bem. A enfermeira acariciou seus cabelos, lhe dizendo que estava a sua procura, e como estava se sentindo. Maria Antonieta apenas respondeu que estava bem, e que quis observar um pouco o jardim, pois segundo ela, estava se sentindo entediada. A enfermeira também lhe perguntou se ela havia conversado com alguém, mas Maria Antonieta foi mais esperta e lhe disse que passou a maior parte do seu tempo sozinha, conhecendo o lugar, que para ela era grande e cheio de gente “interessante". Ela poderia ter até conseguido convencer a enfermeira, mas a mesma a levou de volta para o seu quarto lhe dizendo para tomar outra pílula. A senhorinha que havia ficado escondida, observou os olhares de socorro da jovem sonhadora, e a seguiu cuidadosamente, e no momento em que a enfermeira foi pegar a pílula, ela chegou por trás e a acertou na cabeça, com a jarra. Por sorte ela desmaiou, Maria Antonieta ficou boquiaberta, e elogiou a postura da senhorinha. O próximo passo era retirar mais rápido possível o uniforme da enfermeira e disfarçar a jovem sonhadora, que logo prendeu seus cabelo, e se vestiu, ao terminar, ela e a senhorinha seguraram a enfermeira ainda inconsciente, e a vestiram com suas roupas, e por fim, a trancaram no armário de roupas. Ao sair pela porta a senhorinha lhe pediu para que se apressasse, e ainda lhe deu um último conselho:

-Preste atenção! Ela não irá ficar naquele estado por muito tempo,então siga essas ordens: não faça expressões negativas, não olhe nos olhos de ninguém,e nem corra, isso pode chamar a atenção, fique calma e haja naturalmente, ande rápido, este lugar é enorme mais continue caminhando, eu não poderei ficar ao seu lado todo momento, mastenha certeza de que vou com você até o fim, se alguém lhe abordar diga que está com pressa, e se continuarem, seja firme e diga “Não insista!”, procure pela primeira saída que encontrar, nos fundos ou na frente, qualquer uma resolverá, e quando sair, continue andando até se afastar, quando estiver o mais longe possível do hospital, corra o mais rápido que puder, se esconda também se for necessário, não tire seu disfarce, até achar que é seguro, e o resto...é com você! – Disse, enquanto caminhavam.

Ao chegarem na saída – que ficava nos fundos do hospital – Maria Antonieta seguiutodas as instruções da porta para fora, e vendo que parecia estar tudo bem se afastou o mais rápido daquele lugar, enquanto a senhorinha comemorava. Porém o plano deu errado: No momento em que a jovem sonhadora estava conseguindo fugir, a senhorinha pode perceber os gritos da enfermeira, que já havia recuperado a consciência, enquanto torcia para que Maria Antonieta não fosse pega.

- Peguem-na! Peguem a Senhorita Chevalier!!! – Gritava a enfermeira, enquanto corria – Ela está fugindo!!! Está com minhas roupas!!! Peguem-na!!!

- Pelo amor de Deus, garota, espero que já esteja longe... – Torcia a senhorinha.
A situação também não estava boa para Maria Antonieta, não demorou muito para ser descoberta, enquanto andava calmamente, ela acidentalmente esbarrou em outra enfermeira, que logo de cara, a reconheceu. Ela tentou enganá-la, mas não obteve sucesso, a enfermeira a segurou pelo braço, mas por sorte Maria Antonieta conseguiu empurrá-la e correr.

- É ela!!! Ela está aqui!!! É ela!!! É a Senhorita Chevalier!!! Ela está fugindo!!!! Está disfarçada!!!!

A maré de azar de Maria Antonieta só estava prestes a começar, por mais que não tenha sido apanhada logo em seguida pelos enfermeiros, ela acabou tropeçando em uma calçada, e torcendo o tornozelo. Sabendo que não aguentaria correr com outro pé, ela acabou se deixando ser capturada, e lá estava ela, mais uma vez sendo carregada pelos braços, para dentrodo mesmo hospital, com a mesma gente estranha, e enfermeiros desprovidos de boa índole. Por mais que ela gritasse, pedisse socorro, e até tentasse morder os enfermeiros, ela sabia que era inútil, e que jamais iria mudar o fato de que ela iria sofrer as consequências, e por mais que havia dito que iria lutar até o fim, ela não percebia que esse tipo de coisa só funcionava na teoria, e não na prática. Os enfermeiros a levaram para a parte mais afastada, e também perturbadora do hospital, e enquanto tentava não perder a calma, Maria Antonieta pode ver a senhorinha sendo carregada para outro corredor. As duas logo trocaram olhares, e sabendo que seriam seus últimos dias por lá, a senhorinha apenas gritou:

- Resista!!!! Não deixe que te dominem!!!! Não deixe ela continuar te torturando!!!!Não deixe que façam a mesma coisa com os que você ama!!!!Eu confio em você!!!! Você é diferente garota!!! Resista!!!!! – Gritava a senhorinha, enquanto sua voz ia se afastando da jovem sonhadora. – Resista...!!!

Ao chegarem na sala, lá estava a enfermeira, que “cuidava" de Maria Antonieta, esperando por ela e pelos enfermeiros. Friamente, ela lhes pediu para que trancassem a porta, e que deitassem a jovem sonhadora na maca que estava ao seu lado, e assim fizeram.

- Que pena Senhorita Chevalier... – Disse a enfermeira, num tom frio – Por um momento eu pensei que você estivesse melhorando...mas vejo que me enganei...as medicações realmente não deram certo...infelizmente vai ter que ser desse jeito...

- O que é isso?! O que vão fazer comigo?! – Disse assustada.

- Amarrem-na, e peguem os fios... – Disse enquanto, os enfermeiros obedeciam.

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora