Alicent ria enquanto homens faziam malabarismo para o Rei.
A noite estava tão agradável que parou de reparar que faltavam dois de seus filhos na mesa há mais tempo do que achava que demorariam.
O resto da família também se divertia com os malabaristas, mas Jace se importava mais com sua futura esposa Baela do que com qualquer outra coisa, e Luke com os doces que seriam servido há qualquer momento, o menino era uma formiga. Joffrey sentiu sono e foi levado para os quartos junto com seus irmãos mais novos. Rhaena pegava uma colher para dividir um bolo de frutas com Luke.
Os convidados ainda estavam todos no salão, dançando cantando e assistindo aos artistas.
O rei Viserys tossia e sentia algumas dores mas não deixava de sorrir e aplaudir.Todos os olhares seguiram o som das duas portas principais, que foram escancaradas para que Aemond e Visenya entrassem.
Um frio tocou sua barriga, respirou fundo antes de pensar em dar o primeiro passo.
Alicent compreendeu desde que Visenya apontou na entrada com o colar de safiras iguais as que Aemond usava no olho. O príncipe tinha esse colar há anos mas Alicent nunca soube para que, achava que ele seria um presente para ela em um de seus dias do nome, mas nunca aconteceu. A rainha não escondia sua supresa já que seus olhos quase saltavam de sua face assustada.
Visenya sabia que aquele momento de atenção de todos poderia se repetir por toda sua vida depois desse dia, ou talvez não, tudo dependeria do que ela e Aemond fariam em seu futuro.
Aegon ameaçou contar a verdade mas no fim sumiu e não foi visto para onde.
O rei Viserys demorou a entender o que estava acontecendo já que permanecia olhando para o bobo que o fazia rir no centro do salão. Mas quando se deu conta não demonstrou nenhuma reação.
Já Rhaenyra, poderia se dizer que estava com a mesma cara que seu pai fez quando descobriu que Daemon queria se casar com ela há anos atrás.
Em poucos segundos sentiu na pele o que seu pai passou, somente vendo os dois juntos.Mas os dois, eles não estavam ali para anunciar um casamento ou impor que gostariam de ficar juntos. Apenas queriam ser vistos juntos e conversaram por toda a noite, na mesa do Rei ou caminhando por todo o salão. Visenya e Aemond tinham mais em comum do que parecia, compartilhavam de gostos e preferências extremamente semelhantes, até seu humor era algo em comum e por isso podiam conversar por horas.
Aemond até se sentia estranho por Visenya conseguir arrancar alguns sorrisos de seu rosto. Mas era impossível não sorrir quando aqueles olhos brilhantes o olhavam esperançosos.[...]
Após toda a atenção voltar para a corte, os dois ainda andando juntos decidem parar em um canto mais afastado das pessoas para que ninguém ouvisse o que Aemond queria dizer.
—Eu não... amo você Visenya.
A princesa fica calada por um longo tempo, não entendia o porque destas palavras serem proferidas assim que acabaram de se entender. E mesmo não sabendo o que responder ela precisava dizer algo. —Eu também não o amo Aemond. —A princesa diz e logo o silêncio faz morada. —Mas por que está dizendo isso agora? Fui precipitada e te coloquei em umas posição terrível, te obriguei a casar-se comigo.... —Ela pensava em voz alta. —Agora está arrependido de ter me beijado... —Antes de continuar ela observa para ver se ninguém os escutava. —Me beijado várias vezes, e quer desistir. É isso? —Ela parecia genuinamente preocupada.
—É isso. —Aemond diz e a face da princesa se fecha como o céu quando uma tempestade se aproxima. O príncipe percebe que a princesa estava alterada por sua resposta e até seus olhos ficavam mais brilhantes por conta de estarem começando a lacrimejar. —Claramente não é isso. Eu desejo me casar com você, mas nunca amei ninguém. Quero me casar com você de certa forma, por interesse. —As palavras do príncipe parecia pequenas adagas, e a cada uma a princesa se assustava mais. —Voce é decente... também é extremamente bonita. Diferente dos outros aprecio mulheres inteligentes, não é uma afronta ter uma mulher inteligente ao seu lado, é uma dádiva. Desde pequena você sempre foi justa, e familiar. Mesmo sabendo que nossa família é fielmente contra isso, e talvez até por isso eu almejo tanto nossa união. — A princesa fica boquiaberta (por dentro) não queria demonstrar que o príncipe disse as palavras certas depois de esmurra-la com sua sinceridade. —Eu tenho mais alguns motivos para listar se quiser. —Aemond a olha dos pés a cabeça. —Mas não seria decente da minha parte dizê-los aqui.
Visenya conseguia entender Aemond.
Mas poderia casar com o príncipe sem amor?
Sim.
Depois de um certo tempo, observando os casais que já existiam, a princesa percebeu o que sua avó já havia lhe falado. Casamento é sobre política não sobre amor. Mas Visenya tinha defeitos, era um pouco egoista e nessa posição a única ação política nesse casamento nada arranjado seria a união de suas famílias que se tratavam como rivais mesmo sendo a mesma família. Para ela apenas conseguia enxergar os benéficios.Visenya estava vermelha, o garoto de poucas palavras acabara de tomar a voz e tirar as palavras da boca dela.
—Eu nao amo. Sei que desde sempre dizia que se casaria com um homem que a amasse cegamente para poder ser feliz. —Aemond continua.
—Nao... —A princesa procura o olhar do príncipe. E mesmo querendo dizer que não sentia nada por ele, ela estaria mentindo, e não conseguiu. —Eu entendo o que quer dizer...
Nós—-Ela aponta para os dois. —Somos o melhor dos dois lados.O príncipe mantém um olhar questionador, também não entendia como a garota sonhadora e amável poderia ser compreensiva e realista e continuar amável mesmo depois de mentir dizendo que ele não a amava.
Suas mãos estavam próximas e quase se tocaram. Jacaerys chegou antes que isso acontecesse interrompendo os dois.
—Vis. Nossa mãe está lhe chamando. —Jace diz.
—Nao está vendo que estamos conversando? —Aemond entra na frente.
—Nao sou cego tio. —Jace diz com deboche e também se aproxima mais.
Aemond se enfurece, era como se Visenya pudesse ver a garganta de um dragão quando ele começa a abrir a boca para cuspir fogo. Quase lentamente a princesa conseguiu ver Aemond indo para cima de Jacaerys mas a tempo se enfiou entre os dois. Puxou o rosto de Aemond para baixo, tentando fazer com que seu olhar encontrasse o dela e pediu: —Por favor, não faça isso aqui. Aemond. —Ele continuava fitando Jacaerys com ódio, ele sempre detestou seu sobrinho e a cada dia que o via no castelo mais aumentava a vontade que sentia de enfiar uma espada em seu peito.
—Aemond! —Alicent o chama distante.
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Love, Blood And Fire - Aemond Targaryen
Fanfiction"A fé dos sete não aprova, nenhum outro reino faz como nossa família , mas isso não significa que não faremos, temos sangue de dragão" Visenya Velaryon é a terceira filha de Rhaenyra Targaryen e Leanor Velaryon (a verdade que todos fingem acreditar)...