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— Cadê o purê de batata? Já devia estar pronto, Charles! O garoto vai chegar e não temos nem biscoito de água e sal para oferecer, o que vai pensar de nós? — A mãe de Newt quase corria de um lado para o outro da cozinha, mais parecia que iria receber o presidente para um jantar chique.

— Eu achei que devia ficar responsável pelo assado! Como assim purê de batata? — O pai reagiu incrédulo com seu avental branco escrito "#1 Dad", todo manchado de tinta, obra essa feita pelos filhos ainda pequenos.

— Vou ter um treco, vou enfartar. — Daisy reagiu, sentando-se com as mãos na cabeça. — Somos um desastre como sogros!

Durante a discussão, Newt e Sonya estavam estáticos, encarando meio em choque o caos completo que tomava a casa.

— Se esse homem não desistir de você quando conhecer esse hospício, significa que amarrou bem seu burro. — A loira falou de canto.

— Nem brinque, vai que desiste mesmo. — Ele riu de leve, se aproximando da mulher que parecia prestes a ter uma crise de nervos. — Mãe, ele vai adorar vocês, aposto que está tão nervoso quanto nós por isso.

— O Newt está tendo que nos pedir para ficar calmos. — Charles arregalou os olhos. — Ok, família Whitman, é hora de se recompor!

— Sério isso? — O loiro respondeu meio indignado.

Entretanto, a gritaria foi interrompida pelo soar da campainha. Neste momento, a tranquilidade de Newt se esvaiu, parecia que seu coração ia sair do corpo e sair caminhando pelo quarteirão. Em um timing quase perfeito, o forno fez um barulho estridente, indicando que o assado estava pronto. A mãe colocou o pequeno prato de vidro com sua clássica lasanha de beringela sob a toalha de mesa feita de linho.

— Newt, você vai abrir a porta pro meu cunhadinho ou ficar com essa cara de tapado? — A irmã reclamou com as mãos na cintura.

O loiro não proferiu nenhuma palavra, apenas caminhou pelo curto corredor, mexeu no cabelo que para ele parecia nunca estar bom o suficiente e respirou fundo. A porta foi aberta, não rápido demais para não parecer desesperado, mas não muito lentamente, porque podia parecer que estava incerto.

— Hey, desculpa, não sabia se era melhor chegar antes, então fiquei esperando um pouco no carro. — Thomas estava visivelmente sem graça, o rosto um pouco ruborizado em baixo da luz amarelada da entrada.

Ele usava uma camisa em um tom bonito de azul, com mangas curtas e botões brancos, assim como alguns detalhes na barra. Também estava absurdamente cheiroso, o que fez Newt derreter um pouco por dentro.

Nas mãos do moreno havia um pote de vidro com biscoitos e algumas flores amarelas, não um buquê espalhafatoso, mas ainda adorável.

O sorriso tomou conta do rosto do garoto, que roubou um selinho deveras demorado antes de convidar Thomas para entrar. Agora, o convidado estava quatro vezes mais vermelho talvez. A segunda recepção da noite ficou a serviço de Safo, que pulou empolgada pedindo carinho.

— Você que fez os cookies? — O Whitman riu enquanto o garoto estava quase jogado no chão sendo lambido por seu cachorro. — Isso é muito fofo.

— Fui eu sim, espero que tenha ficado bom. — Disse em um tom mais baixo, se recompondo conforme se aproximava da cozinha.

— Um garoto pontual, bom pra casar. — Sonya zoou, abraçando Thomas empolgada, mas sussurrou em seguida. — Os biscoitos deram certo, fico feliz.

— Obrigado, Sonya. — Se fez de desentendido, sorrindo simpático.

Charles ainda usava seu avental clássico (provavelmente tinha ficado nervoso demais para lembrar de retirá-lo), o cabelo castanho claro de Daisy estava perfeito e alinhado, com leves ondas nas pontas. Os dois possuíam um sorriso largo no rosto, nada forçado ou coisa do gênero, isso deixou Tommy tranquilo.

movie session | newtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora