12 - Desaparecido

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"One way, or another, I'm gonna find ya
I'm gonna get ya, get ya, get ya, get ya
One way, or another, I'm gonna win ya
I'm gonna get ya, get ya, get ya, get ya…"

Saí do banheiro, cantando, e vi Dean sentado na frente da mesa, limpando a sua arma. Ele ergueu o olhar para mim, franzindo o cenho.

Ergui o braço, e segui dançando até chegar na minha mochila.

Ele parou o que estava fazendo e suspirou, me olhando.

- Além de você cantar terrivelmente mal, porque não aprende a levar seus jeans quando vai tomar banho?

Sorri, pegando os jeans. - Porquê? Te incomoda?

Dean fez careta. - Não, o problema é esse. Você adora fazer isso.

Eu ri e terminei de vestir os jeans. - Gosto, sua cara é incrível. - Ri de novo e depois calcei as botas. - O Sam?

- Foi na farmácia, pegar remédio para a dor de cabeça e disse que também iria parar no caminho e trazer comida.

Assenti. - Ótimo. Estou morrendo de fome. - Foi para junto dele e sentei na sua frente. - Piorou?

Dean suspirou, parou o que estava fazendo e se encostou na cadeira, me olhando. Assentiu.

- Piorou. - Deu de ombros. - Eu não sei o que fazer. Essas dores não são normais.

Assenti, olhando a arma dele, e depois ergui o olhar de novo.

- A gente vai descobrir o porquê, e daremos um jeito.

Dean me olhou. - Sua fé nessa certeza é incrível.

Inclinei a cabeça para o lado e cruzei os braços. - Exatamente igual á certeza que eu tinha de que você não ia morrer naquele hospital.

Dean ficou me olhando durante uma eternidade e depois assentiu, passando a lingua pelos lábios.

- É... - Abaixou a cabeça e ergueu de novo. - Obrigado por isso, eu acho. Por ter me ajudado, de certa forma. Por... Não ter desistido. De... mim.

Assenti. - Dificilmente isso aconteceria. A não ser que você continue comentando o facto de eu andar sem roupa pelo quarto. Aliás, quase sem roupa.

Dean riu. - Mas você anda e isso é... É...

- É o que eu tenho de mais parecido com uma casa, então eu vou andar como eu quiser. - Falei. - Aguenta. E eu não fico andando nua pelo quarto.

- Mas quase.

De repente, o celular do Dean tocou e ele atendeu.

- Sam.

Vi seu rosto mudar, ficar confuso e depois preocupado. Em segundos, Dean estava, literalmente, em pânico.

- Sam?! - Gritou. - Onde você está? Sam!

Olhou o celular, mas a chamada havia caído. Dean me olhou, os olhos marejados.

- O que houve? - Perguntei.

- É o Sam. - Ele levantou. - Temos de achar ele, algo não está bem.

Levantei, peguei as minhas coisas e segui ele, entrando no impala.

Peguei o laptop do Sam e abri.

- O que está fazendo? - Perguntou Dean.

- Continua dirigindo, eu vou tentar rastrear o celular do seu irmão.

- Vocês dois são estranhos.

Usando o laptop, consegui achar o celular e seguimos nessa direção.

Assim que chegámos, na beira da estrada, no meio do nada, Dean saiu do carro, gritando o nome do irmão.

Saí e fiquei procurando o aparelho, até que achei. Aquilo não podia ser bom.

- Dean.

Ele se aproximou e pegou o celular da minha mão, seus olhos se enchendo de lágrimas, e olhou em volta.

- Sam!

Olhei em redor, não conseguia olhar para o Dean, sua dor era demasiado.

Respirei fundo e fui na parte de trás do carro, abrindo e pegando algumas armas.

- O que está fazendo? - Perguntou.

Olhei ele. - Procurando o Sam. Vai me ajudar?

Entrámos na floresta, procurando o Sam a partir do ponto onde achámos o celular.

Eu tinha medo das condições e da forma como, e se, fôssemos achar o Sam, mas tinha de esconder isso. Pelo Dean. Ele já estava perturbado o suficiente. Então, eu tinha de pensar em outra coisa. Eu tinha de manter o Dean ocupado.

Parámos depois de horas andando e vi que começava a escurecer.

- Vamos regressar. - Falei. - Está escurecendo e não vamos conseguir nada.

Dean me olhou. - Eu não vou abandonar o meu irmão!

- Claro que não, mas a noite vai cair, Dean. Nada podemos fazer.

- Podemos sim! Podemos... - Ele passou a mão pelo cabelo, olhando em volta, tentando não chorar. - Podemos...

Sem pensar, me aproximei dele e abracei, apertando forte e Dean me abraçou de volta, escondendo o rosto no meu ombro. Senti a blusa molhada.

- Eu não posso perdê-lo. - Disse ele.

- Eu sei. Vamos achá-lo.

Dean se afastou e me olhou. - Obrigado.

Assenti. - Vem, vamos sair daqui e pensar em um plano.

Ficámos no quarto do motel, depois de eu ter parado para comprar comida, e Dean andava de lá para cá, pensando.

Sentei na frente da mesa depois de colocar os pratos com a comida e chamei o Dean.

Ele se aproximou e franziu o cenho.

- Você sabe cozinhar? - Sentou na cadeira.

Sorri. - Tem muita coisa que eu sei fazer. - Depois suspirei. - Ele está bem.

Dean negou. - Não sabemos isso.

- O que você acha? Acha que ele está morto?

- Bekah...

- Não, de verdade. Me diz, acha?

Dean revirou os olhos. - Não.

Sorri. - Então vamos achá-lo.

De repente, olhei a janela e franzi o cenho.

"Rebekah..."

- Bekah?

Olhei Dean. - Você escutou isso?

- O quê?

Levantei e fui na janela. - Alguém disse o meu nome...

Dean levantou e se aproximou de mim.

- Como assim?

Franzi o cenho. - Como se... Estivesse me chamando. Eu... Eu escutei.

Dean passou a mão pelo rosto.

- Era o que faltava. - Respirou fundo. - Pega suas coisas. Vamos embora.

Olhei ele. - Para onde?

- Falar com o Bobby. Precisamos de ajuda e... - Indicou a minha cabeça. - Isso não é normal.

BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora