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ALERTA DE GATILHO
Descrição de crise de ansiedade após a terceira quebra de tempo.
Leia com cuidado :)

O céu fechava cada vez mais em um tom escuro, era possível ouvir algumas trovoadas quando Newt chegou em casa.

Sentia-se cansado após tudo que havia acontecido, tentando esquecer a todo custo a imagem de Frypan sangrando e sendo segurado por três professores enquanto berrava palavras de ódio contra Alby.

Pensava que em algumas horas veria Thomas novamente, eles iriam assistir um filme que talvez o loiro detestaria, mas teria os olhos pregados na tela para acompanhar Tommy, com seus comentários costumeiros e técnicos.

— Você está bem? Ficamos sabendo sobre o que aconteceu, seus amigos estão machucados? Eles começaram a briga? — Charles quase saltou em cima do filho quando ele pôs os pés no tapete da entrada.

— Sim pai, estou bem. — Suspirou profundamente. — Gally, Minho e Thomas se machucaram, mas nada grave.

— Thomas? Não pensava que ele fosse do tipo que se mete em brigas. — Seguiu o garoto desconfiado.

— Não é, ele foi tentar separar a confusão.

— Ouvi que Caçarola começou tudo, ele sempre foi um menino tão calmo e gentil. — Sua mãe falou saindo de um dos quartos. — E agora... agiu como um animal.

— Ele... ele não teve culpa, foi provocado. — Engoliu à seco. — Alby mereceu.

Os dois se entreolharam incrédulos.

— Newton, que absurdo! — Disseram quase em uníssono.

— Vocês não entendem? Alby machucou alguém que Fry amava e ele perdeu a cabeça. Como sempre, Alby foi um babaca. — Sua voz tinha irritação evidente.

— Nada justifica a violência, é preciso resolver as coisas conversando e entendendo ambos os lados, querido. —Daisy falou com um tom tão calmo que apenas deixou Newt mais bravo.

— Não adianta conversar com eles, acredite mãe. — Virou-se para encarar os pais. — Ninguém nunca deu a mínima para tudo que aquele filho da puta fazia com os alunos, aliás, com os meus amigos!

Um silêncio terrível recaiu feito uma bomba no pequeno corredor. Haviam poucas vezes que Newt explodira tão subitamente com seus pais. Na verdade, ainda guardava certo rancor por eles não terem percebido o quão mal o garoto ficou quando todos os seus dramas com Albert iniciaram.

— Não use esse tipo de vocabulário dentro de casa. — Charles falou com dureza.

— Tanto faz. — Fungou, sentia um nó formando na garganta.

Antes de qualquer réplica, o loiro virou as costas e entrou em seu quarto, fechando a porta. Sua cabeça doía como o inferno.

Atirou os tênis em algum canto e as calças jeans em outro, restando no corpo apenas o blusão de Thomas e a cueca samba-canção azul.

Safo se recolheu ao pé da cama, como quem sabia que era um momento ruim para tentar fazer graça.

— Até você entende meu silêncio. — Riu fraco, afagando as orelhas do animal, as lágrimas queimavam o canto dos olhos.

Não sabia o motivo exato para estar chorando. Como um balão cheio prestes a estourar e causar um barulho estridente.

Limpou o canto da bochecha com a manga da blusa, sentia-se menos sozinho e esquisito tendo uma parte de Thomas ali.

Um ranger calmo avisou a porta abrindo, os olhos grandes e brilhantes da irmã mais velha surgiram na sombra.

— Eu ouvi tudo e não quero que me explique agora, apenas vim ver se você está bem. — Adiantou, seus cabelos loiros de mechas desbotadas em azul estavam presos com fios arrepiados num coque.

movie session | newtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora