Capítulo 17

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No subterrâneo, Lucy estava com problemas maiores ao tentar tirar Edgar de seu caminho,o tanque onde estava a Princesa Serena já estava completamente vazio, e esta já estava seca, e sem forças para pedir socorro; ela estava  . Com os braços e o rosto arranhado, a garota não sabia mais como lidar com aquele gato agressivo, e ao tentar retira-lo de perto da bomba, ele saltou sobre seu rosto, e ao tentar arranha-la, suas garras prenderam em seu cabelo,dificultando sua visão, e a derrubando.

- Socorro!!!! Socorro!!!! Socorro!!!! – Gritava Lucy.

Então um milagre apareceu. Era Lourenço, que conseguiu chegar a tempo para ajudar. Ele o retirou de cima dela e foi para um canto, e aguentou firme enquanto o gato o machucava. Lucy se levantou e ao tentar ajudar o amigo, ele apenas lhe pediu algo que ela jamais imaginou que ele poderia fazer.

- Não olhe!!! – Gritou Lourenço –Por tudo que é mais sagrado, não olhe!!!!

Lucy não entendeu o que ele quis dizer, e ainda se assustou com o que poderia acontecer, mas se virou e fechou os olhos. Ela até tentou tampar os ouvidos, mas estava movida pela curiosidade, e achou que ouvir seria melhor do que ver. A única coisa que ela ouviu eram miados agonizantes, e o choro de Lourenço, ela não queria pensar em nada, e torcia para que aquilo parasse logo.

Na floresta, Agatha sentiu uma forte pontada em seu coração,que parecia enfraquece-la aos poucos, ela sabia que alguma coisa havia acontecido de ruim ao seu querido Edgar. Ela tinha certeza de que não era apenas uma coisa ruim, era o pior.Maria Antonieta também percebeu, e derrubou algumas lágrimas; ambas sabiam o que havia acontecido, e o que sentiam.

- Não...Não...Me perdoe... – Disse Madame Agatha, que começava a chorar –Me perdoe, meu querido...meu amigo...meu...meu Edgar...por favor....não...não me deixe também...não você...não...não!!!!

- Sinto muito... – Disse Maria Antonieta, em um tom baixo.

- Está feliz...não está?! – Disse Agatha, a segurando pelos cabelos, e apontando a arma para sua cabeça–Ele era o meu único amigo! O único que eu tinha!!! Isso tudo não teria acontecido, se não fosse por você!!! Mas isso não vai ficar assim, porque quando eu terminar com você, eu vou acabar com tudo o que você ama, e com o que você conquistou!!!

De repente, os miados pararam, e Lucy abriu os olhos, mas não se virou até Lourenço dizer uma palavra.Ela queria ter certeza de que estava tudo bem, e então o garoto – ainda chorando – se ajoelhou ao seu lado, a abraçou, e acariciou seu rosto.

- Você está bem? – Perguntou Lourenço.–Lucy?

- Sim, Lourenço... – Disse Lucy, aliviada –Mas...o que você fez?!

Com lágrimas nos olhos, ele lhe mostrou o que havia acontecido. Ela ficou horrorizada, mas logo percebeu que foi por uma boa causa, e disse para o garoto não se culpar. Lá estava o corpo de Edgar, num canto, sem vida, digno de pena, um ser que não merecia nada de ruim. Aquele seria para Lourenço, um dos maiores arrependimentos pelo resto de sua vida, o garoto repetia “me perdoe", para se manter calmo e menos culpado, enquanto Lucy lhe acalmava com palavras doces.

- Eu...eu não desejo isso para nenhum bichinho...nem para o meu cachorrinho... – Disse Lourenço – Era...era uma vida, e...

- Você o matou, mas... – Disse Lucy, quando o garoto lhe interrompeu.

- Sim, eu o segureie...quebrei seu pescoço...ele estava agressivo, e eu pensei...

-Lourenço!!!Está tudo bem, você fez o que achou certo, e eu não vou lhe culpar por isso! Acalme-se.

- Não vai?

- Você me salvou! Você foi um herói! Ninguém mais teria coragem para fazer o que você fez, entende?

- Mesmo? – Perguntou, enquanto ela concordava – Obrigado Lucy...

- Mas como você soube o que estava acontecendo?

- Seu irmão! Ele também me salvou de ser atacado pelos monstros...
- Pesadelos!

- Sim! Pesadelos?! Bem, ele apenas me disse para vir para cá e te ajudar com uma princesa e...

- A Princesa Serena!!!!! – Gritou Lucy, desesperada.

Eles correram em direção ao tanque, e perceberam que a princesa já estava seca e sem vida. Lucy correu em direção à bomba, e a ligou o mais rápido possível. O tanque começou a encher, enquantoo corpo de Serena começava a hidratar, mas ela não reagia, e Lucy estava com medo de tê-la matado. Eles observavam, Lucy derrubava algumas lágrimas, e Lourenço se encantava com a beleza da princesa, que para ele estava apenas dormindo debaixo d'água.

- Ela não é linda? – Perguntou Lourenço – Serena...

- Seria mais ainda se estivesse viva... – Disse Lucy.

- Pare de se culpar...você o que pode...

- Você não entende! Maria Antonieta prometeu levá-la de volta à Marítimis, e esperava  encontra-la viva! Mas agora...

- Lucy, nós precisamos ir, não há mais nada para se fazer aqui embaixo.

- Está bem...

Se sentindo péssima Lucy pediu para que Lourenço a tirasse de perto do tanque, e que fosse com ele até Maria Antonieta, pois ela não teria forças para contar à amiga o que havia acontecido, pelo menos não sozinha. No momento em que estavam saindo o garoto escutou algo que pareciam ser batidas de vidro, mas achou que fosse coisa de sua cabeça. Então, as batidas voltaram, e o garoto se virou, parou, e deu um grande sorriso.

- Lucy... – Disse Lourenço, impressionado.

- Lourenço se não se importa, eu... – Disse Lucy, desanimada.

- Você precisa ver...

- Ver o que...

- Vire-se! – Disse, fazendo a olhar para trás.

Bem Vindos a Marda Bardim  - Os Três Sonhos Principais (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora