𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑𝟒

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Miguel Cazarez Mora.

Hoje era o dia, o dia em que finalmente iria realizar o pedido que venho idealizando a tanto tempo.

Acordo cedo em pleno sábado e vou até o canil mais próximo de mim, para não ter que incomodar minha mãe com isso, já que eu ainda não tinha carteira de motorista.

Minha meta é tentar adotar um pit bull cinza dos olhos azuis, como a Lili sempre sonhou, e espero que eu consiga achar um para adoção, para dar um lar a um cachorro que precise.

Assim que chego no canil escuto um latido mais forte e me viro, estava lá, o tão sonhado cão da pessoa que eu faria de tudo para ver feliz.

Sinto meus olhos marejarem, eu nunca fui sentimental, mas ela trazia a tona todo o meu lado amoroso, carinhoso e tudo de bom que havia em mim.

-Oi amiguinho, você quer vir para casa comigo?-pergunto ao cão me ajoelhando para fazer carinho nele pela grade, vejo seu nome temporário ali "amora"-Na verdade, é amiguinha.

-Bom dia, como posso ajudar o senhor?-um moço alto me pergunta com uma voz seca.

-Eu vou levar ela-digo me levantando e apontando para o local onde a cachorrinha estava inquieta.

-Graças a Deus alguém tirou esse peso daqui-ele diz puxando a cachorra com força fazendo ela choramingar.

-Pode deixar que eu pego-digo empurrando o moço que se afasta da filhote- Para que trabalhar com animais se não tem paciências para os bebês?

-Não te interessa-diz grosso e eu o encaro- Acha que eu tenho medo de você?

-Deveria-minha voz sai alterada, puxo o ar com força tentando me controlar- Se eu fosse você, agilizaria isso.

O homem sai para buscar alguns papéis bufando, e a raiva que eu estava sentindo dele por tentar machucar um serzinho tão puro só aumentava.

Sinto ela me lamber e abanar o rabo, me fazendo sorrir.

-Ela vai amar você, você vai ser a realização de um sonho de uma garota muito especial-digo para cachorra em meu colo e ela abana seu rabo com mais velocidade- É, Lili é a menina que eu pensei não existir, e olhe só para gente-afago a cabeça da filhote- Estamos aqui, você sendo um dos presentes para pedi-lá em namoro, olha como o mundo dá voltas.

Assim que assino os papéis saio com a cachorra no colo, e vou até o pet shop mais próximo, para dar banho nela e comprar alguns acessórios para ela.

Entro e sou recebido por uma senhora que usa os cabelos tudo para cima, seguro o riso para não ser mal educado com a senhora já que ela era muito gentil, tanto comigo quanto com a nova integrante da família.

Enquanto a cachorrinha está no banho vou até os corredores pegar os itens básicos para ela, pego jornalzinho para que ela possa fazer xixi sem sujar a casa da Lili, pego potes de ração e água e já aproveito para comprar o pacote de ração, compro uma coleira e não coloco identificação já que não sei como ela vai se chamar, traria Lili amanhã aqui para colocar identificação.

Meu nome é chamado lá na frente e eu vou, pelo jeito ela já estava com banho tomado.

-Aqui senhor, o pagamento é no caixa junto com as outras coisas que pegou-a senhora diz.

-Tudo bem, muito obrigado-digo e recebo em troca um sorriso gentil da senhora.

Me afasto indo até o corredor de brinquedos para que ela possa escolher qual gostou mais.

Pego uma pelúcia e aproximo dela que logo fica animada.

-Então a senhorita gosta de pelúcias não é?-digo afagando a cabeça da cachorrinha que abana o rabo para mim me fazendo sorrir feito um bobo.

𝐓𝐡𝐞 𝐑𝐨𝐜𝐤𝐬𝐭𝐚𝐫-Miguel Cazarez MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora