Incondicionalmente

Capítulo 11

Eles nadaram para longe da aldeia. Neteyam seguiu logo atrás de Aonung. E enquanto eles passavam por um túnel, Neteyam abriu mais seus olhos para ver uma montanha. Não era bem uma montanha. Sua forma era um círculo semi-cortado e enorme. As ilhas flutuantes ao seu redor faziam com que parecesse mais surreal.

Aonung voltou-se para Neteyam, “Esta é a Enseada de nossos Ancestrais. Onde nossa árvore espiritual está embaixo.”

"É lindo." Neteyam sussurrou.

Aonung saiu de sua criatura, olhando para Neteyam. Ele acenou com a mão.

“Nade comigo. Vou levá-lo para nossa árvore espiritual. É muito melhor do que isso na minha opinião.”

Neteyam saiu de Nawhiki. Ele mergulhou com Aonung. Ambos nadando cada vez mais baixo.

Neteyam notou algo brilhante brilhando para ele. Era uma luz roxa. Quanto mais ele olhava, mais ele notava que era uma árvore com trepadeiras penduradas nela. Neteyam não podia acreditar. Esta era a árvore espiritual de Metkayina? Eles chegaram cada vez mais perto de onde ambos estavam flutuando na frente de uma das vinhas. Neteyam fez uma pausa, admirando a árvore. Neteyam viu Aonung mover sua mão para que ele se aproximasse. Neteyam fez e agora os dois estavam bem na frente das vinhas da árvore.

Neteyam em linguagem de sinais, “Esta é a sua árvore espiritual?”

Aonung acenou com a cabeça, “Sim. Quando nossos entes queridos falecem, trazemos seus corpos para o fundo do oceano para que Eywa leve seus espíritos.”

Neteyam olhou de volta para a árvore. Sua luz roxa pulsando de vez em quando. Ele sentiu Aonung colocar a mão em seu ombro.

“Vá em frente, veja o que tem dentro.”

Neteyam tirou sua fila. As gavinhas flutuando com a água. Ele gentilmente segurou as trepadeiras da árvore. E lentamente conectou sua fila com ele. Neteyam fechou os olhos ao se sentir conectado com a árvore. Ele estava ouvindo salpicos de água, crianças brincando e adultos conversando. Mas ele também ouviu criaturas marinhas. Baleias e peixes. Ele sentiu a força das ondas se movendo dentro dele. Foi uma sensação extraordinária. Neteyam abriu os olhos, olhando para Aonung com um olhar espantado.

"Você os ouviu?" Aonung assinou.

Neteyam desconectou sua fila, assinando de volta: “Sim. Foi fantástico."

“Apenas espere até conhecer os Tulkuns.”

“Tulkuns?”

“São nossas enormes baleias. Eles são amigos do meu povo. Eles são a nossa família.”

Neteyam ia responder até tossir. Oh não, ele estava tão concentrado em se conectar com a árvore que se esqueceu de controlar seu corpo debaixo d'água. Neteyam avançou quando sentiu seu corpo reagir por não receber mais oxigênio. Aonung tinha um olhar de preocupação em seu rosto antes de agarrar o antebraço de Neteyam. Neteyam sentiu-se sendo levantado facilmente pelo outro garoto. Neteyam tentou o seu melhor para continuar segurando seu corpo para não ingerir muita água.

Neteyam sentiu o ar e respirou fundo. Ele estava ofegante, tentando recuperar o fôlego. Tosse algumas vezes. Ele ainda sentia a mão de Aonung em seu braço.

“Você esqueceu de respirar antes de mergulhar?”

"Eu acho."

Neteyam respirou fundo lentamente para se acalmar. Ele olhou para Aonung, cuja mão ainda estava segurando seu braço.

“Uh Aonung, estou bem agora.”

Aonung soltou, “Não queria que você afundasse.”

"Heh, obrigado."

“Devemos voltar para a aldeia. Acho que já nadei o suficiente por hoje.

"Sim, eu mesmo estou ficando cansado da água."

Neteyam notou Aonung sorrindo para ele mais uma vez. Neteyam desviou o olhar, fazendo sons de clique para Nawhiki. Mas o que Neteyam não sabia era Aonung desviando o olhar com olhos desapontados e tristes.