Capitulo 4: Ainda não é a hora?

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Margery passou um ano aproximadamente com o grupo de mercenarios de Svern. Aprendeu a lutar, a usar a espada e o arco e flecha. Ela tinha foco e disciplina, porque o que mais queria era poder voltar pra Brugnaro e tomar o trono de seu pai.
Ela conhecia Theobald apenas de ouvir falar. Sabia que estão filho bastardo de Petrus que fora criado pelos Reis de Dalibor e Craig até retornar como rei coroado pelo próprio imperador.
Aos quinze anos, a idade que praticamente viveu reclusa não se importava com as intrigas e conflitos dos reinos próximos. Ela tinha suas próprias prioridades e elas eram todas em se divertir e ser feliz o máximo que pudesse. Era como um presságio do pesadelo que viria logo a seguir.
Seu casamento com Malaki foi um período tão difícil da sua vida que ela não suportava sequer pensar. O tempo na prisão, os abusos dos homens fazendo de seu corpo o que nem entendessem lhe deixaram marcas na sua pele e no seu coração.
Ainda hoje. Passado um ano, elas sobressaltava quando um homem esbarrava nela, sem querer. Ou se sentia ameaçada quando percebia que um homem a olhava com desejo.
Nunca mais nenhum homem a tocaria! Ela matarua qualquer um que se aproximasse dela.
O grupo descansava num descampado próximo a Hawuise.
Souberam ali que a princesa Beatrice havia se casado com o poderoso rei Cornell de Dalibor.
Nesse momento, o rei de Walden, certamente estaria no casamento do amigo. Seria uma ótima oportunidade, para seguir para Brugnaro.
Svern se aproximou de Margery porque ela sempre se afastava do grupo, quando chegavam no acampamento.
-O que está pensando Diot?
Diot era o diminutivo de Dionisia, nome que Margery  passou a utilizar  para passar desapercebida  e não ser reconhecida entre o grupo de homens e mulheres mercenários que roubavam e matavam para conseguir dinheiro para sobreviver. Margery proibiu Sven de a tratar com alguns reverência real ou privilégio. O homem não gostou  desse arranjo a princípio, mas sabia que era necessário pela própria segurança da rainha.
A vida que viviam era difícil. Prestar serviços para alguns reis, era imensamente doloroso, pois via que se faziam muitas injustiças em nome do poder e do dinheiro. Embora ela não concordasse com muito do que o grupo fazia, aquela era a consequência das suas escolhas, mas o quanto antes deixasse aquilo para trás, seria melhor para ela .
Margery aproveitou a ocasião para comunicar uma decisão que havia tomado.
-Acho que está na hora de partir Sven. Esse lugar me deixa a poucas léguas de Brugnaro e não pretendo perder mais tempo. Vou deixar o grupo e seguir sozinha.
O ex cavaleiro a olhou preocupado. A rainha estava tomando uma decisão impulsiva e fatalmente perigosa para sua segurança.
-Creio que ainda não seja a hora de seguir para Brugnaro, majestade. Precisa ter um plano para sua chegada ,  e dinheiro para comprar o que precisar.  E quem precisar.
O soldado continuou:
-Além do mais, pretende chegar em Brugnaro sozinha? Como vai tomar o trono sem um exército? Walden tem um exército poderoso e aliados fortemente armados.
Margery assentiu concordando. Ela tinha um plano. Mas não iria revelar a Svern e nem a ninguém. Não podia confiar em ninguém, pois as pessoas, tinham a estranha maneira de trair, enganar e mentir. Mas ela iria matar o rei bastardo!
Havia aprendido que o silêncio é a melhor arma para se proteger. Tinha aprendido ao longo de todos  aqueles anos de sofrimento e dor, a saber esperar. Talvez por isso, aquela urgência de resolver as coisas estivesse tão presente nos seus pensamentos.  O tempo havia chegado. Ela sabia muito bem o que fazer!
-Tem razão Svern. Mas da próxima vez  Que eu lhe falar que partirei para Brugnaro,  eu cumprirei com minha palavra, e nem você  e nem ninguém irá me impedir.

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