1 - Acontecimentos

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Anos antes...

- Aqui soldado Blake! Tem alguém na escuta? Tenho um homem ferido! Repito: tenho um homem ferido! Escuto!

Continuei segurando ele, com um braço por cima do meu ombro, enquanto andávamos pela floresta, em redor dos subúrbios. Olhei o rádio, mas ele permaneceu em silêncio.

Ele fez um som, muito semelhante a um riso, mas mais abafado e seguido de um som de dor.

- Blake, não vai aparecer ninguém. Me deixa.

- Não!

Prendi o rádio no cinto e ajeitei ele, segurando com as duas mãos: uma no seu pulso, por cima dos meus ombros, outra na cintura.

- Não deixo nenhum homem para trás!

- Eu sou pesado demais para você.

Sorri. - Eu me viro! Agora cala a boca! Preciso pensar.

Ele gemeu de dor e eu parei de andar.

- Vá lá, Sanders, só mais um pouco.

Ele negou com a cabeça. - Não dá! Me deixa aqui.

Olhei para trás, deixando ele sentar um pouco e depois escutei eles. Vinham atrás de nós.

- Não, não, não. - Segurei o braço dele. - Levanta!

- Blake, pelo amor de...

- Levanta, é uma ordem!

Indiquei o espaço atrás de nós e Sanders olhou.

- Merda. - Ele aceitou minha ajuda.

Ficou claro que não iríamos conseguir, não com ele naquele estado em que nem conseguia andar direito, e perdendo sangue a cada passo.

Olhei em volta, enquanto quase  arrastava ele. "Pensa, Rebekah, pensa!" Merda!

Parei de andar, iríamos morrer.

- Blake? - Ele me olhou.

Me coloquei na sua frente e olhei seu olho azul.

- Eu vou levar você, não adianta esbravejar.

- O quê? Não.

Indiquei o chão. - Deita.

Sanders me olhou como se eu fosse louca.

- Mas...

- Eu sou mulher, idiota. - Gritei, perdendo a paciência. - Sou forte, mas você é um homem, então tecnicamente é mais pesado. Se eu distribuir o seu peso, eu consigo carregar você. Agora deita na merda do chão!

Ele deitou e eu abaixei, puxando ele, e colocando nas minhas costas, como quando a gente era obrigado a carregar um soldado morto pelo campo de batalha.

- Ah! - Ele gritou.

Senti seu sangue atravessando o uniforme e tentei não pensar muito sobre isso.

- Aguenta, Sanders. Aguenta.

Tentei correr, carregando meu amigo nas minhas costas, até entrarmos nos subúrbios.

Procurei, desesperadamente, por uma casa que pudéssemos usar, já que todo mundo parecia ter abandonado elas.

Escolhi uma e subi as escadas do pórtico. Respirei fundo, depois de tentar abrir a porta, que estava trancada. Quem fugiria e teria tempo de trancar a porta?

Respirei fundo de novo. Era agora ou nunca. Ergui uma perna e chutei a porta.

- Abre, maldita!

Olhei a floresta, eles ainda não tinham chegado, mas não estavam longe.

BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora