Capítulo 21

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Após muitos anos de tortura, ameaças, medo, e insegurança, Marda Bardim finalmente estava liberta e salva. Ao contrário do mundo real, a guerra que assolava aquele lugar, pelo menos teve um fim, todos estavam como soldados feridos e cansados depois de um tenso combate. O São Judas estava fora de perigo, mas ainda não era a hora certa de dizer que estava tudo bem: As crianças estavam confusas, os habitantes locais aguardavam por notícias, e Nicky terminava de se recuperar na enfermaria do internato. Então, Maria Antonieta e as outras voltaram salvas e seguras, para o internato. Os habitantes locais comemoravam, Lucy e Lolita guiaram Madame Desirée direto para a enfermaria, enquanto a jovem sonhadora terminava de se recuperar dos ocorridos. Todos, se aproximaram e lhe encheram de perguntas, nas quais ela só poderia responder quando Madame Desirée e Nicky estivessem em boas condições. Ela apenas lhes pediu para avisarem as crianças que estava tudo bem, e que as mandassem para seus quartos, e que ela explicaria tudo no dia seguinte, e seguindo suas ordens, eles foram. A jovem sonhadora seguiu a diante para a enfermaria, e se encontrou com os outros.

- Maria Antonieta, você está viva!!! – Comemorou Nicky –É bom te ver novamente!!!

- Eu digo o mesmo Nicky... – Disse Maria Antonieta, meio cabisbaixa – E a Madame Desirée?

- Eu escutei a Lady Joy dizer que ela vai precisar ficar um pouco sozinha, só para ela se acalmar um pouco...Ela até lhe ofereceu umas Balinhas da Alegria, para ajudar...

- Balinhas da Alegria? – Disse Maria Antonieta, curiosa –O que é isto?

- São apenas balinhas, minha querida! – Brincou, Lady Joy – Está bem, eu vou dizer, são docinhos extremamente poderosos, quem vê pensa que são apenas balinhas coloridas de formatos de bichinhos, estrelas e corações, mas elas são capazes de proporcionar uma felicidade instantânea para que você consiga se sentir bem em um determinado momento, mas devo lhes avisar que cada balinha deve ser consumida de acordo com sua cor, e para determinada situação.

- Como assim?! – Perguntou Nicky.

- Elas possuem um nível de felicidade considerados ideais para cada situação, e em todos eles há um limite...Você pode saber pela cor, são divididas em 4, no caso da Madame Desirée, ela precisou apenas de uma vermelha, essas são as mais fortes!

- E quais são? – Perguntou Nicky.

- As azuis usamos para momentos rápidos, como se tivéssemos pequenas dores de machucados e queremos que elas parem...As verdes, para momentos que queremos agradar alguém, como um encontro ou para uma apresentação em grande estilo no circo...As amarelas, para momentos em que nos magoamos ou somos magoados, e ficamos meio para baixo...E as vermelhas...essas são para momentos como os que a Madame Desirée está passando...momentos de dor...de perda...de que parece que tudo está perdido... Por pouco, meus súditos me impediram de comer uma quantidade excessiva de balinhas vermelhas, eu fiz questão de esconde-las dos pesadelos, mas não de mim mesma...eu confesso que estava a ponto de cometer uma loucura, como fui tão hipócrita, não permiti que ninguém as usasse, mas eu não quis me manter forte...não da forma certa! É melhor vocês também irem para os seus quartos, a Desirée precisa de um pouco de paz...

- E minha perna?

- Está se recuperando, mas você está em condições de subir as escadas até seu quarto! Não se preocupem, amanhã ela estará bem, dêem um tempo a ela.

- Eu te ajudo! – Disse Maria Antonieta, levando o amigo para o quarto.

Quando chegou ao seu quarto, Nicky aproveitou para perguntar a Maria Antonieta o que havia acontecido com Madame Agatha, e por que ela teria feito aquilo. A garota se sentiu incomodada com a pergunta do amigo, então eles combinaram de terminar a conversa no dia seguinte. Ele também se lembrou de contar a ela que Lourenço estava vivo, e que já havia ido para o seu quarto, mas que gostaria de se encontrar com ela.

Já em seu quarto, a jovem sonhadora se deitou e perguntou a Lucy como ela se sentia naquele momento. Ela apenas lhe disse que estava cansada, e um pouco chocada, mas que estaria mais tranquila se dormisse, ou conversasse sobre as novas mudanças em Marda Bardim. Ela preferiu descansar, e deixar a criatividade para o dia seguinte, e quando se preparava para apagar a luz, Bijoux surgiu com seu diário, que estava largado no andar subterrâneo.

- Ainda está intacto! Obrigada Bijoux! – Agradeceu Maria Antonieta, enquanto a cachorrinha retribuía com um “beijinho" – Boa noite!

Sem vontade de escrever algo sobre seu dia, – mesmo sem saber a data – ela rapidamente caiu no sono, e apesar de ter visto coisas inesperadas, ela ficou com a consciência tranquila, e pensou no quanto sua chegada serviu de extrema importância para os habitantes locais, e que outros tipos de coisa ela poderia imaginar.

No dia seguinte, tudo parecia mais tranquilo, e agradável,  Maria Antonieta reuniu todos no auditório do São Judas, e resolveu esclarecer as dúvidas dos mais curiosos. Ela lhes contou sobre tudo o que passou, conheceu e descobriu. No final, ela levou todas as crianças, e jovens, para a parte subterrânea, e os levou até a sala onde estavam todas as cartas, presentes, e brinquedos que nunca chegaram até eles. Todos ficaram surpresos com o que viram, e não conseguiam acreditar que ainda tinham esperança de se comunicar com seus parentes. Eles rapidamente pegaram seus pertences, a agradeceram, e foram escrever cartas, para avisar que estavam bem. Maria Antonieta se sentiu muito feliz por ter feito boas ações, e decidiu também, ir junto com eles, para escrever uma carta à sua mãe, para lhe contar sobre a sua aventura inesquecível. Os gêmeos a acompanharam, e cada um pensou em escrever algo para os pais e os tios. Enquanto escreviam, Lucy se virou para a amiga, e ambas trocaram olhares, com um sorriso no rosto.

- Você é uma heroína! – Elogiou Lucy –E também a melhor coisa que já apareceu em por aqui!

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora