Capítulo 34

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- Posso? - Disse Nicky, pedindo para que a irmã lhe deixasse falar com Lourenço - Olha, eu não quero parecer o tipo de irmão que se mete praticamente toda a hora mas...A Lucy está realmente sentindo alguma coisa por você, não a decepcione. Eu só quero que ela fique bem.

- Eu sei, e já estou cumprindo com a minha palavra. Adeus, Nicky White.

- Adeus, Lourenço...

- Monet! Lourenço Monet!

- Então, adeus. Lourenço Monet.

- Eu quero que saiba que manteremos contato, não importa a distância. - Disse Lucy enquanto abraçava Maria Antonieta.

- As cartas existem para isso. - Riu Maria Antonieta.

- Nós voltaremos a nos ver?Será que ainda nos lembraremos uma da outra?

- Em breve...E não se preocupe, sou boa em reconhecer rostos.

- Ainda que passe alguns anos, e eu fique mais velhaque um maracujá seco?

- Não precisa ser tanto.

- Adeus Maria Antonieta, foi um grande prazer ser sua amiga, e passar esses últimos dias aqui em Marda Bardim,sem saber da nossa volta pra casa. Tudo isso foi muito prazeroso.

- Adeus Lucy. Obrigada por tudo, simplesmente tudo...Amiga.

- Todos a bordo!!!!!!! - Gritou o maquinista.

- Maria Antonieta, vamos! - chamou Lourenço.

- Vai - disse Lucy, se despedindo.

- Vamos Bijoux! - Disse Maria Antonieta, segurando sua cachorrinha, e correndo até o trem.

As duas amigas seguiram seus caminhos em direção as suas cabines, junto aos seus, rumo a suas terras natais. Os quatro amigos ficaram próximos das janelas, para poderem se despedir novamente, não apenas deles, mas também de Madame Desirée e Lolita, que permaneceram na porta do internato até que os trens começassem a se movimentar. Ao fundo as mesmas acenavam para a jovem sonhadora e os outros, com lágrimas nos olhos, mas com a certeza de que ficariam bem. Com os trens em movimento, eram devolvidos a boa senhora e a bonequinha os mesmos acenos de seus queridos "filhos", que ela amou mais do que imaginava.

- Adeus Madame Desirée!!!! Adeus Lolita!!!! Obrigada por tudo!!!! Sentiremos sua falta!!!!! - Gritavam os quatro amigos, enquanto os trens se afastavam o mais longe possível.

- Adeus...meus amores...meus filhos... - Disse Madame Desirée, pela última vez.

- Adeus...Marda Bardim. - Disse Maria Antonieta - Espero te ver novamente...em algum sonho meu...

Mas ela não voltaria a ver Marda Bardim, nem em sonho e nem em realidade, depois que atravessasse o túnel, ela logo estaria em casa, começando uma nova vida. Maria Antonieta havia tido aventuras e emoções que qualquer pessoa jamais pensaria em ter, tudo por ser fruto de uma mente brilhante, criativa e sonhadora que sabia aproveitar, e até ver o lado bom da vida nos momentos mais tristes e sombrios que a cercavam ao seu redor. Mas o que ela faria depois que voltasse para casa? Voltaria a conviver com uma elite que a estranhava? Seria mantida prisioneira da boa educação? Escreveriaem seu diário mais e mais dias repetitivos sobre a sua rotina? Ou quem sabe até passaria a viver com sua avó na fazenda? Ela não sabia, mas havia uma certeza,mudanças boas estavam por vir. Após o trem se afastar por completo do internato, ela pode ver que a antiga paisagem já não possuía mais o aspecto "cinza triste", sua verdadeira forma era um caminho na qual podia se ver dolce parfuns espalhadas, deixando o trajeto com perfumes agradáveis, o vento soprava algumas folhas para perto da janela, que segundo Lourenço, cheiravam a baunilha e tinta fresca. Ainda que ele desconhecesse um pouco a existência das árvores, a jovem sonhadora lhe contou sobre elas,o deixando interessado em levar umas folhas consigo, para a galeria de arte de sua mãe, e exibi-las em uma obra, mas Maria Antonieta foi mais esperta, o convencendo de que aquele tipo de coisa não seria possível de acontecer no mundo real, pois elas não teriam o mesmo cheiro estando em outro lugar, mostrando a ele que isso só faria sentido estando em um lugar como Marda Bardim, e seu mundo ainda não estava pronto para novas descobertas. Enquanto conversavam, Bijoux começou a ficar agitada, deixando Maria Antonieta e Lourenço preocupados. Ela apenas a colocou no colo, e a acariciou, enquanto o amigo observava se havia algo estranho debaixo dos bancos, ou no corredor, mas não havia nada. De repente, as luzes do trem se apagaram em um piscar de olhos, deixando alguns passageiros assustados, mas desta vez não houve a mesma sensação de pânico como a de quando saíram de suas terras. Os dois amigos apenas se sentaram juntos no mesmo banco, para não sentissem perdidos, ambos também perceberam que o trem estava passando sobre os tuneis, e que já estavam próximos do mundo real; era só uma questão de tempo.



Continua...

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora