0.2| nanico filho da puta

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—shhh, não chora... eu 'tô aqui —tento tranquilizar o garoto, mesmo não sendo meu ponto forte.

—ew não aghuento mais isho tswkishima —o garoto se lamenta entre soluços, com sua cara enfiada em meu peito. Seria uma cena bela, se não levarmos em conta o contexto dela— ele sembre volta a falar shobre isso, falandw pra eu mudar, mas nau é tão fachil assim! —ele continua molhando minhas vestimentas com lágrimas e baba, mas não é como se eu me importasse ou algo do tipo, eu apenas queria... poder reconforta-lo.

Mas... como faria isso? Nunca tive uma fama boa, e diria que sou uma pessoa que mais chateia do que ajuda as pessoas. Só que... tem algo nesse garoto que me faz querer vê-lo bem, não entendo mundo bem este sentimento.

—quer ir pro meu quarto? —sugiro, vendo-me sem outras opções. Provavelmente teremos uma maior privacidade e estarei a vontade para ajudá-lo de algum jeito. Ele assente com a cabeça, ainda que entre meu peitoral.

Com cautela, o pego no colo e caminho até o quarto paralelo ao anterior, fechando a porta de maneira delicada, para não machuca-lo, e coloco adequadamente Yamaguchi deitado na minha cama. Ele suspira pesado, arrastando raivosamente seus dedos por onde as lágrimas trilharam anteriormente, deixando sua pele avermelhada. Era uma pena, uma face tão bonita como aquela estar irritada.

—eu sou uma aberração Tsukishima, uma aberração! —em um berro, Yamaguchi filho assusta-me— Mas eu não consegui me controlar e me apaixonei por um homem! Vê o quão... horrível isso é?! —agora suas lamentações viraram insultos a si mesmo. O quão deprimente seu pai foi consigo, ao ponto de fazer ele pensar desta maneira?

Hora ou outra ele coçava seus pulsos, de uma maneira muito sútil, mas que não passou despercebida por mim. Claramente tinham cicatrizes recém fechadas naquele local, a pesar de serem muito finas. Novamente me pergunto: o quão ferrado seu psicológico está, para fazê-lo pensar desta maneira e agir desta forma?

—Yamaguchi, se acalma, por favor! —elevo o meu volume de voz, tentando não deixar ela em um tom de insulto. O garoto se cala, subindo com aquelas grandes pupilas curiosas o seu olhar até o meu— vem, eu vou fazer um chá a você, precisa relaxar.

—m-mas... não quero te causar proble-

—Yamaguchi, olhe para mim —alcanço seu queixo com a ponta de meus dedos, sorrindo de ladino ao sentir aquela pele macia sobre meus dedos, e levanto levemente seu rosto— você está tenso, precisa respirar, se acalmar e relaxar, o mínimo que eu posso fazer é um mísero chá —subo as mãos até seu maxilar, fazendo um leve carinho na região. Sua pele era realmente muito, muito macia— prefere chá preto, ou chá de flor de laranjeira?

—f-flor de laranjeira... —o garoto comenta, esquivando-se de meus dedos, e corando. Realmente adorável.

Solto um breve riso, levantando-me e indo até a chaleira elétrica que tinha em meu quarto —mimo de meu pai—, ligando-a e esperando a água ferver. Enquanto isso, alcanço o pacotinho, mostrando para o garoto como uma última forma de assentimento. Ele abre um mínimo sorriso, o que eu considero a confirmação para que ele estava realmente a fim daquele sabor.

Rasgo o pacote com meus dentes, uma mania que adquiri com meu amigo Osamu —outro amante de chás—, e o deposito dentro da xícara com uma estampa verde, da sonserina. Encaro aquele rosto bonito novamente, só que desta vez, ele estava totalmente corado, enquanto os olhos de Yamaguchi corriam por todo o quarto, como se estivesse evitando os meus. O que havia acontecido?

Ao ouvir um barulho agudo vindo do eletrodoméstico, vejo que a água estava no ponto correto, e então a despejo dentro da caneca, e logo entrego ao garoto, que abre um belo sorriso antes de tomar seu primeiro gole.

As rosas de um demônio || tsukkiyama [Sendo reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora