Visenya se escora na parede, sem forças para abrir seus olhos ou para andar. Tentando respirar fundo várias vezes ate que conseguisse sentir que finalmente estava respirando.
Era a hora da calmaria no castelo, e só ouviu-se um grito após a queda, um grito agudo e feminino, lá embaixo.
Visenya precisava sair dali, mas sua visao estava turva, queria chorar e confessar o que fez pra qualquer um que aparecesse em sua frente.Lembrou-se que sua fraqueza não era uma vantagem, assim não poderia deixá-la amostra. Engoliu o choro, tirou seus sapatos e caminhava em passos largos e silenciosos até chegar em seu quarto que não era tão distante.
Agradeceu-se mentalmente ao lembrar que havia mandado o guarda até a porta de Daemon e tinha esperança do homem não ter voltado ainda.
Mas não, o guarda era rápido, e nem poderia ter saído de seu posto, então foi e voltou como se estivesse a cavalo e já estava na porta novamente.Visenya se questionava para onde poderia ir, como poderia chegar até Aemond, já que era o único homem em quem confiaria esse segredo, e talvez, não, com certeza ele saberia o que fazer.
Aquele não era seu quarto, não era como se pudesse achar alguma passagem secreta.
Mas poderia tentar.
Visenya nem entendia como sua mente estava funcionando tão bem a ponto de fazê-la se lembrar de uma falha no chão que tropeçou ainda criança e que descobriu se tratar de um alçapão para os corredores e escadas secretas que ficam por dentro das paredes. Mas, se chegava até Aemond isso não sabia.
Desceu pelo alçapão que ficava no corredor à esquerda de onde empurrou o homem.
Estava no escuro e não sabia para onde andar. Tateou as paredes úmidas e frias enquanto andava pelo fino corredor, estava tremendo e naquele escuro podia ver e escutar Arvid Penrose perfeitamente.Myra me disse que você é um boa pessoa.
Essa frase martelava sua cabeça, assim ficava mais difícil ainda de procurar uma saída do buraco escuro em que tinha entrado. Agora já não sabia mais como voltar, ou achava uma saída ou morreria ali mesmo, de fome provavelmente já que não comeu nada por quase o dia todo.Visenya começa a ouvir algumas vozes, passa por uma rachadura e consegue ver que estava nas paredes do quarto de Jacaerys.
Visenya ainda procurava Aemond, mas Jace também a ajudaria, é seu irmão mais velho e sempre foi um homem leal.
Mas antes que pudesse chamá-lo ou simplesmente abrir a passagem e entrar no quarto, viu que Baela estava com seu irmão, trocavam carícias e risadas. Visenya entendeu algo que não tinha pensado ainda, seus irmãos se casarão, sua mãe tinha Daemon, já era hora de ser a mulher de Aemond, pois no fim so sobraria seu marido ao seu lado, assim como Rhaenys cuidava de Corlys agora enfermo.
Mas antes, precisava não ser acusada pela morte de Arvid.
Os corredores ficavam mais estreitos e úmidos.
A voz de Arvid já estava morando em sua mente e cada vez soava mais alto, era como se seu espírito já tivesse a encontrado naquele lugar escuro.[...]
Depois de andar por tanto tempo que nem poderia contar, Visenya estava cansada. As vezes se achava e sabia onde estava e quase sempre se perdia, aquelas passagens eram feitas para isso, para ajudar e confundir. Sua mente pregava peças o tempo todo, e o desespero de estar presa e perdida colidia diretamente com todos os sentimentos que já estava lidando por conta do que fez.
Apenas quando obteve uma visão parcial da vista da cidade, Visenya descobriu que estava perto de seu quarto já que aquela vista era a mesma de sua sacada. Pensou um pouco antes de dar mais passos e acabar se perdendo novamente.
Finalmente encontrou outro alçapão e decidiu que entraria ali ou morreria nas passagens frias. Empurrou com cuidado mas a pedra pesada faz bastante barulho quando arrastada, e logo pensa que agora seria pega.
Cabelos brancos surgem junto com a luz do lugar onde estava, não eram muitas luzes mas comparado com o buraco em que estava, o lugar era tão iluminado quanto o sol.
Aemond a olha se questionando o que a princesa fazia naquele lugar escuro sozinha, com as roupas molhadas, com os olhos inchados de choro e segurando os sapatos no meio da noite.O príncipe a leva até a cama para que ela se sentasse e saísse daquele estado de choque.
[...]
A princesa continuava estática e em silêncio desde que ele a encontrou, a única coisa que fez foi aceitar a água que o príncipe ofereceu, bebericou duas gotas de deixou o copo de lado.
—Visenya. Pode me dizer o que está acontecendo? Por que quando dormi você estava do meu lado e agora aparece completamente estranha de um buraco no chão.—A princesa continuava com sua cabeça baixa e suas mãos trêmulas.Aemond a toca no rosto e tenta levanta-lo até que ela o olhasse. A princesa estava fraca demais para forçar sua cabeça para baixo e acaba olhando para ele. Sua safira brilhava com as luzes das velas.
—Eu matei dois homens por você, não confia em mim para dizer o que aconteceu? Como posso te ajudar se não me conta.—Eu matei alguém por você também Aemond. —Ela diz quase como um sussurro.
Ele não dúvida, Visenya estava pálida e tão nervosa quanto alguém que acabara de matar outra pessoa. —Quem?
—Arvid Penrose. —Ela Poe as mãos no rosto e abaixa a cabeça.
—Onde está o corpo? —Ele diz e não espera uma resposta. —Diga logo, tem alguma coisa sua por perto?
Ela nega com a cabeça. —Eu o empurrei da janela.
Ele se mantém em silêncio por um segundo para raciocinar o que estava ouvindo. Sua esposa matou um homem, tudo bem, ele realmente não ligava ainda mais se tratando de Arvid Penrose, um homem que nunca nem ouviu falar, era insignificante. Mas por que ela mataria um homem? Um donzela nunca faria tal coisa, ou Visenya era a mulher mais destemida que já conheceu ou cometeu um acidente que vai lhe custar a sanidade.
—Ele estava prestes a te acusar, diria ao rei que mandou matar Ramsay Greyjoy. —Ela diz se justificando. —Ele estava perto da janela grande, parecia ser a única coisa que eu poderia fazer.
—Foi um acidente causado por estresse — Pensou Aemond.
—Eu pensei antes de agir, foi a única opção que encontrei.
—Não foi um acidente então — Aemond se corrige mentalmente.
Visenya era realmente capaz de matar para ter o que quer.Visenya não só matou um homem, mas criou um falso acidente. Arvid estava bebado e cambaleava antes de se separar de seus amigos e encontrar com Visenya no corredor. Como era um corredor sem quartos, não haviam guardas ou pessoa perambulando por ali naquele horário. A princesa tirou os sapatos e os levou nas mãos, e não deixou nenhum resquício de que já esteve ali. Caminhou pelas passagens para que ninguém visse que saiu do quarto. Tem o marido e o guarda como testemunhas de sua inocência. Assim como Aemond também os tem. Isso caso fosse preciso.
A princípio Arvid Penrose bebeu muito durante o jantar, se desequilibrou perto demais da grande janela e acabou caindo.Essa mulher é tão perigosa por matar um inocente quanto por ocultar todas as provas sem pouco perceber.
Talvez Aemond tenha gostado ainda mais dela depois disso. Mas não queria incentiva-la a fazer novamente, não agora, ainda não eram Rei e Rainha para eliminar seus inimigos sem muitas justificativas.
[...]
VOCÊ ESTÁ LENDO
Love, Blood And Fire - Aemond Targaryen
Fanfiction"A fé dos sete não aprova, nenhum outro reino faz como nossa família , mas isso não significa que não faremos, temos sangue de dragão" Visenya Velaryon é a terceira filha de Rhaenyra Targaryen e Leanor Velaryon (a verdade que todos fingem acreditar)...