•𝐋𝐞𝐭 𝐦𝐞 𝐭𝐚𝐤𝐞 𝐜𝐚𝐫𝐞 𝐨𝐟 𝐲𝐨𝐮•

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Visenya tentava entender tudo que estava acontecendo enquanto era puxada por Aemond pelos becos mais desertos e escuros de King's Landing. Encarava o caminho como uma rota para fugir das pessoas e dos guardas, mas se sentia desconfortável e precisava dizer o que estava entalado em sua garganta.

Puxou seu braço até se soltar de Aemond, ele a olha tentando entender o por que, e então sai andando sem olhar para trás. Visenya entra em sua frente e o impede de passar.

—Você pode me dizer o que esta acontecendo? —Ele fica em silencio. —Por favor.

Era como conversar com uma estátua, nada dizia, quase não se movia, só continuava ali parado a olhando sem nenhuma expressão. Quer dizer, havia um expressão típica de Aemond se formando em seu rosto.

—Se não vai dizer, vou especular. —Visenya andava de um lado para o outro
—Você ficou com tanta raiva por que Aron Martell o venceu nas justas que decidiu vir atrás dele na cidade para confronta-lo.

—Sim.

—Sim?

—Obviamente não, meu irmão me arrastou para um bordel me fez beber hidromel com ele e foder as prostitutas, eu o deixei lá e voltei para as ruas, mas minha mãe não me perdoaria se voltasse ao castelo sem ele.
O Dornes estava na rua, fazendo umas coisas odiosas. —Seu sangue escorria por seu lábio novamente. —Eu só fiz o que deveria ter feito naquele maldito torneio.

O torneio, ele odeia essas disputas, não só seu irmão disse isso como ele também ao encontrar-se com Visenya na grande varanda. Por que então entraria nesse? Ela estava tão curiosa para saber o que eram as coisas que Aron fazia ou dizia antes de Aemond chegar, que nem percebeu quando limpou o lábio de Aemond com a manga de sua blusa já que percebeu que o sangue o incomodava. O príncipe se assusta, e os dois se olham indagados.

—Desculpe-me. —Visenya abaixa o braço—Mas por que entrou em um torneio se os repudia? Gosta tanto assim da vitória?

Aemond fica em silencio, pega na mão de Visenya e olha a manga da blusa que continha sangue de sua boca, depois sem perceber mira seu olhar para os lábios da moça. Tenta respirar fundo.
O que estava acontecendo não era muito comum em sua vida.

A princesa faz os mesmos movimentos, as mãos do príncipe estavam quentes e não era desconfortável, assim que ele fita sua boca, automaticamente seu olhar também vai de encontro aos lábios dele.

—Muitas perguntas sobrinha. —Desvia de Visenya e começa a andar. —Talvez eu as responda qualquer dia. Se não for mandado para a muralha amanha.

—Provavelmente para a forca —A princesa diz se aproximando.

[...]

Visenya estava em um dilema, deveria mostrar a Aemond as passagens secretas que aprendeu? Não sabia se o seu avô tinha ideia sobre isso e se incluíra os outros filhos nesse segredo de família, talvez fosse um segredo que apenas Daemon e Rhaenyra soubessem ou talvez não.

—Por onde entraremos? —Visenya pergunta.

—Por onde saiu esta noite? —Aemond também pergunta, mas quando Visenya estava prestes a improvisar alguma desculpa ele a interrompe. —Vamos entrar pelo portão, todos logo saberão o que ocorreu, não acho que haveria diferença se entrássemos escondidos ou não.

Eles então ultrapassam o portão anunciando seus nomes. Os cabelos de Aemond o entregam antes de seu nome e o tapa olho que usa só completa seu passe livre em qualquer lugar.
Tanto poderia entrar em qualquer lugar que começava agora a invadir os pensamentos da princesa.

Subiram as escadas do castelo até chegarem ao quarto de Visenya, por algum motivo o príncipe fez questão de acompanhá-la até o quarto, em silêncio, ela andava e ele acompanhava um passo atrás como um protetor.
Na porta do quarto havia um guarda se perguntando como ela saíra do quarto sem que ele visse.
O guarda abre aporta para a princesa depois de cumprimenta-la.
Aemond fita Visenya enquanto o guarda lentamente puxava a porta para fechá-la.

—Espera. —A princesa vai até o Príncipe que estava ainda ali na frente, segura em sua mão e o puxa delicadamente para dentro do grande quarto. —Vem. —Ela fecha a porta e deixa o guarda se questionando, Visenya não solta sua mão e continua guiando-o até sentar em sua cama. —Deixe-me cuidar de seus ferimentos antes de ir.

O quarto de Visenya era bem característico, havia belas flores que deveriam ter chegado hoje mesmo no quarto pois estavam perfeitas. A princesa pegava alguns panos e água limpa para cuidar do príncipe enquanto ele a observava andar pelo quarto. Se senta ao seu lado e desamarra o punho da camisa de Aemond para ver o corte que tinha em um dos braços. O príncipe não tirava seus olhos de Visenya, que estava preocupada com a profundidade de alguns cortes.
Pega outro pano limpo para limpar o corte em seu lábio que ainda sangrava um pouco. Aemond se recua quando sente o toque da mão da princesa em seu rosto, mas ela o tranquilizou e voltou a toca-lo. Passava o pano acima de seu lábio com cuidado. Nesse momento seus olhos se encontraram, sem perceber que estavam próximos como nunca antes. Por um momento Visenya parou o que estava fazendo e apenas o olhava quase hipnotizada. Sentia seu coração levemente acelerado e sua respiração um pouco mais ofegante que o normal.
Durante todo esse tempo permaneceram em silencio. Não precisavam dizer nada.

Aemond pega na mão de Visenya e a abaixa afim de ver seu corte, e da mesma forma desamarra o punho da camisa que a princesa usava. Ela vestia roupas de plebeu masculinas mas ainda sim era encantadora. Seu corte estava bem pior que os do príncipe, então ele limpa e começa a fazer um curativo provisório.
Visenya o observava fazer o curativo, olhava cada linha de seu rosto, tudo que via era um príncipe tão perfeito que foi difícil parar de olhá-lo. O jeito que seus cabelos brancos e cumpridos estavam atrás de sua orelha, sua mandíbula linear, não queria assumir para si mesma que estava sendo atraída por aquele verde. Puxa sua mão assim que ele termina e se afasta.

—Eu cuidei de seus ferimentos por que eu devia isso a você, foi muito gentil por me trazer até meu quarto. —Visenya dizia se levantando e andando para longe dele.

—Fiz o que me pediu. —Aemond se dirige a porta do quarto.

—Boa noite. —Ela se vira para a porta e seus olhos se encontram pela última vez antes que o príncipe saísse sem dizer uma palavra.

Love, Blood And Fire - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora