trinta

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A cabine era fechada e com 4 assentos. S/n sentou na minha frente e assim ficamos num silêncio que começava a me incomodar.

A única coisa que conseguíamos ouvir eram os gritos vindo dos outros brinquedos, e uma musiquinha que saía pelos alto falantes. Eu não entendia muito bem pois estava em inglês, só consegui pegar um trecho do refrão que parecia dizer "i'm so lucky to be loving you".

Com meu inglês wizard, traduzi e parecia que a música se encaixava um pouco com os meus sentimentos. "Sou muito sortudo por amar você".

Amar você.

Eu amo a S/n?

S/n olhava pela janela. Não estávamos nem a dois metros do chão, pois a cabine ao nosso lado estava sendo preenchido por outras pessoas. So que eu conseguia sentir sua tensão.

Eu me aproximo, ainda de frente pra ela, e seguro sua mão, trazendo seu olhar até mim.

Nossos olhos não desviavam, mas eu facilmente me dispersei com o sorriso que ela mostrou.

- Richarlison, eu...

- S/n, eu...

Nossas palavras se misturam. Nunca me senti tão nervoso.

- Pode falar... - Eu digo, a olhando com atenção.

- Eu quero ser sincera com você.

As palavras dela eram sérias. Ela agora olhava pras nossas mãos que brincavam com os dedos um do outro.

- Sou todo ouvidos.

- Pra falar a verdade. Eu nem tenho medo da roda gigante... - A olho confuso. - Eu tô com medo de a gente ficar sozinhos e você acabar terminando comigo.

Ela diz com a voz baixa. Estava toda envergonhada. MEU DEUS que mulher linda.

Eu não consigo segurar e acabo soltando um riso. Ela me olha toda ofendida, dando um tapinha no meu braço.

- Ta rindo do quê? Palhaço.

- Esse lado teu fofo. É novidade. Normalmente você só grita comigo.

- Sai fora. Nada a ver.

- Tá vendo aí? Toda bruta.

Ela da um chute na minha canela, e eu não perco por nada. Me contorço fingindo morrer de dor.

A gata já me conhece e só ri da minha cara, cutucando meu abdômen.

Logo eu paro e seguro suas mãos. Eu a trago mais pra perto. Seus joelhos estavam entre as minhas pernas. Suas mãos em meus ombros, as minhas em seu quadril.

Tento olhar pra ela com todo o carinho que eu sentia, enquanto acariciava sua cintura.

- S/n... Eu sou muito sortudo por amar você.

Ela me olha surpresa. Não sabia se aquilo era bom ou ruim. Agora só conseguia escutar o instrumental da música e sem nem percebermos, já atingimos o pico da roda gigante e estávamos parados lá.

- Eu te amo, S/n.

Ela não dizia nada, mas também não expressava nada. Eu comecei a ficar preocupado.

- E terminar com você não tá nos meus planos.

De repente os olhos dela começam a lacrimejar. Agora que eu fiquei desesperado mesmo. Lascou, estraguei tudo.

E do nada ela me puxa pra mais perto, juntando nossos lábios. Eu não era besta e retribuí o beijo.

Quando me dei conta, eu estava ajoelhado na sua frente, abraçado ao seu tronco e ela me deixando louco, passando suas unhas na minha nuca.

Nossos corpos estavam colados. Nossas linguas brincavam com carinho. Eu estava vidrado naquele momento, até ela se afastar.

As respirações ofegantes, os olhares famintos. E isso era só o começo.

- Eu te amo, Richarlison.

Ela diz, correspondendo aos meus sentimentos.

Se a gente for parar pra pensar, não fazem nem dois meses direito que conheço a S/n. E com certeza, quem olha de fora acha que estamos indo rápido demais.

Mas eles não sabem pelo o que a gente passou nesse pouco tempo. Eles não sabem quem nós somos. E principalmente não sentem essa conexão que sentimos um pelo outro.

Essa é a nossa história e eu to pouco me lascando pro que vão dizer. A S/n me faz acreditar em mim mesmo e eu quero fazer tudo por ela, pra que ela seja a mulher mais feliz do mundo.

Eu sei que ainda temos muito a aprender, mas poha, a gente é adulto. Agora eu entendo o que ela quer dizer com isso. Não da mais pra ser moleque.

- Agora eu sou sua namoradinha? - Ela diz, rindo.

- Ué, você já não era?

- Você nunca disse nada... Achei que a gente só ficava sério.

- Então quer que hoje seja o dia D? 11/12/2022.

- 11/12/2022.

A aperto mais no abraço, deixando um sorriso bobo na boca. E ela veio chegando perto, devagarinho como se quisesse me provocar.

Vai até o meu pescoço e deixa um beijo, antes de voltar seu olhar pra mim.

Sinto meu peito queimar. Não dava pra evitar olhar pra ela com desejo. Aquela morena me deixa doido.

- Que tal a gente voltar pra casa? - Ela diz quase que sussurrando.

- Acho uma ótima idéia.

Quando a última volta termina, nós saímos da cabine e fomos até o ponto de reencontro. Eu não consegui achar meus amigos, mas estava tão desesperado que liguei pra eles dizendo que precisava voltar pra casa.

Assim que desligo, corro pra chamar o uber.

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Sei que o climinha ta bom e tals, mas queria deixar esse um minuto de silêncio em respeito ao Rei. Certeza que eu ta num lugar melhor agr.

E puts, internet ta pegando no interior hein. Deus queira que dure.

Mina de Ipanema || RicharlisonOnde histórias criam vida. Descubra agora