(REESCREVENDO) Amigo do meu irmão - Kim Seungmin

004 - Tarde de filmes

ACORDO NA MANHÃ SEGUINTE COM O despertador tocando. Um suspiro me é tirado enquanto eu jogo um de meus travesseiros longe.

-Ahhh, mais 5 minutinhos.... - falo desligando o despertador e apertando o botão de mais 5 minutos.

Mas esses foram os cinco minutos mais rápidos de minha vida. Fecho os olhos e, quando finalmente consigo pegar no sono novamente... o alarme toca de novo. Solto um bufo da mais pura irritação e desligo o celular com brutalidade.

Sento-me na cama e retiro os cobertores de cima do meu corpo, meus olhos ainda tentando permanecer abertos. Meu corpo se arrepia com ofrio repentino, desejando poder retornar para debaixo das felpudas cobertas, mas estou com tanto sono que mal tenho forças para me mexer.

-Às vezes, em momentos assim, que abandonar o ensino médio não parece uma má ideia. -digo sonolenta, levantando da cama e tenho absoluta certeza de que estou andando feito um zumbi em direção ao banheiro

Após fazer as minhas higienes rotineiras de todas as manhãs, eu saio do banheiro e vou para o closet, coloco o meu uniforme e um moletom branco por cima. Coloco um all star cano alto branco, faço um penteado, passo desodorante e perfume, arrumo a minha cama, pego a minha mochila, meus fones e meu celular e saio do meu quarto.

Após terminar de descer as escadas e andar alguns passos até a cozinha, avisto Hyunjin já tomando seu café da manhã, mas não vejo meu pai.

-Bom dia - eu digo enquanto me sento e deixo minha mochila no chão

-Bom dia - o garoto responde dando um pequeno sorriso

Eu me sirvo da comida que estava na mesa e o silêncio continua predominando entre nós dois.

É estranho o pai não comer conosco. Será que ele está dormindo ou já saiu?

-O pai foi mais cedo para o trabalho - fala Hyun como se pudesse ler meus pensamentos

-Ah, eu estranhei mesmo que ele não estivesse aqui

Nós continuamos comemos em silêncio e assim terminamos nossa refeição, limpamos a sujeira que fizemos e saimos de casa. Desta vez iremos caminhando.

Andamos calmamente pelas ruas vazias de Seul em silêncio. Está frio, por estar muito cedo, e o vento gélido bate contra meu rosto, jogando meus fios para trás.

Um silêncio completo e confortável permanece entre nós dois, que não gostamos de conversar ao acordar.

O tempo passa surpreendentemente rápido, e quando menos percebo, chegamos na enorme prisão, nomeada por alguns de escola.

Caminhamos pelos corredores comumente lotados, e logo chegamos na nossa sala. Nos sentamos em nossos lugares e os meninos ficaram conversando, enquanto eu ficava ouvindo música nos fones de ouvido, meus olhos fechados enquanto eu quase pego no sono.

Eu apenas quero ir embora.

Após alguns minutos que para mim passaram rápidos até demais, o sinal toca (para a infelicidade de todos). Uma professora velha, que chuto ter uns 55 anos, de cabelos negros com vários fios brancos espalhados, leves rugas na pele e um olhar de ódio, demonstrando que nem mesmo ela queria estar aqui. Assim que ela entra na sala, deixa suas coisas na mesa de madeira e começa a escrever na lousa, sem nem mesmo nos dar um "bom dia".

Sem vontade nenhuma de fazer a lição, eu pego o meu caderno de desenho na minha mochila, pretendendo fazer alguns desenhos aleatórios para me distrair, e assim que o abro, me deparo com um desenho. Meu e de Lucas.

Eu havia desenhado uma foto nossa para comemorar nossos 3 anos de relacionamento. No desenho, nós dois estávamos meio abraçados enquanto sorriamos apaixonados, bom, pelo menos eu estava. No desenho eu estava segurando um enorme buquê de flores que ele havia me dado minutos antes da foto, dizendo que eu era única na vida dele e que ele sempre ia me amar. Que piada. Provavelmente nessa época ele já estava me traindo.