•𝐇𝐚𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬•

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Visenya se sentia perdida, já haviam se passado três dias de cortejo e não queria nenhum dos lordes que conheceu. Sentia-se como se todos estivessem ali para tentar um cargo na corte, e ela sabia que era exatamente por isso que tinha tantos pretendentes.
Ela precisava de conselhos, precisava ouvir de alguém que não tinha nenhum interesse ou sentimento por ela o que deveria fazer, ou quem deveria escolher antes que fosse tarde e sua família escolhesse por ela.

—A princesa Visenya Velaryon. —Um guarda anuncia sua entrada no quarto de Aemond.

—Por essa visita eu não esperava. —Aemond vestia seu tapa-olho ainda de costas. —O que faz aqui sobrinha? —Visenya sentia-se instigada em saber como Aemond era sem o tapa-olho

—Vim ver como está meu tio.

—Bem, eu acho... se era só, isso obrigado pela breve visita. —Ele caminhava em direção a porta para abri-la para a princesa.

—Nao!.. não é só isso. Podemos conversar por um momento?

Aemond respira fundo —Diga. —Ele retorna e se senta em uma poltrona grande.

—Eu não sabia a quem mais perguntar, sinto que de todos do castelo voce é o único que não liga para com quem me casarei. —Aemond fica em silêncio ainda ouvindo mas seu olho revira propositalmente ao ouvir aquilo, e então volta sua atenção para Visenya que estava de costas para ele olhando a vista da janela. —Por isso gostaria de saber sua opinião. Quem eu deveria escolher?

—Quero ter certeza que estou entendendo bem, você veio ao meu quarto para que eu lhe aconselhe sobre seu casamento? —Aemond levanta e põe suas mãos para trás ainda observando a princesa. Se você não sabe, eu deveria?

Visenya fica em silêncio. E apenas vira-se para Aemond. Seus olhos se encontram. —Eu não sei o que fazer.

—Deveria casar-se com alguém que goste. Se não gosta de ninguém simplesmente não case-se.

Visenya ri.
Aemond esboçar um sorriso no canto do rosto.

Uma lágrima cai do olho de Visenya. —Se isso fosse possível. Não estaria aqui pedindo conselhos. Sinto que todos naquele salão me farão sofrer de alguma forma. Não quero ter uma vida infeliz e miserável ao lado de um homem que não conheço e muito menos tenho sentimentos.

—Prefere ser a segunda esposa de meu irmão?

—Voce sabe? —Ela se assusta, imaginando se Aegon não poderia ter contado a todos.

—Não tem nada que ele não me conte quando está bebado.
Ele não será seu marido.

Visenya sente seu coração apertado, tenta respirar mais fundo e em sua mente se passavam tantas coisas que não poderia descrever então inconscientemente começa a aproximar-se de Aemond.

Assim que ficam a poucos palmos de distância, Visenya diz em voz baixa: —Sinto que todos as outras casas querem derrubar a casa Targaryen... —Aemond também se aproximava —Sinto que seja qual for o casamento que eu escolher, vou ser apenas um fácil acesso para a ruína. E que vou morrer lamentando. Não apoiarei meu marido e então se tivermos qualquer sentimento perderemos no momento em que se virar contra minha família. Não temos aliados, apenas nossa familia é nossa aliada nesse jogo. —Visenya então olha para Aemond e seus rostos já estavam próximos tanto quanto seus corpos.
—Entende?

O príncipe põe uma das mechas de cabelo da princesa para trás de sua orelha e a olhava profundamente.
Visenya sente o toque de sua mão perto de seu rosto e fecha os olhos.
Por um momento os dois ficam em total silêncio apenas um olhando para o outro secretamente se desejando.
Sua respiração estava acelerada, sentia um formigamento estranho e percebia que não era a única no quarto que estava daquele jeito.

—Não desejo a você um casamento que lhe traga tristeza, mas não posso te aconselhar como deseja princesa. —Aemond diz e sai andando para longe.
Não poderia dizer a ela com quem deveria se casar até por que ele não queria que Visenya noivasse nenhum homem.

[...]

O quarto estava iluminado pelo sol, todas as janelas estavam abertas, o quarto cheirava bem, tinha o mesmo cheiro seu perfume com toque de mel, queria usá-lo de qualquer forma no dia de hoje. Nesta noite haveria o ultimo jantar de cortejo, após o fim do jantar Visenya tinha de apresentar um pretendente para começar a investir no casamento.
Não sorria, mesmo com as criadas tentando alegra-la por estar tão bonita com seu vestido e com uma trança que moldava seu rosto perfeitamente. Achava que ali seria o começo de sua vida adulta e ja que não lhe agradava o começo, que dirá do fim?

—Está pronta? —Jacaerys adentra o quarto.

—Não. —Visenya nem o olha.

—Já estão todos lá, nosso avô está preocupado achando que você não irá, chegou a dizer: "Ela é igual a Rhaenyra, ela vai para o fosso, isso se já não estiver por lá" —Jace ri. Visenya também da um sorriso.

—Se o rei já sabe, acho que farei isso mesmo.

—Posso lhe dar um conselho?

—É claro, estou aceitando todos os conselhos. —Visenya pede as criadas que saiam.

Jacaerys chega perto de Visenya e diz em voz baixa: —Você é minha família, é meu sangue, estaremos sempre ligados e eu me importo com você. —Seu olhar a perfurava, tentando mostrar que dizia a verdade do fundo de seu coração. — Sabe que não terá lugar de muito prestígio já que é a terceira filha, se para ser feliz você tiver que fugir daqui, ir para as cidades livres ou...qualquer coisa... eu lhe apoiarei e ajudarei em sua fuga. Isso lhe prometo. Por mais doloroso que seja para todos.

Visenya sorri.

Suas mãos estavam suadas, seus olhos vermelhos por conta das lágrimas que escorriam. —Obrigada sangue meu. —Os dois se abraçam.

[...]

O jantar estava tranquilo, nem parecia que Visenya escolheria seu pretendente e seria anunciado ali mesmo.

A mãe Rhaenyra a chamou para perguntar o que tinha decidido e para saber se concordaria ou não, Visenya disse a ela que não queria nenhum deles, todos pareciam cruéis e sentia que todos eram um pouco opositores ao reinado de Viserys, e que não queria se casar.

Depois o rei a chamou para fazer a mesma pergunta e Visenya deu a mesma resposta. Mas o rei lhe disse que sempre há opositores e que os casamentos servem para apaziguar futuras revoltas. Depois pediu para que Visenya sentasse novamente em seu lugar.

O Rei, Rhaenyra, Rhaenys, e Ramsay Greyjoy se uniram em um outro salão para conversar.

Visenya estava preocupada, isso não era comum mas ao mesmo tempo ela sabia o que vinha pela frente, Ramsay seria anunciado como seu noivo. O poder de escolha era só uma maquiagem para Visenya conhecer Ramsay melhor, quem escolheria ainda seriam os mais velhos.

Aemond olha para a princesa e em seu olhar era possível ver certo desdém.
Jacaerys também a observa com olhar de piedade e faz um leve aceno com a cabeça.
Aegon estava visivelmente bravo por sua ideia não ter sido levada a sério.

A princesa Visenya se levanta e todos a olham, rapidamente ela sair do jantar.

—Preciso de ar. Com sua licença. —Diz a rainha que continha um meio sorriso no canto da boca.

Corre pelos corredores com medo de ser seguida, não pensava em fugir para longe mas queria um pouco de ar, e poder andar sem aqueles olhares pesados lhe empurrando mais para baixo.

Love, Blood And Fire - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora