vinte e seis

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Tite me puxa pro lado da escada e me mostra um sorriso.

- Quando você entrar no avião, se puder animar um pouco o Richarlison... Acredito que vai ser de grande ajuda.

Ergo minha sobrancelha, confusa. O que ele queria dizer com aquilo? E como se ele estivesse lendo minha mente, limpa a garganta antes de falar.

- Eu sei o que anda rolando entre vocês dois. E ele deixa bem óbvio no jogo. Então, mesmo depois da eliminação... Pro melhor desempenho dele futuramente. Eu espero que você possa conversar com ele.

Ele só pensava no desempenho do Richarlison. Por isso que ele é estressado assim. O Rich deve tá mais frustrado do que eu imaginava.

Eu apenas concordo com a cabeça. Provavelmente seria a última vez que eu olharia pra cara dele, mesmo.

Eu me disperso de Tite e subo as escadas, sem dizer uma palavra.

Entrando no avião, olho ao redor e todas as cadeiras estavam ocupadas.

Meu olhar vai até a Carmen, que aponta pra um assento com as minhas malas.

Concordo e vou até o lugar, colocando as malas no chão.

Sentando, olho pro lado e me deparo com quem eu menos gostaria de estar.

Desvio o olhar pra Carmen, que movimentava a mão num sinal de empurrão, balbuciando um "essa é sua chance".

Reviro os meus olhos e fito o loiro do meu lado.

Ele estava com um tampão nos olhos e um headphone na cabeça, escorado na parede do avião.

Enfim, dou de ombros. Espero que ele durma a viagem inteira.

...

Depois de algumas horas, ainda estavamos no avião.

Richarlison acorda, tirando o tecido dos olhos logo me olhando com a cara toda inchada.

Eu estava assistindo um filme quando sinto seu olhar sobre mim, me fazendo olhar pro lado.

Ficamos ali nos encarando por um momento, quando eu desvio olhar pra telinha na frente de mim.

Ele do nada se levanta, e pede licença pra passar. Jogo minhas pernas pro lado e o garoto passa, indo em direção ao banheiro.

Mijão.

Mas agora o vendo ir pro banheiro, sinto uma vontade de ir também. A mijona agora era eu.

Eu decido ficar lá no meu canto, esperando até ele voltar. Mas o indivíduo não da sinal de vida. Passaram minutos e ele continuava no banheiro.

Eu já me contorcia com a vontade de fazer xixi.

E sem pensar duas vezes, me levanto indo até a frente da porta.

Fecho a cortina do corredor pra não passar vergonha e assim bato na porta.

Ele não atende, me fazendo ficar um pouco preocupada.

- Richarlison? Tá tudo bem aí?

Bato na porta de novo e nada.

Mais uma vez e de repente a porta se abre. O loiro aparece com os olhos molhados e inchados, como se tentasse melhorar com água gelada.

Do nada ele segura o meu pulso e me puxa pra dentro da cabine, fechando a porta atrás dele.

- Ow meu filho! Tá maluco?!

Ele solta uma risada fraca, passando a mão nos olhos, massageando.

- Você poderia sair? Tem alguém querendo fazer necessidades aqui. - Digo indignada.

Mina de Ipanema || RicharlisonOnde histórias criam vida. Descubra agora