Capítulo 13

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Flash Back On

Aquelas horas nas quais não se sabe o que está acontecendo, provavelmente, tinham sido as piores de minha vida. Sem notícias, na sala de espera do hospital, eu andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer, sem saber o que iria acontecer.

A sala estava com poucas pessoas e todos pareciam entretidos demais com seus problemas para reparar uns nos outros, então ninguém parecia se importar com o som dos meus passos rápidos de um lado para o outro no pequeno espaço. Minha mente tentava me pregar peças, imaginando o pior, criando realidades que eu não gostaria que se tornassem uma realidade de fato.

E se naquele momento, enquanto eu andava sem rumo na pequena sala esverdeada, o coração de Brianna já estivesse parado? Se ela nunca pudesse mais abrir os olhos? Se não pudéssemos mais construir nossas vidas juntos? Não pudéssemos fazer planos, andar de mãos dadas, dormirmos abraçados? E se ela não tivesse mais a chance de realizar seus sonhos, de sorrir, de ver o céu azul ou ouvir as ondas do mar? E se eu não pudesse mais ter a oportunidade de dizer que a amava e que faria tudo por ela?

Ou se Grace não resistisse? Ela ainda não estava pronta para nascer, faltava quase três meses para isso acontecer e agora eu tinha o risco de nunca conhecê-la. Talvez ela não conhecesse o mundo ou não conhecesse a própria mãe. Todas as possibilidades pareciam assustadoramente perturbadoras.

Minha visão já estava tão embaçada pelas lágrimas que eu mal enxergava o caminho, só o fazia pois já tinha repetido o curto trajeto tantas vezes que já conhecia os obstáculos como o vaso de planta próximo a saída para o corredor ou uma mesa de apoio que ficava entre uma poltrona e outra.

Mas um obstáculo inesperado apareceu em meu caminho de repente e eu parei, me forçando a enxugar os olhos para enxergar o rosto de Brad quando ele falou diante de mim.

-Já teve notícias, Chris? - perguntou, me fazendo balançar a cabeça, com um nó na garganta que me impedia de conseguir pronunciar qualquer palavra.

Sem saber o que dizer, Brad apenas me segurou pelos braços e me abraçou, deixando que eu desabasse sem preconceitos até que me acalmasse minimamente.

-Senhor Hemsworth? - uma voz familiar me fez virar para trás, por mim momento a tensão sendo maior que o desespero e me fazendo parar de chorar para compreender o que o doutor tinha a me dizer. - Brianna está estável. Ela precisa se recuperar e deve acordar em breve, mas deverá ficar em observação para garantirmos que está tudo bem. -O médico falou, me fazendo respirar um pouco mais aliviado, mas a tensão não saiu de meus ombros tão facilmente.

-E minha filha, doutor? - perguntei, sentindo o nó em minha garganta quase me sufocar.

-Ela sobreviveu ao parto prematuro e, embora ainda seja cedo para saber o que vai acontecer nas próximas horas, ela está estável na incubadora. Assim que possível te chamarei para vê-la. - o doutor informou, me fazendo assentir.

-Obrigado, Doutor. Obrigado por salvar elas. - falei, com mais algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto, algumas de alívio e outras de preocupação.

-Elas vão ficar bem. - Brad sussurrou para mim quando eu o puxei para um abraço quase de comemoração.

As próximas horas que se passaram, embora ainda torturantes, foram mais calmas, e quando o doutor voltou a entrar na sala, eu estava sentado, mas me levantei imediatamente.

-Acho que você já pode conhecer sua filha. - o doutor sorriu, fazendo meu coração se apertar ainda mais.

O segui pelo corredor até o final da maternidade, passando por uma preparação rápida, mas intensa para entrar na sala onde Grace estava. A caixa transparente em que ela se encontrava era o suficiente para saber que a situação ainda era de extrema preocupação. Havia máquinas e computadores de última geração ao redor, mas minha preocupação estava na criança deitada dentro da caixa.

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