𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟔

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Acordo no dia seguinte com meu irmão entrando em meu quarto para se despedir de mim, não tinha contado para ele que a Penélope não estaria aqui nessa semana em que ele iria viajar, ele teria dado um jeito de cancelar sua viagem.

Levanto da cama já sozinha em casa, não era algo que eu odiava mas dessa vez parecia solitário, somente Miguel estaria aqui e eu não queria incomodar o menino logo cedo.

Torço para que ele tenha esquecido do meu jogo de vôlei, não era comum eu ter alguém para torcer por mim, alguém que não seja meu irmão, e em todas as vezes que ele não pode ir eu me virava bem sem ninguém para vibrar por mim.

                                          [...]

Já estava na praia, não havia falado com Miguel e estava aquecendo pois o jogo já iria começar, a arquibancada improvisada que tinha ali já estava totalmente lotada, mas não havia ninguém ali que me interessava então não me dei ao trabalho de olhar.

A bola começaria com o outro time, então estava em alerta apenas em me concentrar no jogo, se o meu time ganhasse nós iríamos para a final, eu estava em um time considerado ruim, na verdade, era a primeira vez deles em uma semifinal, e modéstia parte, foi por causa de mim.

Antes mesmo do juíz apitar o jogo escuto gritos na arquibancadas, gritos que me parecem com um "Lili!" e palmas, encaro a mesma à procura de quem fazia o som e lá estava ele.

Miguel estava em cima de uma cadeira e não parava de gritar e bater palmas, ele havia vindo e estava torcendo por mim, um sorriso enorme brota em meus lábios. Ele não apenas tinha lembrado do jogo como também não estava ali "morto" ele estava torcendo, isso me fez me sentir importante.

Meu coração simplesmente dá um pulo em meu peito, esse menino era um sonho, com certeza era o meu sonho.

O jogo começa, e Miguel continua torcendo por mim e gritando o jogo inteiro, me dando o apoio que eu precisava, nunca havia jogado tão bem em toda a minha vida. Tenho certeza que ele estar aqui fez com que isso tenha sido possível.

Eu amava jogar vôlei, mas eu havia entrado nessa do esporte porque eu queria irritar meu pai. Irônico pensar que as vezes nossas escolhas são moldadas por outras pessoas, era difícil ignorar o fato de eu ter começado no vôlei pelo fato de que meu pai não gostava.

Eu achava que se fizesse algo que ele não gostasse, ele talvez me daria mais atenção, deixaria um pouco o trabalho de lado e iria ver o quanto eu era boa em coisas que ele considerava "não boas o bastante para a família" mas ele só se importava com o piano e a matemática, só isso importava para ele. Por isso Tristan era o único a vir em meus jogos, meu irmão era o único que se importava de verdade com oque eu queria, e não oque eu era obrigada a querer.

Nunca reclamei do meu pai, e não é agora que iria fazer isso, mas eu nunca deixei de enxergar os erros dele, tanto comigo quanto com meu irmão. Era notório o quanto ele deixava o trabalho acima de tudo e todos, ele mesmo sabia disso, e mesmo assim continuava com essa ganância.

Ao finalizar o jogo, nós ganhamos com muitos pontos na frente e sem perder nenhum dos sets, não queria me gabar demais, mas se não fosse por mim eles não estariam nem no campeonato.

Miguel corre na areia indo de encontro comigo, e o sorriso do seu rosto transmitia paz e felicidade ele chega próximo a mim e me abraça me girando no ar.

-Você foi incrível-diz ainda sorrindo assim que me solta.

-Você também-vejo suas bochechas corarem e ele me abraça de novo- Eu tô toda suada, você vai ficar melado-ele dá de ombros.

𝐓𝐡𝐞 𝐑𝐨𝐜𝐤𝐬𝐭𝐚𝐫-Miguel Cazarez MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora