Extra| o ano novo de Hinata

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Hinata's p.o.v.

Eu, com toda certeza, era um grande apreciador de feriados. Eu amava o sentimento de se reunir com sua família e amigos, e também amava tirar uns dias de folga do palácio.

Mas o ano novo não era um deles.

Ano novo, vida nova. Essa era isso que todos falavam para mim, e esse ditado nunca foi tão real quanto é na minha vida.

Ao meu décimo quarto ano novo, meu cachorro de longa data faleceu.

Ao meu décimo sexto ano novo, fora expulso de casa por conta de ser gay, por meu próprio pai.

Ao meu décimo nono ano novo, eu descobri a sensação de se automutilar.

E ao meu vigésimo ano novo, eu quase morri. Intencionalmente.

Eu me recuperei a pouco tempo, diga-se de passagem. Faz mais de sete anos que trabalho no castelo, já que quase-que-supliquei ao rei me dar uma vaga após ter sido expulso de casa. Ele aceitou, a condição de que deveria cuidar com unhas e dentes seu filho. Mas isso não foi motivo para eu me recuperar de meus traumas passados.

Mas... Kageyama me ajudou com eles. Eu sou muito, muito grato a ele.

Conheci o garoto quando comecei a vida no palácio, bem, e o moreno foi quem me ajudou em todo o processo de aprendizado e conhecimento das regras e maneiras de produzir meu trabalho. Mas não só isso...

Ele virou meu melhor amigo, e depois de o mesmo, sem querer, escapar sua sexualidade, nos tornamos namorados. Esse garoto me salvou de vários momentos difíceis que tive... sempre esteve em meu lado em cada momento difícil que passei, e mesmo eu sendo um depressivo em diversos momentos, ele nunca se cansou de mim, e sempre teve paciência.

Mas... há três anos atrás, minha mãe morreu. O meu Porto Seguro, a pessoa que me salvava dos ataques de meu pai, a minha melhor amiga... morreu. E, mesmo com o amor de minha vida ao meu lado, meus pensamentos suicidas tomaram conta da minha cabeça e eu tentei contra minha própria vida pela primeira vez.

Tomei muitas... muitas doses de um remédio cuja tratava meus problemas psicológicos, e estava destemido que iria morrer naquela noite, daquele ano novo.

Mas quem salvou-me foi o Kageyama. Oh... meu Kageyama. Ele fez-me cuspir os remédios que estavam prestes a serem engolidos e fez-me vomitar os já tomados.

Naquele ano, fora a primeira vez que vi-o chorar. Chorar muito. Ele ficou horas discutindo comigo de como eu não deveria fazer isso, e dava argumentos do tipo de que eu não encontraria minha mãe caso cometesse o ato, de que pessoas importantes sentiriam muito minha falta e de que isso não tiraria a dor que sentia. E ele estava certo.

Ele fez-me prometer de que nunca mais faria algo do tipo... e bom, cá estou eu.

Kageyama sabe de meu problema com essa data comemorativa, então ele sempre é dez vezes mais cuidadoso quando a data chega. Mas isto significa de que ele fica muito mais ciumento e superprotetor do que já é.

Ele, no ano novo passado, acabou brigando com Sugawara —uma total poc, diga-se de passagem— por estar estar dando em cima de mim. Como pode pensar isso? Parece que ele não aprendeu a regra que: passivos não namoram passivos. Ativos não funcionam com ativos.

E bom... hoje é um dia de ano novo. E eu quero saber o que será de mim, e dele, hoje.

—bom dia, minha luz —sou despertado com uma voz, incrivelmente rouca de como alguém que acaba de acordar, e diversos beijos sendo espalhados por meu rosto. Sorrio minimamente por conta disso.

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⏰ Última atualização: Dec 31, 2023 ⏰

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As rosas de um demônio || tsukkiyama [Sendo reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora