𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐

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Acordo no outro dia, sozinha em casa. Já que hoje eu não teria ensaio fotográfico, minha mãe não me acordou para tomar café com eles. E Tristan estava gravando o filme, hoje a casa seria toda minha, e da Penélope, a nossa "babá" ela faz nosso almoço e uma vez na semana limpa a casa. Hoje seria só o almoço, então eu ficaria sozinha o restante do dia.

Levanto da minha cama e olho as horas, já está na hora do almoço, resolvo me trocar e coloco um shorts jeans, uma regata preta e meu chinelo. Vou até o banheiro lavar meu rosto e escovar meus dentes, aproveito e já escovo meu cabelo também, que estava precisando.

Ao sair do quarto, sinto o cheiro de alho e cebola encher minhas narinas, esse era um dos meus cheiros preferidos do mundo, cheiro de comida bem feita, sinto meu estômago roncar dentro da minha barriga só de inalar o cheiro no ar.

-Bom dia Pen-digo entrando na cozinha, e dou um sorriso para mesma.

-Bom dia?-ela pergunta- O almoço já tá pronto, boneca-ela da um sorriso- Tristan e a sua mãe não vem almoçar hoje né?- nego com a cabeça- Fiz a mesma quantidade aí já fica para janta.

-Obrigada Pen-digo indo pegar os pratos para colocar na mesa- Vai almoçar comigo né?-ela acena levemente com a cabeça e escuto ela murmurar um "uhum".

Coloco os pratos na mesa, logo depois os talheres e os copos. Vou até a geladeira e pego uma coca-cola geladinha, e coloco na mesa também, um dos meus maiores, se não o maior, vícios era essa bebida deliciosa, por mais que faça um mal danado a saúde, não conseguia passar uma refeição sem tomar pelo menos um copinho.

Pego meu prato e vou até o fogão pegar a comida, encho o mesmo já que não jantei ontem e estou com muita fome, e também porque a comida da Penélope era incrível.

Me sento na mesa, e a Penélope faz o mesmo, o almoço foi tranquilo, apenas conversas paralelas, e algumas risadas, porém, eu senti falta do Tristan aqui do meu lado me enchendo o saco o almoço todo, meu irmão podia ser um pé no saco as vezes mas eu amava ele com todo o meu coração, e sei que esse sentimento era eterno.

-Você quer ajuda?- pergunto a Penélope ao colocar meu prato na pia, vendo que ela acena negativamente com a cabeça- Ok, a minha mãe me pediu para ver se eu encontrava um negócio no escritório-digo e saio de perto da pia- Assim que você acabar, pode ir embora Pen, obrigada novamente-eu falo e ela me olha.

-Certeza?-ela me pergunta- Vai ficar aqui sozinha mesmo?-apenas faço que sim com a cabeça e saio da cozinha indo até o escritório, é só grito um "Tchau, Pen até amanhã".

Entro no escritório e vejo que o meu piano está ali, intacto. Eu disse para minha mãe que não queria que ela trouxesse ele do Japão, já que era algo que o meu pai me ensinou a gostar, e eu não me sentia bem fazendo sem ele. Papai amava quando eu tocava meu piano, ele dizia que poderia passar horas vendo eu tocar e ele não ficaria nem um pouco entediado, eu sinto falta dele.

Tocar piano antes da morte do meu pai, era a minha verdadeira paixão. Como era leve e espontâneo o jeito que eu tocava, eu me sentia bem ao fazer isso, e me sentia melhor ainda sabendo que isso orgulhava meu pai e meu irmão.

Tristan falava a mesma coisa que meu pai, quando viemos para LA, ele sempre me pede para tocar para ele e eu sempre invento desculpas. Nunca falo sobre o papai, ou qualquer coisa que aconteceu comigo no Japão, sempre fui boa em sentir as coisas intensamente mas sempre fui melhor ainda em escondê-las.

Ignoro completamente a existência do meu piano, e vou até as gavetas procurando o pen-drive que a minha mãe pediu que eu achasse, pois era onde estava algo que ela precisava, oque me deixou curiosa mas eu tentei ignorar essa sensação. Acho ele embaixo de uns papéis que não me interessei em ler, e o pego. Escuto o barulho da porta da frente sendo fechada, e olho novamente o meu piano, agora sabendo que estou sozinha em casa, se eu tentasse toca-lo não teria testemunhas caso eu falhasse ou tivesse uma crise de choro.

𝐓𝐡𝐞 𝐑𝐨𝐜𝐤𝐬𝐭𝐚𝐫-Miguel Cazarez MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora