2.6|irmão

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—olá, senhor Yamaguchi. —cumprimento tal autoridade, mantendo minha face seria.

—olá, Kei... não imaginei que iria estar aqui. —o homem, mesmo que um pouco amedrontado, mantém sua face questionadora e preconceituosa sobre mim.

E ela se transforma em desgosto, ao encarar minha mão entrelaçada a de Yamaguchi.

—hm... quem lhe deu a permissão de entrar a meu reino? —desconfortável, o rei pergunta, ainda olhando-me de cima-para-baixo. Meu garoto parecia querer sair da situação imediatamente.

—acho que ela não seria necessária, pois sabemos muito bem que, caso você expulsar-me daqui, o povo não lhe perdoaria —ameaço-o, apertando ainda mais nossas mãos, fazendo meu garoto repreender-me pela dor.

—você tem razão... por qual motivos está aqui, então? —desistindo, o pai de Yamaguchi suspira, cruzando seus braços e cambaleando seu corpo ao lado oposto do anterior.

—acho que sabe que temos alguns assuntos pendentes, sim? Vim resolvê-los —dou a breve explicação ao homem. Ele sorri de ladino.

—muito bem... entre, então.

—$—

—você tem certeza de que quer fazer isso, Tsukki? —Yamaguchi, ainda que receoso, sussurra em meus ouvidos, preocupado de como seguiria o rumo da conversa entre sogro-e-genro.

Beijo-o como resposta.

—então... por onde quer começar? —o rei, analisando-nos de cima-para-baixo, novamente, questiona. Cruzo-me os braços a tentativa de estar ao seu perante.

—acho que devemos discutir sobre a partida de Yamaguchi, sem a sua autorização, senhor —suspiro profundamente, controlando a ansiedade que arrepia a todos os meus pelos.

—concordo... —pela primeira vez, o esverdeado se posiciona na conversa, deixando-me boquiaberto, internamente, e orgulhoso do rapaz— me desculpa pai... mas eu não me arrependo de ter feito isso. Tenho a certeza de que você nunca iria me deixar ir até o submundo para sequer prestigiar o casamento de Akiteru... ainda mais depois de todo esse escândalo! Eu, de coração, espero que entenda meu lado...

O ar preso em seus pulmões se sessam, enquanto duas pequenas lágrimas —limpadas por mim— escorriam de seu rosto, provavelmente por conta de seu nervosismo. Nunca pensei que chegaria a presenciar alguma situação como essa, originada pelo próprio Yamaguchi.

O Yamaguchi. Meu Yamaguchi. Aquele garoto tão pequeno, tão sensível, tão submisso... enfrentando seu pai e não fingindo apoiar suas ações, amadurecendo e sendo forte... Oh, isso me emociona tanto...

—Tadashi —a voz do rei soa mais sombria do que devia, fazendo-me voltar ao mundo real, e ficar alerta com o que pode acontecer daqui a pouco— você sabe que suas ações sempre irão ter consequências... e também sabe o que aconteceu da última vez que me desrespeito-

—se você ousar encostar um dedo nele, eu juro que irei revidar —atropelo-o, irritado a cada nova sílaba que sai de sua boca.

E então, percebo que ambos os Yamaguchis entraram em choque com minha fala.

Certo, reconheço que fui um pouco —muito— insensível na maneira de falar com o rei de uma enorme nação, e que facilmente faria uma guerra atracar sobre os reinos, porém eu não aguentaria ficar calado quando ele age assim com meu príncipe.

Esse velho me dá nos nervos.

—perdão? O que você disse? —desacreditado, o rei questiona, arqueando uma de suas sobrancelhas. Sua expressão não demonstra raiva, apenas... confusão.

As rosas de um demônio || tsukkiyama [Sendo reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora