Capítulo 33

2 0 0
                                    

- Os trens?! Mas já estão aqui?! Não faz sentido! Isso estava previsto... – Disse Lolita.

- Mudança de planos!!! Houve uma mudança de planos, por parte dos sonhos, e...por que eu ainda estou falando sobre isso?!!! Todos vocês, para fora do salão agora!!!

- Nós podemos explicar... – Disse Nicky, sendo interrompido pela mesma.

- Não interessa! Não deviam ter saído de perto dos outros, temos que ir...agora!!!! – Disse, os puxando direto para os corredores –Eu estou a horas atrás de vocês, e quando eu finalmente os encontro, descubro que estão dançando!!!

- Espera, achei que não tivesse problema... – Disse Lucy.

- Sentimos muito Madame Desirée, nós só queríamos saber o que havia naquela sala, não sabíamos que havia passado muito tempo, a culpa é toda minha...

- Pensamos que se ficássemos alguns minutos a senhora não sentiria tanto a nossa falta, nós esquecemos que vamos embora ainda hoje...

Então, alguma coisa inesperada aconteceu comMadame Desirée, a boa senhora os soltou e começou a chorar, estava tão emotiva que caiu de joelhos sobre o chão. Ela ainda não queria se despedir, nem a mesma sabia como havia se mantido forte por tanto tempo, eaté mesmo de ter dito aquelas coisas para Lolita antes de seu discurso. Sendo a primeira a perceber sua reação, Maria Antonieta se aproximou, se ajoelhou e a abraçou.

- Temos mesmo que ir agora? – Disse Maria Antonieta, se emocionando.

- Eu não resisti... – Disse Madame Desirée – Mas se eu não fizer, os sonhos farão em meu lugar...eles tem razão. Suas malas e pertences já estão nos vagões, eles estão fazendo uma contagem para ter certeza de que estão todos presentes...Acha que eu não sei que está doendo? – Disse, enquanto ela confirmava com a cabeça.

- Todos nós sentimos o mesmo...

- Me prometa, ou melhor, me faça um favor...

- Qual?

- Não se esqueça de nós... – Disse, se referindo a ela, e Lolita – Nunca! Eu te amo.

- Eu também...Façam o mesmo por nós...

- Faremos!

- Sentiremos sua falta! Muita! Se algo acontecer, serão sempre bem vindos de volta... – Disse Lolita, a abraçando – E da Bijoux também. – Disse, enquanto a cachorrinha lhe dava um “beijinho".

- Ela vai sentir mais sua falta do que eu...

- Vamos lá também? – Disse Lucy.

- Com certeza! – Disse Lourenço.

- Não vão me ver fazendo isso novamente... – Disse Nicky, enxugando seu rosto.

Uma onda de sentimentos tomou conta do ambiente, a triste despedida se tornou calorosa e amistosa para todos, abraços, elogios e outros afetos eram a única coisa que preenchia seus corações com alegria, e quando terminaram, Madame Desirée e Lolita os levaram pessoalmente para fora do internato, mas não até os trens, pois quando se deram conta, Maria Antonieta e seus amigos já estavam indo sozinhos, conscientes do que deviam fazer, e elas apenas permaneceram na entrada, os observando, cada um seguindo seu caminho em direção ao seu vagão. Antes de embarcarem, os quatro por pouco não entraram no mesmo vagão – que levaria Maria Antonieta e Lourenço de volta à França.Eles pararam por alguns minutos, e se olharam com um pouco de tristeza, pois eram de lugares diferentes,classes sociais opostas,personalidades únicas,mas que tinham algo em comum, os quatro temiam perder o contato, e esquecer que uma vez tiveram uma amizade seguida de aventuras inesquecíveis.

- Queria que pudessem vir conosco para Paris...Lá é adorável. – Disse Maria Antonieta, se referindo a ela, Lourenço e Bijoux.

- Londres pode ser bem tranquila, mas seria mais se você estivesse lá. Poderia ficar no meu quarto, tem bastante espaço para nós duas...jogar alguns jogos...ouvir música no rádio...pegar maquiagem escondida...passear pelas ruas de bicicleta...enfim, muitas coisas... – Disse Lucy, emocionada.

- Eu iria adorar... – Disse Maria Antonieta, se emocionando também –Se estivesse em Paris comigo, e tivéssemos que nos encontrar com minhas outras “amigas", saiba que estaria autorizada...a jogar refrigerante no cabelo da Francine Dubois... – Cochichou, enquanto a amiga ria – E das amigas dela também!

- Quem são?

- Umas parasitas mimadas e maldosas de Paris. – Disse Lourenço – Fique longe delas se as ver andando na rua, e se estiver muito perto, não respire o mesmo ar, troque de calçada se preferir.

- Bom conselho – Disse Lucy.

- Lá em Londres não temos muitos inimigos, mas evitamos nos meter em confusão. – Disse Nicky.

- E quando isso acontece, raramente, eu sempre acabo salvando a vida do Nicky...

- Não é bem assim!Eu só não gosto de resolver os problemas com violência.

-Mesmo que os garotos do beco sejam o dobro do seu tamanho?

- Não passem perto do beco que fica a esquerda,duas ruas depois da nossa casa, aqueles garotos são problemáticos. – Disse, cochichando para Maria Antonieta e Lourenço.

- Mas na maioria das vezes eles sempre levam a pior. – Disse Lucy.

- É, mas nunca aprendem! Continuam pegando no nosso pé!O que chega a ser a mesma coisa que nada!

- Podia ser pior! Eles poderiam ter um pai com dinheiro, e ainda assim, saírem como corretos. – Disse Lourenço.

- Concordo! – Disseram os gêmeos, enquanto Maria Antonieta ria.

- Bom...É agora! – Disse Nicky – Tudo acaba aqui...Hora de partir.

- Espero que fiquem bem em Londres. Se cuidem, estarei mandando boas energias a vocês e aos seus familiares. - Disse Maria Antonieta, o abraçando – Adeus.

- Muito gentil da sua parte, obrigada! Ah,te desejo o mesmo, é claro! Adeus.

- Não esquece uma coisa.

- Oque?

- O segredo... – Cochichou.

- Sempre... – Cochichou de volta.

- Lucy! Me escreva, ainda não confio muito em telefones, nem sei se é possível realizar uma ligação de Paris a Londres, mas sealgum dia isso acontecer, vou agradecer ao gênio que tiver tido a brilhante ideia. – Disse Lourenço.

- Mas para que esperar tanto para manter contato? Ainda temos as cartas não é mesmo? – Disse Lucy.

- É. As boas e velhas cartas. – Disse, a abraçando – Adeus Lucy,espero poder vê-la o mais breve possível.

- Adeus Lourenço.

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora