Só mais um dia

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Enid:

Eu estava muito cansada, exausta para falar bem a verdade, não sabia o que era dormir já fazia muito tempo. Eu percebi lá no hospital que o sheriff estava escondendo algo, eu não era a Wandinha, mas eu iria descobrir o que quer que estivesse acontecendo ali.

Estava prestes a entrar na delegacia quando meu celular tocou, era Yoko. Eu responderia depois, recusei a ligação e mandei uma mensagem rápida:

"Desculpe amiga, daqui a pouco te ligo."

"Ok, vou dormir um pouco mas meu celular está para tocar caso precise de algo."

Silenciei por via das dúvidas e entrei.

Olhei para a primeira sala já com alguma desculpa em mente caso alguém me encontrasse ali, mas não havia ninguém, o que era estranho com todo o movimento que eu havia visto uns minutos antes.

Uma parte do corredor estava apagada, o que me fez querer voltar e ir lá durante o dia, mas até lá talvez tudo já tivesse voltado ao "normal", pensei na Wandinha e tudo o que ela tinha passado, respirei fundo e segui.

Minha audição era mais aguçada do que a maioria das pessoas, mas em forma humana ela não funcionava como eu gostaria.

Senti algo pular na minha perna, coloquei a mão na boca para abafar o som mas vi que era só o mãozinha.

- Mãozinha, seu pequeno filho de uma....

Sussurrei, mas antes de terminar a frase ele me mandou ficar quieta e subiu no meu ombro.

- Certo, vamos...

Continuei meu caminho, nunca tinha entrado naquela parte da delegacia, era um local que eu definitivamente não fazia muita questão de conhecer.

Olhei para traz e já tínhamos percorrido grande parte do corredor quando escutei um rapaz gritar na sala que estava acesa:

- COMO VOCÊ QUER QUE NÓS DEIXAMOS "ISSO" QUIETO SHERIFF???

- Pillip, é só por enquanto, é só até eu ter algumas respostas.

Escutei a voz do Sheriff baixa, mas trêmula, resolvi entrar na sala ao lado da que estava tudo acontecendo.

- Ok , e qual sua ideia? Como pretende calar a boca de todos nessa sala?

- Eu não pretendo "calar a boca" de ninguém, só que é minha família, quando sua filha se envolveu em um assalto nós consideramos, quando o marido da Helen matou o namorado da filha dela, por mais errado que tenha sido, nós consideramos.
Olha só, não estou pedindo para esquecerem, apenas para me dar um tempo.

Escutei algumas vocês lá dentro e depois a do Sheriff novamente.

- E mais uma coisa, por favor, não comentem com ninguém, o que viram e ouviram aqui hoje.

Não escutei mais nenhuma voz, seja concordando ou discordando. Passado alguns segundo os passos de várias pessoas que pude ver ser policiais passaram pelo corredor, menos o Sheriff.

Quando todos saíram ( ou assim pensei) escutei mais uma vez a voz do Sheriff e sua voz transmitia muita dor:

- Você não tinha o direito de fazer isso comigo, você não tinha o direito de fazer isso com nós...

- Eu sei, eu não tive escolha, me desculpe querido...

- NÃO, NÃO QUERO QUE ME CHAME ASSIM, NÃO QUERO QUE SE DESCULPE...

Escutei soluços que percebi ser de choro, não consegui identificar a voz.

- QUE MERDA, CALA ESSA BOCA.

*WENCLAIR* Sonho ou realidade? Onde histórias criam vida. Descubra agora