*WENCLAIR* Sonho ou realidade?

Esses são os fatos...

⚠️Pode haver gatilhos⚠️

*Wed:

Depois de ser direcionada até a sala da minha mãe, eu não sentia dores da briga de maneira alguma, mas eu sentia algo dentro do meu ser que eu conhecia muito bem... ÓDIO...

Me sentei na poltrona de frente a mesa dela e me surpreendeu ao sentar ao meu lado e pegar minhas mãos me fazendo olhar para seus olhos.

-Querida? (Minha mãe disse)

Continuei fitando seus olhos sem falar nada...

- Wednesday Addams???

Percebi seu tom de voz de alterar, ela nunca me chamava assim... Encontrei novamente seus olhos.

- Você precisa se controlar, você sabe tudo o que passou por não conseguir manter seu auto controle, não era você ali e você sabe disso.

Me levantei bruscamente, ao fazer isso percebo que ela levou um leve susto.

- Sabe mamãe, talvez essa seja eu realmente, a quem estamos tentando enganar? Nunca fui perfeita, nunca fui normal, acho que Enid enfim percebeu isso e se tocou que sou uma pessoa horrível, por isso desistiu de tentar algo comigo, mãe, eu sou má eu fico cega, e quando eu vi já fiz, talvez eu definitivamente não seja digna de que ninguém me ame.

Ela veio para me abraçar, mas me virei e sai de lá...

Sentia meu coração acelerado, conseguia senti-lo querendo rasgar meu peito.

Cheguei ao quarto, Enid não estava lá, devia estar cuidando no namorado dela na enfermaria... eu precisava extravasar todo meu ódio, se não iria ficar pior.

Desde que comecei a entender minha mente fodida, decidi que precisava de alguma válvula de escape, por isso sempre me empenhei o máximo para fazer tudo com excelência, seja em qual fosse a atividade, era ali que eu deixava minha raiva do mundo extravasar, mas de tudo que eu sei fazer o que sem dúvidas me deixava mais leve era tocar, então peguei meu instrumento e segui para a sacada...

Comecei a tocar, tocar e tocar... Sei que passei horas ali, até as pontas dos meus dedos machucarem, por fim parei e olhei a lua crescente que já estava alta no céu, não sentia mais o peso em meus ombros, então decidi entrar, e para a minha surpresa Enid estava sentada na beirada da sua cama, ela estava pálida, e isso me incomodava, por mais que eu não queira, mesmo não estando mais juntas... Mas achei melhor não dizer nada, peguei minhas roupas e fui tomar um banho gelado para ficar melhor ainda, entrei no chuveiro e senti a água cair pela minha cabeça relaxando todos meus músculos, fechei os olhos e me permiti não pensar em nada.

Eu sabia que Enid não estava bem, e que escondia algo de mim, mas se ela realmente me amasse, se realmente confiasse em mim ela poderia ter me falado, o que eu faria demais ? Matar alguém para defende-la ? Mas é claro que sim, mas não importa, ela não me quis por perto...

Saio do chuveiro decidida não pensar em mais nada disso, olhei rapidamente para a cama dela e ela estava deitada de costas para mim novamente, sentia falta do início de tudo, de estar com medo e sem palavras para me declarar, sentia falta de seus abraços, dos seu cheiro, do seu gosto, do seu toque... Eu sentia falta dela absolutamente e indubitavelmente...

Enid:

Eu não aguentava mais esconder de todo mundo o que estava acontecendo, eu me sentia esmagada por completo, eu apenas beliscava as comidas apenas para não morrer, mas não tinha fome, não tinha mais vontade de viver, nada fazia sentido para mim, eu queria falar com a Yoko, sentia falta da minha melhor amiga, mas sabia que ela estava a fim da Wed, e eu não tinha direito de estragar nada que pudesse haver entre elas sendo que eu deixei ela livre para fazer o que quisesse... Queria conversar com a Wed, minha Wed, queria seu abraço me apertando e me fazendo sentir segura do mundo, com ela eu sentia que poderia enfrentar tudo e todo mundo, mas tinha alguém me vigiando na escola pronto pra abrir a boca para a minha mãe...

Depois da briga que tivemos quando cheguei em casa e depois do meu pai cuidar dos meus ferimentos e me fazer descansar ela veio falar comigo no outro dia.

Flashback on:

(Batidas na porta)

- NÃO IMPORTA QUEM SEJA, VAI EMBORA!

Mesmo assim alguém entrou, e era alguém que eu não queria ver nem pintada de ouro.

- Porque você bate se vai entrar de qualquer jeito?

- Por que eu sou sua mãe, e posso fazer o que eu quiser...  Pode tirar essa sua carinha de deboche que pro meu lado não cola não...

- O que você quer aqui? Não me falou ontem tudo o que tinha que falar?

- Falei, mas se você continuar me respondendo vou te dar outro soco e dessa vez vai ser na boca pra aprender a ficar quieta...

- Continuando Enid, eu sei que você não vai largar a Addams ok, por isso vou fazer de tudo para que esteja realmente afastada dela, não me importo com você, mas me importo com o nome da nossa família...  Então, além dos seus irmão vai ter mais alguem lá dentro daquela escola me contando absolutamente todos os seus passos, infelizmente sou sua mãe, e enquanto estiver de baixo do meu teto você vai fazer o que eu mandar... E sabe por que eu sei que você vai me obedecer? Por que sei que se importa com ela, e não consegue esconder nada, você é uma inútil até para isso...

Continuei a olhando desacreditada do que estava escutando...

- Mas também sei que o ponto fraco dela é você, se ela descobrir que algo está acontecendo com você ela não vai pensar duas vezes em querer vingança, mas, você não deve saber, então deixa eu te falar: Família defende família, seus irmãos e até seus pais já mataram para nos proteger, e ela será só mais uma nessa longa lista... Enfim, é isso... Fique bem querida...

Flashback off:

Eu não poderia colocar a vida dela nem da sua família em perigo, eu poderia morrer, mas ela precisava ficar bem, eu conseguiria suportar a dor de a ver com outra pessoa, mas não suportaria a dor de perde-la de vez, de nunca mais ver seus olhos escuros, de nunca mais ouvi-la tocar, eu simplesmente não suportaria.

Então decidi fazer ela me odiar, eu sentia nojo de Ajax, mas sabia que ela não suportava o menino, mas depois do episódio no refeitório me senti pior ainda, me sentia culpada por fazê-lo apanhar tanto, por usá-lo para machucar minha gótica, eu a conhecia o suficiente para saber que ela estava machucada, mas não esperava que ele começasse a falar de sua familia, ela morreria por eles, foi aí que tudo saiu de controle, não posso negar que eu me senti orgulhosa da minha morena ao ver-la defendendo quase que literalmente com unhas e dentes sua família, mas eu não tinha forças para entrar no meio deles, não queria que ela se ferisse, mas não conseguia ficar tanto tempo em pé mais, então me sentei e esperei acabar...

Mas sentada aqui nesse quarto a escutando tocar com tanta raiva seu violoncelo eu sabia que ela estava desabafando a sua maneira, depois de horas ela parou e foi tomar banho, decidi tentar dormir, decidi que tentaria conversar com a Yoko amanhã, e não iria para as aulas não queria ver ninguém, então já mandei uma mensagem para ela para não se esquecer nem marcar nada na hora do almoço já que eu queria conversar com ela, a mesma me respondeu apenas com um "ok".

As luzes do quarto se apagaram, e eu estava de costas para Wed, esperando apenas uma coisa para enfim dormir...

- Boa noite lobinha... ( Ela sussurrou e afagou meu cabelo, ela fazia isso todas as noites)

Então me entreguei de vez ao cansaço...

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