Casa.
Até o momento Visenya não sabia o completo significado da palavra. Enquanto moravam em King's Landing sua mae dizia que lá era sua casa, mas após se mudarem para Dragonstone seus irmãos afirmavam que lá sim era a casa dos dragões, na adolescência depois do segundo casamento de sua mãe, Visenya foi mandada para Driftmark com sua agora meio irma Baela para serem ensinadas pela avó Rhaenys.
Baela adentra o quarto de Visenya sem nem mesmo bater na porta.
—Acorde! Acabou de chegar alguns corvos nos convidando para o torneio em homenagem ao dia do nome de Helaena Targaryen.
Visenya ainda tentava recuperar a visão que foi afetada pela claridade que vinha da janela.
—Vicerys quem mandou?
—Não, foi sua mãe, Rhaenyra vira em breve, e iremos nos dragões. O resto irá nos barcos no tempo em que estiverem prontos.
Visenya levantou rapidamente da cama, estava feliz por poder ver sua mãe novamente já que durante o tempo em que viveram juntas eram como unha e carne. Foi difícil para Rhaenyra deixar sua filha com Rhaenys mas foi preciso. Até o momento Visenya não sabia o motivo, mas especula.
[...]
Skullmaker era um dragão grande para sua idade, muitos diziam que poderia um dia passar o tamanho de Vhagar e Visenya se sentia com grande poder nas mãos, deu o nome após ouvir milhares de historias contadas por seus irmãos sobre como era fácil queimar a pele com a chama de um dragão, que não sobravam nem os ossos, e Visenya por um instante sonhou em viver uma grande guerra, gritando Dracarys aos sete ventos montada em seu, na época, pequeno dragão. Apesar de ter o domado quando já não era mais tão pequeno, eles construíram uma conexão deveras forte quando Visenya começou a ir todas as noites alimenta-lo.
Voar em Skullmaker era o maior dos prazeres para Visenya, se sentia livre como se não tivesse nenhum dever, inclusive assim se sentia durante a viagem para King's Landing. Ela trocava algumas cartas com sua mãe e sabia que não era só um reencontro da família no dia do nome de Helaena, se tratava de alguns casamentos e torcia para que não fosse o seu.
(...)
Nenhuma preocupação passou por sua cabeça enquanto só conseguia pensar que estava finalmente voltando para "casa". Mas ao pousar começou a recordar como foram os eventos da ultima vez que viu os verdes, quando tia Laena morreu, quando Luke arrancou o olho de Aemond seu tio que acabara de domar Vhagar, e quando seu pai foi assassinado brutamente e jogado no fogo, lá Visenya desejou queimar todos os seus inimigos se tentassem um dia contra sua família.
—Cada vez que nos encontramos você esta voando mais graciosamente. Pelos deuses! quantas saudades de voar com você minha filha.
Rhaenyra dizia abraçando Visenya. Era bom ouvir aquilo de sua mãe, sua mãe realmente sentia sua falta, já que Visenya por muitas vezes sofria por estar "abandonada".
Por todo o caminho de carruagem do fosso dos dragões ate o Red Keep, foram contando suas histórias e colocando todos os assuntos em dia como amigas de anos, Rhaenyra fazia questão de envolver Baela nos assuntos assim como sua filha.
Durante o percurso elas adentram por um portão que atravessava a área onde seus irmãos treinavam quando pequenos, ainda haviam cavaleiros treinando por lá. Observando um pequeno tumulto enquanto descia da carruagem, Visenya se depara com uma verdadeira luta de espadas, um homem vestia a armadura da guarda real do rei, e o outro, cabelos brancos e compridos se movia como um dançarino desviando dos ataques, ele não portava armadura e isso preocupou Visenya, não queria ver derramamento de sangue no seu primeiro dia, nem no segundo, ela simplesmente não estava acostumada com toda a violência que sabia que veria em King's Landing e que não viu em Driftmark.
—Esta morto.
O homem de cabelos brancos diz com a espada levemente tocando o peito do guarda. Ele então vira a espada para Visenya enquanto olhava para Rhaenyra.
—Irma. —Abaixa a grande espada. —Há quanto tempo.
Visenya pode ver quem era o homem que duelava, seu tio Aemond Targaryen. Não era difícil saber que se tratava dele, além dos cabelos característicos ele usava um tapa olho preto e tinha uma cicatriz por baixo.
—Sobrinha, como esta... —Ele a observa da cabeça aos pês. —Grande.
Enquanto sua mãe respondia Aemond, Visenya ficou em silencio apenas observando-o em retorno aos seus olhares.
A carruagem de Luke e Jace vinha logo atrás mas quando parou Rhaenyra foi de imediato falar algo com os guardas, os impedindo de descer ali com elas e sim em outra entrada.
(...)
O primeiro jantar da corte foi repleto de afeto vindo de se avô Viserys que estava com um sorriso maior que todos que já tinha visto, vivia para dizer que estava completo já que sua família estava reunida, não esqueceu de mencionar que seu irmão faltava na mesa mas sabia que ele perecia com Corlys Velaryon defendendo os degraus dos últimos rebeldes da triarquia.
Sua esposa a rainha Alicent sentava ao seu lado direito, Rhaenyra ao esquerdo, os filhos e netos a frente, na ponta direita estava Aemond, rodando uma taça de vinho que não terminara de beber, e na ponta esquerda Visenya Velaryon tentando comer, mas falhando já que sua ansiedade não permitia que comesse mais de duas garfadas. Uma ansiedade por estar naquele lugar, novo e ao mesmo tempo velho, se recordava de algumas coisas mas tão poucas que poderia contar nos dedos. Queria andar pelo castelo, passar tempo com sua mãe, seus irmãos e seu avô, ver o torneio e voar por King's Landing mais uma vez em Skullmaker.Brindes foram feitos e até o momento, mesmo com olhares de desdém nenhuma ofensa foi proferida naquele jantar. Na verdade foi mais silencioso do que imaginava.
—É bom te-los aqui. —Alicent diz.
Rhaenyra agradece. —É muito bom estar de volta e ver que...quase...nada mudou.
—E estou tão feliz que estamos todos juntos, nossa família reunida. —O rei disse levantando.
Sua saúde não estava tão boa, mas Visenya sentia que aquela reunião pacífica tinha magicamente dado a ele mais alguns meses de vida, ou anos.
Aegon a olhava durante o jantar, seu olhar era como uma espada atravessada e perfurava Visenya sem que percebesse. Mas ela estava preocupada com outras coisas durante aquele jantar, muito se pensava, e quase nada poderia dizer.
Aemond levanta, e isso Visenya viu de imediato.
Ele joga em cima da mesa o pequeno pano usado para limpar as mãos e boca.
Se encaminha até Aegon e abaixa lentamente.
Diz algo em seu ouvido e a todos deseja um "boa noite".
Antes que pudessem responder Aemond já passava da porta do salão.
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Love, Blood And Fire - Aemond Targaryen
Fanfiction"A fé dos sete não aprova, nenhum outro reino faz como nossa família , mas isso não significa que não faremos, temos sangue de dragão" Visenya Velaryon é a terceira filha de Rhaenyra Targaryen e Leanor Velaryon (a verdade que todos fingem acreditar)...