Capítulo 34: Dias de inverno

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O inverno chegou com força total. Fazia frio e a neve começou a cair fazendo com que todos se refugiassem dentro do castelo ou nas suas casas na vila.
Mesmo debaixo da intempérie, Theo costumava fazer uma ronda habitual para a ver se tudo transcorria com segurança no reino.
Seus súditos gostaram dessa atitude do rei, que estava atento para o bem estar de seu povo. E o que ele viu todos trabalhando com vigor, fazendo seus afazeres, cortando lenha, preparando cozidos e cuidando dos animais.
Uma manhã, depois que fez a ronda, Theo já estava indo para o castelo quando uma criança atravessou o seu caminho correndo e ele para não machucar o pequeno, fez um desvio rápido com seu cavalo e acabou caindo em um dos buracos abertos para fazer uma paliçada.
Alguns camponeses que estavam ali por perto, correram ao encontro do rei e viram que ele estava desacordado.  Uma pequena patrulha que acompanhava Theo o socorreu imediatamente e o levaram numa maca improvisada com uma manta diretamente para o castelo.
Margery estava no salão principal aguardando o cozido de carneiro que Ette havia lhe preparado, quando viu o marido entrar carregado por seis homens.
Ela correu ao encontro do rei que foi colocado no chão por seus cavaleiros.
-O que aconteceu? O que aconteceu com  sua majestade?
Um guarda bem jovem e assustado que havia presenciado o acontecido, relatou rapidamente para a rainha o acidente em que o rei havia se envolvido.
-E a criança? Está bem?
O guarda assentiu.
-Graças a sua majestade sim.
Margery passou a mão pelo rosto de Theo. Ele estava branco como a cera da vela.
-Levem sua majestade para o quarto e chamem imediatamente Alesander.
A rainha acompanhou os guardas, dando ordens para que  carregassem o rei com cuidado.
Nesse momento alguns nobres e Lorde Joran apareceram e queriam tomar a frente dos cuidados do rei, mas a rainha não permitiu.
-Eu mesma cuidarei dele.
Assim que colocaram Theo em sua cama, ela molhou um pedaço de linho e passou por sua testa.
-Oh meu querido! Theo, Acorde por favor!
Mas Theo não mexeu um músculo sequer. Ele estava estatístico, sem demonstrar nenhuma reação.
Assim que o Boticário chegou, Margery o interpelou angustiada.
-Veja o que pode fazer Alesander. Salve meu marido!
O Boticário imediatamente abriu sua sacola de medicamentos e começou a examinar o rei.
Ele havia feito um galo do lado direito da cabeça, mas não havia mais nenhum ferimento aparente.
-Não parece ser grave milady. Vou lhe dar um chá para combater a dor e fazer um curativo na cabeça de milorde.
Margery estava andando de um lado para o outro aflita. Ela estava assustada com a palidez do marido.
-Tem certeza que não é nada grave?
O Boticário, que estava enfaixando a cabeça o rei, respondeu distraído.
-Possivelmente não. Sua  majestade é forte como um touro. Ele se recuperará em breve.
Margery entretanto não tinha tanta certeza. O estado geral dele não parecia de uma pessoa que iria se recuperar prontamente., mas Theo confiava em Alesander, então ela resolveu dar um crédito ao velho Boticário também, que terminou por fazer uma infusão de ervas para lhe acalmar os nervos.
Assim que ficou sozinha com o rei, Margery tirou as botas pesadas e molhadas e com muita dificuldade conseguiu tirar  o  colete de couro,tentando deixar ele o mais confortável possível.
Sentada na beirada da cama, Margery fez um carinho no rosto do marido. Há tanto tempo não o tocava! Ela sentia tanta falta dele e  da maneira como se entregavam ao fazerem amor. Não demorou nem mais uns minutos, Margery bocejou.
A infusão do Boticário começava a fazer efeito e então, ela foi para o outro lado da cama, deitando ao lado do marido, que permanecia imóvel. Margery entrelaçou suas mãos com as de Thei e pegou no sono  imediatamente.
Algumas horas depois, sonolenta, ela sentiu que estava sendo tocada levemente no ventre. Acordou assustada, e se viu deitada de costas para Theo, que tinha suas partes íntimas eretas pressionadas contra seu corpo. Margery deu um pequeno sorriso. Pelo jeito, a infusão de Alesander não somente curou o rei, como o fez desejá-la novamente!
Então ele a ficou nos seios duros e inchados pela gravidez e ela gemeu baixinho.
Theo então começou a beija-la no pescoço, e desceu suas mãos grandes até seu ventre novamente e o acariciou. Margery ficou emocionada com o toque carinhoso. Ela esperou tanto por esse momento!
Então, Theo desceu suas mãos até sua intimidade e a tocou levemente. Ela estava úmida de desejo!  Theo suspirou e pressionou seu corpo contra o corpo feminino. Devagar ele levantou sua camisola longa e a acariciava nas pernas e ventre, beijando no pescoço enquanto ela gemia a cada toque que ele lhe dava.
Ele então tirou suas calças sem se levantar e a penetrou devagar. Eles não falavam nada. O silêncio os acolhia e somente o barulho de suas  respirações e os gemidos sussurradas  enchiam de vida  o quarto  às escuras.
Ele a penetrou com um pouco mais de força, e ela parou, controlando com seu próprio corpo o ritmo dos dois.
Margery não sabia se era apropriado fazer amor grávida, tinha medo de machucar o bebê e por isso, o guiou  num ritmo lento, e quando alcançou o clímax, ele a acompanhou.
Em silêncio, Theo a abraçou e em poucos minutos, ele ressonava tranquilamente. Margery ainda ficou uns minutos acordada, pensando se  o que acabara de acontecer era um sonho. Ele não falou nada durante a relação. Não a beijou nenhuma vez na boca e dormiu tão logo pôde.
Ela se sentiu incomodada com aquela situação. A distância entre os dois era enorme, e aquele momento que tinha sido prazeroso e permitido, de repente  estava gerando dúvidas e tristeza .
Enquanto pensava sobre o que acabara de acontecer, Theo  sentou-se na cama subitamente e deu um gemido de dor segurando a  cabeça com as duas mãos.
- O que aconteceu? O que aconteceu comigo?Margery estava de joelhos na cama, tentando acalma-lo. Sua roupa estava desajustada e seus cabelos longos caiam sobre seu seio bojudo.
-Milorde salvou uma criança da morte, mas infelizmente caiu do cavalo e bateu a cabeça no chão.
Theo a olhava sem entender. Ele simplesmente não se lembrava desse acontecimento. Não se lembrava!
Margery ficou assustada com as feições de seu marido. Ele parecia confuso e inerte. Theo deitou-se novamente. Sua cabeça doía terrivelmente.
Margery se aproximou dele e o tocou no braço exposto pela túnica.
-Você está bem?
Theo a olhou com atenção e cuidado.
- E você quem é?
A rainha deu um sorriso tímido, duvidando se a pergunta era verdadeira ou não.
-Não se lembra de mim?
Theo tocou uma mecha dos cabelos brilhantes  absurdamente bonitos.
-Não. Quem é você?
Sentindo que seu coração acelerou, Margery colocou a mão sobre o peito. O significava aquilo? O que lhe dizia? Ele não lembrava de quem era ela? O que estava acontecendo ali?
-Sou Margery, sua esposa e rainha . E você é Theobald, meu marido,  e rei dos reinos de Brugnaro e Walden.
Margery viu que os olhos de Theo mal conseguiam ficar abertos. Ele estava num estado de sono e semi inconsciência. Margery sabia que havia alguma coisa de muito errado com seu marido. Assim que ele dormisse, mandaria chamar Alesander.
-Deite-se ao meu lado minha linda esposa. Quero dormir com você.
Margery sentiu o coração acelerar.
Era tudo o que ela mais queria! Mas sabia que aquilo não era normal. Havia alguma coisa de errado com ele e ela iria descobrir o que era.
Levantou- se da cama e jogou um manto de peles sobre o ombro.
-Aonde você vai?
Margery foi até ele, e o beijou levemente na boca.
-Vou buscar alguém que possa trazê-lo de volta para mim, querido marido.
Theo sorriu e seu semblante a se transformou. Como ele era bonito!
-Eu já estou aqui minha rainha.
Margery sentiu uma lágrima rolar pelo seu rosto.
Seria fácil confirmar aquilo. Seria fácil transformar aquele momento de fragilidade, num ponto favorável a seu  favor. Mas havia feito uma promessa de não mentir mais para ele, e por isso, tomou a decisão de convocar Alesander imediatamente.
-Não está não, meu rei. Vou sair, não me demoro.

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