movie session | newtmas

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hey! antes de começar, peço que leiam até o final, tenho avisos :)

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Eram sete horas da noite quando a ficha de Thomas começava a cair: iria conhecer os pais de Newt oficialmente, então teria que passar uma boa impressão.

— Não fui feito pra essas coisas. — Bateu a cabeça levemente contra a geladeira da cozinha.

Já havia falado com Emily sobre sua saída na próxima noite e insistiu em pagar hora extra, mesmo com ela recusando. O garoto se sentia mal por toda a hospitalidade da cuidadora, era como se qualquer ajuda soasse como pena dele. Talvez fosse tudo coisa da sua cabeça, mas Thom acreditava que tinha que dar conta do mundo sozinho e isso não o fazia bem.

Desviou os pensamentos ao ouvir um ranger no andar de cima, desde que sua avó piorou, todos os seus sentidos aguçaram. Qualquer mínimo som durante a noite era capaz de fazê-lo acordar em um pulo para garantir que estava tudo bem.

Subiu as escadas em uma rapidez assustadora, logo atravessando o corredor até o único quarto que tinha a porta aberta no momento. Florence havia mexido em um antigo rádio que repousava ao lado de sua cama e que, para a surpresa do neto, ainda funcionava.

A senhora mexia o corpo em um ritmo animado enquanto Aretha Franklin cantava a música Wonderful. Thomas deu uma risada contida, escondendo-se entre a parede e o batente da porta, algumas vezes a avó nem mesmo conseguia levantar. Qualquer sinal de saúde era motivo de comemoração.

I just gotta let you know
In case you didn't know
I think you're wonderful
There's this thing you do to me
That thing that makes me weak
Baby, I think you're wonderful

Ao percebê-lo presente, Florence o chamou empolgada para dançar e ele nunca recusaria isso. Curvou-se para ficar mais próximo de sua altura e segurou em sua cintura dando uma risada infantil, ela por sua vez apoiou as mãos em seus ombros.

Aquilo o lembrava de tantos momentos e ensinamentos que adquiriu ao longo dos anos por causa da mais velha. Coisas triviais, como andar de bicicleta ou fazer chás que curavam quase qualquer coisa. Sobre ter medo dos vivos e respeito pelos mortos, mas nunca, nunca mesmo, fechar-se para o amor, em qualquer sentido.

— Tem belos ombros, Thom. — Falou meio embolada. — As garotas devem gostar, ou os garotos, eu não sei.

Ele não foi capaz de responder, ficou inerte ali. Dois passos para lá, dois para cá. Mexia-se sem nem notar, as palavras ecoando na sua cabeça como em amplificadores.

"Ela lembrou do meu nome."

E instantaneamente seus olhos marejaram.

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Após aproveitar um tempo com Florence e ajudá-la a se arrumar para dormir, Thomas foi ao andar de baixo. Ficava tarde e nem havia jantado, inclusive quando pensou nisso, sentiu que seria indelicado chegar na casa dos Whitman com as mãos abanando.

Quase queimou suas torradas enquanto caminhava de um lado para o outro, tentando pensar em algo que poderia comprar ou preparar para levar no jantar. Naquele mês a grana estava curta e isso o deixou mais apreensivo ainda.

Encostou-se perto da pia, devorando o pedaço tostado de pão e outros diversos ingredientes, ainda pensativo. Ao lado esquerdo da geladeira, havia um velho ímã azul em formato de flor, que segurava um pedaço amassado de papel. Enfiou o resto do alimento na boca de maneira não muito educada e retirou o adereço.