dezoito

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Manhã do Brasil x Coreia.

Eu estava sentada num dos bancos do aeroporto depois de ter recebido uma ligação da Carmen de que já estava perto de pousar.

O local estava L O T A D O. E quando eu digo L O T A D O é porque tava L O T A D O mermo.

Eu tive sorte de ter encontrado um lugarzinho pra sentar.

E enquanto me ajeitava um pouco no banco, me deparo com a cabeleira que só eu reconheceria a milhões de quilômetros.

Me levanto do banco, pouco me lascando se iria perder o meu lugar, e vou correndo até a sua direção.

Carmen solta um gritinho ao me ver e eu pulo em cima dela, dando um abraço de urso que é recebido com muito carinho.

- FALA MINHA KENGA. - Eu grito, com um sorriso de orelha a orelha.

- QUÊ ISSO LOUCA, ME RESPEITA.

- Mas você é kenga mesmo.

- Não tô falando de ser kenga. Tô falando de ser sua.

Dou uma risada da sua piada, batendo fraco no seu braço.

- E aí? Você vai ficar no hotel comigo?

Coloco o braço em volta do dela, nos conduzindo para a porta de saída do aeroporto.

- Amiga, bem que eu queria ficar com você. Mas cê acredita que o maluco do Vini alugou um quarto em outro hotel pra mim??

- É o quê??? Ah mas isso não vai acontecer nem a pau.

- Eu disse pra ele que queria ficar com você. Mas ele lançou um "eu fiz outros planos e blablabla". Aí né... Ele já ta pagando tudo. Tenho que fazer os gostos dele.

Reviro os olhos, bufando baixo. Homem é de lascar viu.

- Achei isso injusto, vou nem mentir. Ele acha que macho vale mais que amizade?

- Calma, nêga. Isso não vai me impedir de te ver. Pra falar a verdade, graças a Deus que vou te ver pouco. Não aguentaria ver essa cara de calango todo dia.

Vish. Chamou pra briga.

Passo o braço pelo pescoço dela e a puxo, dando um cascudo na sua cabeça. Ela grita pedindo ajuda e eu a solto rindo.

- Faz isso não, mano. Vão achar que tô te agredindo. - Digo ajeitando minha blusa.

- E tava mesmo.

Ela bufa ajeitando os cabelos.

...

Já estávamos no estádio com a loucura dos torcedores.

Eu estava com a blusa que o Richarlison tinha me dado, uma trança com tecidos amarelo e verde na lateral do cabelo e umas pinturas na cara pra não dizer que nunca fui caracterizada pra um jogo.

Minha amiga vestia a blusa azul igual a dos jogadores, hoje. Uma tiara com pompons da cor do Brasil e também com pinturas no rosto.

Mais patriota que isso, desconheço.

E dessa vez eu não estava mais perto das esposas dos jogadores. Escolhi ficar no meio da multidão. Eu sentia que aquele dia ia ser épico, então não poderia perder toda a emoção.

O hino começou a tocar. Todos estavam alinhados e com a mão no peito, emocionados. Foi um momento lindo, como sempre.

E após isso, enquanto os jogadores se organizavam em seus lugares, eu me viro para olhar quem estava do meu lado, além da Carmen.

Era uma garota de cabelo médio, castanhos como os olhos. Era branca, mas não tanto. Muito bonitinha.

Ela estava caracterizada como nós até, então era brasileira. Achei estranhamente divertida e não hesitei em puxar uma amizade.

Mina de Ipanema || RicharlisonOnde histórias criam vida. Descubra agora