Capítulo 30

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Ao ouvir aquilo, Maria Antonieta ficou completamente emocionada, todos os presentes se viraram para ela e a ovacionaram, com aplausos, elogios e palavras de motivação. Lorenzo e os gêmeos fizeram questão de levá-la até o palco onde estava a boa senhora, para que ela dissesse algumas palavras, mesmo que fossem as mais curtas, mas que seriam inspiradoras e com sinceridade.

- Olá a todos! – Disse Maria Antonieta, um pouco tímida – Não sei por onde começar, mas vou tentar dizer algumas coisas que eu tenho aqui em mente, e...é a minha primeira vez em um palco também...Mas, quero dizer que concordo com a maioria das coisas ditas pela Madame Desirée, e eu espero com toda a minha alma, que voltemos seguramente para casa, que tudo possa ser um diferente bom para cada um de nós, somos de países diferentes, falamos línguas e moramos em lugares diferentes, mas teremos algo em comum, vamos estar ligados a uma história. A distancia é grande mas as boas memórias não, e isso vale a pena lembrar, é isso! – Disse, sendo novamente ovacionada.

- Obrigada pelas lindas palavras querida! Tenho certeza de que se saiu muito bem! Agora, antes de cortar a fita que está nos esperando lá fora, e reinaugurar este lugar, gostaria de realizar a segunda mudança, que há muitos anos, ainda continua me perseguindo, pois eu sei que estou atrasada, mas sempre existe uma oportunidade para tentar. A segunda mudança, será realizada especialmente a vocês monitores! Primeiro, quero que escrevam cartas a todos os familiares das primeiras gerações de crianças e jovens que nunca conseguiram voltar para casa, quando chegarem ao mundo real, assumam a forma humana e encontrem-os,mas não mencionem sobre este lugar, eles podem não compreender e não queremos problemas, quando estiverem em dúvida escrevam sobre um ataque, ou uma invasão inimiga ao internato suíço, como todos costumam mandar seus filhos, e não se preocupem, não pensem nisso como uma mentira, mas sim como uma forma de preservar nossa terra, e as vidas perdidas. Esta é a minha segunda ordem!

- Sim, Madame Desirée! – Disseram os novos monitores.

- Por último, passarei minhas novas regras de convivência, mesmo que as novas gerações ainda não estejam aqui, e vocês...como sabem deixarão este lugar daqui a algumas horas...quero que sejam os primeiros a saberem por mim! Todos os estudantes terão os respectivos horários para se levantar, se arrumar e estar nas aulas em ponto, assim como ir ao refeitório, terem tempo livre para estudar na biblioteca, sair para fora das dependências do internato, e irem para cama na hora certa. Os monitores tem como obrigação, levar as cartas e presentes enviados de seus familiares, e entregarem aos seus respectivos donos, haverá mudanças em relação aos andares superior e subterrâneo, o primeiro andar continuará como a sala da diretora, enquanto o segundo voltará a guardar novos materiais e outros objetos de uso pessoal para o internato, onde os estudantes poderão ter acesso liberado. Quanto as cartas, elas ficaram na minha sala, de onde nunca deveriam ter saído.Muito bem! Podemos ir lá para fora cortar a fita?! Sei que todos estão anciosos para este momento!

A boa senhora terminou seu discurso conduzindo todos para fora do internato, seguidos de Maria Antonieta e seus amigos. Na entrada, havia uma enorme fita vermelha esperando para ser cortada, enquanto um monitor segurava uma tesoura. Antes de cortar a fita, Madame Desirée pensou, eachou mais justo que a jovem sonhadora, sendo a homenageada, compartilhasse aquele momento único. Ambas seguraram a tesoura, e trocaram olhares e sorrisos.

- Pronta? – Disse Madame Desirée

- Sim! – Disse Maria Antonieta – Mas por que mudar o nome do internato? O São Judas não deveria renascer das cinzas?

- O São Judas já teve a sua história concluida, precisava acabar não é? E nada mais justo recomeçar com um novo nome. O internato não vai deixar de ser o mesmo, mas acho que ele pode receber o nome da pessoa mais importante que já passou por aqui, para que todos se lembrem quem é você, e no que você contribuiu...

E assim foi feito, após cortarem a fita, um novo ciclo, e uma nova era começava para o Internato Maria Antonieta Chevalier. Todos comemoravam com mais aplausos e gritos de alegria, e para finalizar Madame Desirée decidiu lhes dar uma pequena festa de despedida, que seria realizada no refeitório. Ao chegarem até lá, havia um imenso banquete repleto de doces, bebidas, bolos, e sanduiches, esperando para serem devorados pelos estudantes. A jovem sonhadora, junto de Lourenço, e os gêmeos, rapidamente se sentaram a mesa, saboreando os mais diversos tipos de doces que estes costumavam comer em suas casas.

- Que saudade desses profiteroles! – Disse Lourenço, pegando alguns doces, que estavam em formato de torre–É como se eu tivesse ficado anos sem poder come-los...

- Desta vez podemos comer sem medo. – Disse Lucy, com alguns bolinhos em sua mão–Sem mais preocupações!Só o bom e doce sabor desses bolinhos de chocolate.

- Espero poder levar uma dessas balas comigo quando voltar para casa. – Disse Maria Antonieta – Na verdade, vou levar todos esses doces. – Riu.

- O que será que nossos pais vão pensar se voltarmos com tantas delícias para casa? – Disse Nicky –Será que o “internato suíço”, foi tão generoso assim?

- Não, a dona é que é um doce em pessoa! – Riu Lucy – Brincadeiras a parte, vou sentir falta de tudo isso.

- Eu também... - Disse Maria Antonieta – Precisava chegar tão cedo... – Disse, se referindo a despedida.

-Uma hora teríamos que ir embora. – Disse Lourenço – A propósito, a quanto tempo estamos aqui?

- Alguns meses...eu acho! Mas por que a pergunta?! Quer tanto voltar para casa assim?!

- Não! Foi apenas...esquece! Foi só uma pergunta idiota! – Disse, Tentando mudar de assunto.

- Tudo bem então...Ei? O que é aquilo? – Disse, observando uma movimentação estranha, vinda do corredor.

- Não sei, vamos até lá! – Disse Lucy.

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora