Capítulo 11

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- Fios?! Que fios?!!! Me soltem!!! Me larguem!!!

Após ser deitada e amarrada, Maria Antonieta não imaginava que seria submetida ao pior tratamento que os enfermeiros planejavam para ela. Quando terminaram de colocar os fios sobre sua cabeça, eles soltaram uma risada maliciosa, e se juntaram a enfermeira, esta logo se aproximou de uma maquina, e parecia estar disposta a ir fundo com o que faria à jovem sonhadora. Antes de mexer na máquina as duas se olharam olho a olho, e ela apenas lhe deu um sorriso.

- Por favor...Por favor, não faça isso!!! Não é certo...Não!!!! – Chorava Maria Antonieta.

- É para o seu bem, querida... – Disse a enfermeira, enquanto Maria Antonieta lhe implorava –Você vai ficar boa, e nós vamos te ajudar, só vai levar alguns minutinhos...

Apesar de ter implorado para que não a fizessem mal, Maria Antonieta percebeu que ninguém se importava, e que ela seria torturada.A enfermeira acariciou seu rosto pela última vez, e logo ligou a máquina. A jovem sonhadora foi submetida a mais temida forma de “tratamento" utilizada por lá: o eletrochoque. Ao receber os primeiros choques, ela começou a gritar, pedir socorro, e se contorcer,embora estivesse amarrada.A enfermeira não teve nenhum pingo de empatia, quando viu que ela conseguia resistir algumas vezes, abusava de suas ordens, e cada vez mais pedia para que seus ajudantes aumentassem a carga de choques, passando por cima de qualquer medida de segurança, fazendo com que ela vomitasse, e tivesse varias convulsões; ela estava condenada.

Enquanto isso na sala de tortura de Madame Agatha, não só a mente de Maria Antonieta, mas o seu próprio corpo, sentiram a pior coisa que ela poderia sentir na vida. Sua cabeça começou a doer fortemente, seus braços e pernastinham espasmos incontroláveis, haviam hematomas e outras fraturas em seu corpo, seus olhos lacrimejavam, e sua boca salivava descontroladamente, as vezes até com sangue.
Madame Agatha e os pesadelos se divertiam, os gêmeos se desesperavam, e temiam que fossem os próximos a morrer,os outros prisioneiroslançavam palavras amaldiçoadas à Madame Agatha, enquanto eram ameaçados pelos pesadelos, Madame Desirée chorava e se culpava pelo o que aconteceu, e Bijoux latia o máximo possível para tentar salvar sua dona da tortura na qual foi submetida.Com um sorriso malicioso, Madame Agatha se aproximou e se ajoelhou ao lado do corpo maltratado de Maria Antonieta e sussurrou em seu ouvido:

- Do que você tem medo...jovem sonhadora? – Sussurrava Madame Agatha– Me diga? Tente me dizer alguma coisa, se é que você ainda pode...Que pena...uma mocinha tão ingênua, mas também tão fácil de manipular!

Acreditando serem os próximos a morrer, Nicky e Lucyolharam um para o outro, seguraram suas mãos, e com lágrimas nos olhos, fizeram uma pequena oração, e logo pensaram em seus pais, e no que seria deles sem seus amados filhos. Embora fosse a mais responsável Lucy era quem mais sentia medo, mas odiava admitir para seu irmão, mas sabendo o que estava acontecendo, lhe lançou um olhar de quem sabia o que precisava dizer:

- Por que está fazendo isso? Não tem porque você me esconder isso, todos nós temos medo, e me admira muito você ter sido forte esse tempo todo! – Disse Nicky – Sei que não sou o mais positivo, nem o mais corajoso, mas sou seu irmão, e me preocupo com você, por favor, não tente guardar tudo só para você, se precisar desabafar, desabafe! Eu estou aqui para você, e sempre estarei quando você precisar!

- Como sabe disso? Como sabe que estou com medo? – Perguntou Lucy, chorando.–Você...

- Posso ver em seus olhos... – Disse – Além disso, ninguém consegue se manter forte por muito tempo...

- Mas...mas eu...
- Vamos enfrentar isso juntos, vai ficar tudo bem...

- Amor de irmãos... –Disse Madame Agatha – Que patético...

Observando a situação de Maria Antonieta, e convencida de que ela não sobreviveria ao toque, Madame Agatha resolveu que já era hora de dar um fim “digno" aos seus prisioneiros, e continuar o que sempre fez em todos esses anos que ela passou no internato. Ela se levantou olhou para todos os seus prisioneiros, chamou pelos pesadelos, e apenas lhes disse:

- Não tenho mais interesse em prisioneiros...nem em estudantes...já não me servem mais para nada, podem brincar...com todos eles!

Ao dizer isso, Madame Agatha deu início ao ataque dos pesadelos, que não perderam tempo para fazerem suas maldades e “brincar" com suas vítimas, que estavam indefesas, e não tinham como se defender. A primeira pessoa a ser atacada foi Nicky, pois os pesadelos tinham certeza de que o garoto medroso e pessimista seria um alvo fácil. Lucy tentou correr para proteger seu irmão, mas foi impedida por Fobos, enquanto Deimos se encarregava do garoto.

A ilusão de Nicky o levou para lugares muito comuns do seu cotidiano em Londres, como sua escola, para a casa de amigos, e para o parque da cidade.Em todos esses lugares, haviam pessoas conhecidas como seus amigos, seus vizinhos a simpática vendedora da loja de doces, e até sua falecida avó, em cada lugarNicky parecia deixar se atrapalhar em tudo o que fazia, causando constrangimentos para todos a sua volta, enquanto estes lhe repreendiam com insultos e grosseria.Seu sonho era um pouco similar ao de Maria Antonieta, porém com algumas diferenças: Seus maiores medosalém doseu pessimismo exagerado, era o de ser considerado um filho imperfeito, e um nascimento mal sucedido, além de outras coisas como medo do escuro e barulhos medonhos. Na última fase de sua ilusão ele chegou por último em sua própria casa, que por sinal parecia vazia. Ele então, decidiu procurar pelos pais e pela irmã, mas ninguém estava lá, foi quando percebeu algo diferente: que havia apenas fotos de família sem a sua presença, apenas seus pais e sua irmã Lucy. Sem entender o que estava acontecendo, foi para o quarto de seus pais, e tentou olhar os álbuns de fotografias de seus pais, mas como imaginava, não havia fotos suas com eles.

- Esqueça...Está perdendo seu tempo...

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora