movie session | newtmas

32 ☼

A semana havia começado e Newt não podia agradecer mais por isso, ficar quatro dias em casa, com cobertores até o pescoço e vendo as horas passarem não o ajudava nada. Thomas estava ocupado em busca de um emprego, parecia querer ficar o menor tempo possível na casa de Mary para não sentir que estava incomodando.

Os olhos do loiro brilharam ao vê-lo de costas, com a mochila surrada e usando uma gola alta azul marinho junto da jaqueta jeans, também forrada com malha. Caminhou rápido pelo corredor ainda pouco movimentado da escola até abrir os braços, se enlaçando em torno do outro.

— Wow, bom dia. — Ele deu uma risadinha tímida ao sentir as mãos de Newt em sua barriga. — Estava com saudades.

— Eu também. — O garoto sorriu, soltando-o. — E nesse meio tempo pensei se você não gostaria de ir no jogo de basquete hoje a noite, eu sei que está ocupado procurando trabalho e vou entender se não topar, mas você também merece se divertir e...

— Que horas eu te busco? — Cortou-o ainda rindo, achava fofo o jeito de Newt demonstrar preocupação. — Assumo que estou surpreso, você nunca foi fã de basquete.

— Ora, eu vou achar o máximo estar com você enquanto vemos aqueles caras suados correndo de um lado pro outro e parando a cada cinco segundos por algum motivo que não entendo! — Respondeu com ironia. — E o jogo começa as sete.

— Estarei na porta do seu castelo as seis e meia. — Piscou, besta. — Agora preciso ir, mas boa aula, nos vemos logo.

O mais alto acenou com a cabeça positivamente, recebendo um breve selinho nos lábios antes da imagem de Thomas começar a se afastar em meio as pessoas.

— Tommy! — Ele gritou em um impulso inexplicável.

O rapaz virou-se com uma expressão confusa, tentando não ser levado pela correnteza de alunos que formava-se.

— Eu amo você. — Newt falou, tentando não se sentir meio imbecil em alguma cena ruim de comédia romântica.

Um sorriso invadiu o rosto do moreno, que gesticulou com a boca um "Eu também te amo" inaudível pelo barulho do sinal estridente. Os pulmões de Newt se esvaziaram de forma relaxante, como quem estava segurando a respiração dentro da água por um longo período. Era uma espécie de confirmação de que as coisas não estavam totalmente diferentes.

Minho cutucou as costelas do amigo, assustando-o e dando risada pelo pequeno pulo que Newt deu. Estava sorridente, definitivamente estranho.

Não que isso fosse um problema por si só, mas o moreno nunca estava de bom humor durante os primeiros dois horários de aula.

— Que sorrisão é esse? — O mais alto questionou, cruzando os braços.

— Naaada... — Delongou-se com um riso discreto. — Apenas sinto que será um belo dia.

O amigo o observou outra vez com uma sobrancelha arqueada. O cabelo que, geralmente estava perfeitamente alinhado, parecia um pouco arrepiado e bagunçado. Bochechas avermelhadas, bem como a ponta do nariz e uma camisa de flanela cinza com dois botões abertos por dentro do casaco grosso.

— Você transou. — Disse direto. — Eu conheço a cara de alguém depois do sexo, você andou trepando.

O asiático fechou a cara na hora, tentando conter a risada e fazendo sinal com os dedos para que Newt falasse baixo.

— Quem namora aqui é você, qual a sua moral? — Retrucou levemente indignado.

— Olha, a minha eu não sei. — Apontou para uma figura ao fim do corredor, na direção contrária de Minho. — Mas a sua tá ali, naquele cara enorme e musculoso.