1.4| eu te amo

965 98 69
                                    

—meu amor? O que aconteceu? —acordo com os gemidos chorosos de Yamaguchi, preocupado. Eu ainda estava sonolento, porém o choro de meu esverdeado foi audível aos meus ouvidos.

Nós estávamos em mais uma noite em que revezamos os quartos para dormirmos juntos —dessa vez nos residíamos em meu quarto— e, em meio à noite, senti meu príncipe tremendo em meus braços e molhando meu pijama com lágrimas. O que me deixou mega preocupado, já que isso aconteceu repentinamente.

Yamaguchi tentava se explicar, soltando sílabas sem nexo algum. Seu corpo abraçava ao meu buscando o mínimo de aconchego que seja, enquanto apertava fortemente seus olhos, o que só piorou sua situação.

—meu amor... se acalma —deixo beijos em sua nuca, em uma tentativa de aconchega-lo. O que da certo, já que aos poucos seu coração desacelerava— quer que eu  busque alguma coisa para você? Água, chocolate, o gatinho de pelúcia...

—n-não precisa, tsukki... —Yamaguchi respira fundo, virando seu corpo a mim— eu já tô melhor agora —ele da a desculpa, beijando a ponta de meu nariz.

Essa história não me convenceu.

—vai, Yamaguchi... me fala o que aconteceu... —acaricio seu rosto com meu dedão, aproveitando para arrastar seus resquícios de lágrimas para longe de seu rosto.

—e-eu não quero te preocupar, tsukki... —Yamaguchi insiste, colando nossos corpos.

—tudo bem, meu amor, pode contar. Eu tô aqui pra ouvir —deixo selares em seu rosto, acariciando sua cintura.

—tá tudo sendo só... uma merda —ele enfia sua cara em meio de meus peitos, fungando— meu pai não me aceita, eu não vou poder ter filhos, minha mãe tá doente... —sua voz chorosa recita seus problemas, enquanto seus olhos voltavam a marejar— e você é o único que não me faz sentir um lixo, e eu sei que uma hora, você vai voltar para o submundo... —suas lágrimas começam a molhar meu pijama novamente, enquanto eu tentava ao máximo o aconchegar em meus braços.

Yamaguchi nunca citava sua mãe em nossas conversas, nem que sejam as mais profundas, então eu apenas assumi que era algo difícil para ele falar sobre. Porém eu não fazia ideia que ela estava em estado hospitalar, e infelizmente, eu sei como é passar por isso.

—Yamaguchi, você é a pessoa mais forte que eu já conheci em minha vida toda, eu eu sei que sempre estarei ao seu lado. Quando meu momento aqui no céu acabar, eu vou fazer de tudo para reencontrar com você, nem que isso seja te assumir publicamente e enfrentar seu pai por conta disso —deixo um selar em sua testa, acariciando suas bochechas— eu sei que isso é uma merda que parece que nunca vai acabar, mas acredite que vai, de um jeito bom ou ruim. E mesmo na pior das hipóteses, vai ser aliviador, já que seu sofrimento vai passar —retiro os últimos resquícios de frases motivacionais que vem em minha mente, tentando tranquilizar meu príncipe.

A cada lágrima que caia de seus olhos, meu coração se sentia picotado, é inegável minha paixão por ele. As palavras que saiam de minha boca não passavam de desespero, já que nem eu sei ao certo se elas são verdadeiras, mas já estava me entristecendo ver Yamaguchi naquele estado. Então essa foi minha reação momentânea.

—eu te amo. —cito, mesmo com medo de sua reação.

E meu medo era real, pois Yamaguchi começou a chorar mais ainda.

—d-desculpa —ele tentava formular uma frase em meio de soluços— e-eu não tava esperando por isso... desculpa, eu tô nervoso... desculpa...

—ei, pare de se desculpar, Yamaguchi. Você não tem motivos a isso —corto o garoto, beijando suas bochechas— eu entendo se você não sentir o mesmo, não faz muito tempo que a gente tá ficando e-

—n-não! Tsukki! —ele me corta, limpando suas lágrimas continuas— eu te amo também, mais do que você pode imaginar —meu príncipe sorri, aproximando nossos rostos— me beija, tsukki!

—Bobo.

Uno os nossos lábios imediatamente, iniciando um beijo lento, por conta da sonolência de ambos. E como de costume, minhas mãos pairam sobre a cintura de Yamaguchi, enquanto suas mãos alcançam minhas bochechas.

Ele murmurava uma frase que se parecia com "eu te amo" repetidas vezes ao meio do beijo, o que me fez sorrir. Eu realmente amo ele.

—eu te amo, eu te amo, te amo, te amo, te amo! —e afirma rapidamente, balançando suas pernas em meio as cobertas.

—calma, Yamaguchi, a gente tá no meio da noite —rio com sua atitude, deixando dois selares na ponta de seu nariz— eu também te amo!

—eu queria poder passar o resto da minha vida com você! Só que eu sei que não vai ser possível... —Yamaguchi enfia suas pernas em meio às minhas, pensativo.

—sabe... eu tava pensando nisso esses dias e... eu falei com o Akiteru sobre isso... —assumo, recebendo a atenção de meu príncipe— e ele falou com o meu pai... —Yamaguchi fez uma feição de medo, apertando meu braço— e-ele não falou que é você a pessoa! —o garroto solta o ar preso em seus pulmões— e o meu pai me ligou pra discutir sobre isso.

—e o que ele falou?! —Yamaguchi pergunta, curioso com a reação de meu progenitor.

—ele falou que iria dar um jeito, mas ele conhece o seu pai... ele sabe que não aceitaria eu ficar aqui por causa de um homem —bufo, passando minhas mãos pelas madeixas loiras. Yamaguchi enfia sua cara em meu peito, em uma tentativa de me tranquilizar— e ele descobriu sobre a gente.

—QUE?! —Yamaguchi grita, levando suas mãos a sua boca.

—fala mais baixo, merda —repreendo-o, rindo— tudo bem, meu amor, ele aceita a gente. Ele só vai achar difícil arrumar essa situação com o seu pai.

—eu sei... eu queria poder mudar isso... —o meu esverdeado cita, formando um beiço em seus lábios.

—eu já tenho uma ideia do que fazer... —comento, sorrindo ao garoto— quando você virar rei, você pode fazer um acordo com o Akiteru, ou com o meu pai, se ele ainda for o rei, e vocês podem falar sobre fazer uma lei que permita anjos e demônios transitarem entre os reinos... e autorizar o nosso casamento! —sorrio, ao sentir Yamaguchi corando por conta da minha fala.

—s-seria ótimo! Mas eu acho que pessoas com o pensamento do meu pai não vão gostar nada disso... —o garoto comenta entristecido.

—e quem liga para eles, Yamaguchi? Até lá só vai sobrar os filhos deles. E pode ter certeza que eles vão nos apoiar com isso... —sorrio, tentando encorajar Yamaguchi.

—eu espero...


OLHA QUEM VOLTOU, NÃO É MESMO?

ENFIM, CONVERSEM COMIGO QUE EU TAMBÉM TAVA COM SAUDADEEEE 😭

Enfim, o cap de hoje eu tentei conversar um pouco com o futuro dos garotos, já que eu acho um assunto que eles não podem ignorar.

Eu eu tentei ao máximo deixá-lo agradavel tanto para mim, quando para vocês, então, caso tenham alguma coisa que acham melhor eu mudar, avisem!!

Não esqueçam de comentar e do votinho, e beijinhos! Amo vocês <3

As rosas de um demônio || tsukkiyama [Sendo reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora