23 - Informações

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Nesse dia, eu acordara bem cedo. Tomei um duche rápido, prendi o cabelo em uma trança elaborada, no estilo viking, peguei as chaves do impala, que Dean deixara no bolso da jaqueta de couro, e saí.

O sol ainda nem nascera completamente e eu dirigi até uma lanchonete, pegara alguma comida e regressara. Os rapazes ainda dormiam e coloquei a comida sobre a mesa, pegando meu café e meu bolo e pegando no diário do meu pai.

Sentei no sofá, já que nessa noite fora a minha cama, e continuei a ler de onde havia parado no dia anterior.

Sam foi o primeiro a acordar, me sorrindo, dando bom dia e seguindo até o banheiro. Quando regressou, trazia o cabelo molhado, com cheiro de shampoo. Ele se aproximou da mesa e me olhou.

- Foi você? - Perguntou indicando a comida.

Sorri. - Não, foi o expresso dos espíritos que não querem que falte nada para nós. - Eu ri. - Claro que fui eu.

Sam revirou os olhos e pegou um café.

- Foi andando?

Neguei e ele abriu muito os olhos. - Ele te mata.

Sorri novamente. - Adoraria vê-lo tentar.

Dean acordou pouco depois, mal humorado, andando feito zumbi para o banheiro e esbravejando sozinho sobre a água estar fria. Depois regressou, já pronto, e pegou um café, sentando junto das minhas pernas e dando pequenos goles.

Sam olhava o irmão e depois para mim, me lançando um olhar cheio de significado, mas divertido.

Mostrei a lingua a ele e depois me concentrei no diário novamente, até á voz de Dean chegar até mim.

- Onde e quem foi pegar esse café da manhã?

Ergui o olhar e suspirei, vendo que Sam me olhava.

- Fui eu. Algum problema? - Falei.

Dean me olhou. - Trouxe isso tudo sozinha?

Sorri, entendendo que ele chegara na mesma conclusão que o irmão, mas no caso dele, Dean tinha esperança de estar errado.

Estiquei a mão para a minha jaqueta e retirei a chave do carro, balançando ela nos dedos.

Dean ficou pálido e arrancou a chave da minha mão.

- Você levou o meu carro?!

Dei de ombros. - E daí? Trouxe ele inteiro.

Dean surtou e se lançou na direção da porta, saindo e começando a analisar cada pedaço do Impala.

Revirei os olhos.

Assim que os meninos ficaram prontos para sair, me olharam, parados no meio do quarto.

- Tem certeza de que quer ficar? - Perguntou Sam. - Ellen iria gostar de te ver.

Sorri. Eles iriam no Roadhouse, Ash achara algo que poderia ser útil para nos ajudar a encontrar o demónio dos olhos amarelos.

Por norma, eu iria com os irmãos, mas eu tinha de achar respostas para as coisas estranhas, e cada vez maiores, que eu conseguia fazer. E isso era algo urgente, pois eu não queria colocar a vida dos Winchester em perigo. Não mais do que eles já se colocavam diáriamente.

Neguei. - Irei ficar aqui todo o dia. - Indiquei o laptop de Sam. - Posso usar?

Ele assentiu. - Claro.

Dean balançou a cabeça e depois se aproximou, movendo as mãos, falando ao mesmo tempo.

- Tem certeza? A gente não sabe o que anda nos seguindo, ou o que está acontecendo com você... É boa ideia?

- Eu fico bem. - Respondi. - Dá um abraço ao Ash por mim.

Dean me olhou durante uma eternidade, mas depois assentiu e indicou meu celular.

- Mantém ele contactável.

Eu ri. - Pode deixar.

Dean ergueu uma sobrancelha. - Estou falando sério.

Levei dois dedos na testa, no estilo militar. - Sim, senhor.

Dean bufou de raiva e saiu.

Sam me sorriu, se despediu e seguiu o irmão.

Continuei lendo o diário do Blake durante horas. Dean e Sam tinham me deixado ler o do John, talvez tivesse algo, e quando dei por mim, estava cruzando informações entre os diários e o laptop.

Descobri bastante coisas legais. Algumas eu já sabia, outras não tinham qualquer explicação, como minha pulseira, por exemplo, ou minhas capacidades invulgares.

Pesquisei a forma de cobra da pulseira, mas todos os significados e indicações a esse animal ou imagem, eram negativas. Chegavam a referir, a cobra que enganou a Eva, no paraíso. Eu já sabia dessa história, mas era o significado mais popular para esse animal, que por sinal, era Lúcifer disfarçado, em algumas religiões.

Bufei de raiva. Isso não estava ajudando. O que o capeta tinha a ver com a minha pulseira? Nada! Eu nem sei de onde ela surgira e nunca iria saber, pois ela não tinha nada que pudesse me levar, pelo menos, ao seu fabricante.

Depois pesquisei as asas que estavam tatuadas no meu braço. Era apenas uma tatuagem, mas mesmo assim. Mais uma vez, fui direcionada para histórias de anjos e demónios, e lá estava Lúcifer de novo, uma imagem de um homem bastante atraente, possuindo asas negras.

Fechei aquela página e tentei pesquisar sobre o meu colar com a pedra vermelha, já que era uma das coisas que eu trazia comigo quando meu pai me achara.

A pesquisa foi bem mais interessante, pelo menos não me levou a seres divinos. A pedra poderia ser um rubi, ou uma que, traduzido o nome, seria algo como "sangue de tigre", algo apenas achado nos confins da África. Algo extremamente raro, caríssimo, mas ligado á proteção.

Havia menções a talismãs, que eram usados para proteção das pessoas que os usassem ou para rituais, ou, em termos mais sombrios, algo usado por praticantes de bruxaria, para proteção das mesmas.

Respirei fundo e me encostei na cadeira. Aquilo não estava ajudando. Os diários eram mais úteis do que o laptop e sua informação infinita na internet.

Fechei os olhos e balancei a cabeça, de um lado para o outro, meu pescoço estava tenso. E foi quando o celular tocou.

Olhei o visor, onde se lia "Dean".

Sorri, peguei e atendi.

- Eu estou bem, Dean.

- Bekah, deixa de graça. O assunto é sério.

Franzi o cenho, me sentando direita.

- O que houve?

Dean suspirou do outro lado.

- O Roadhouse já era. Tudo aqui virou cinza.

Levei a mão na boca, enquanto um arrepio percorria o meu corpo.

- A Ellen? Os outros?

Ele suspirou mais uma vez. - Só temos confirmação do Ash. Ellen e Jo não parecem estar aqui.

Fechei os olhos. - Merda. - Abri de novo. - Acha que a informação que o Ash encontrou, pode ter levado a isso?

- Acho sim. Ele encontrou algo que não queria ser encontrado... E todos pagaram o preço.

BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora