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Senhora Harmon já havia se despedido, abanando com simpatia enquanto Thomas manobrava o carro para voltar à estrada. Antes de irem, ela os obrigou a levar biscoitos, era receita de família.

- Aquele lugar era simplesmente perfeito, Tommy. - Sorriu, colocando o cinto de segurança.

- Agradeça a Harriet pela recomendação. - Riu o olhando. - Fico feliz que tenha gostado.

- Eu amei. - Respondeu, desamarrando os cadarços.

O moreno o observou, tirando os dois tênis e depois as meias brancas, enfiando-as dentro dos mesmos. Depois, apoiou a perna dolorida no banco, deixando o queixo encostar no joelho, exatamente como horas antes.

Thomas gostava de observar suas manias.

- Tem problemas com sapatos, não? - Brincou, dirigindo tranquilamente, uma das mãos seguravam na janela.

- São limitantes.

- Ora ora, Dante Quintana. - Arqueou a sobrancelha e Newt acabou rindo.

- É, você até tem uma carinha de Aristóteles. - Deu de ombros.

- Bom saber. - Sorriu pequeno. - Muito obrigada pela tarde incrível, dificilmente meus dias são leves assim.

- Eu que preciso agradecer. - O olhou com certa timidez. - Você é quem deixa meus dias mais leves.

O rosto de Thomas começou a arder em vermelho, soltando uma risadinha sem graça que o outro percebeu muito bem.

- Ham, quer comer alguma coisa? Podemos parar antes de ir pra casa. - Desviou.

- Não precisa, eu estou bem.

- Vamos lá, você passou o dia com chá e biscoito. - Riu. - Pode ser onde você quiser.

- Nem vem, você que escolhe, eu já sou o convidado. - Fez birra.

- Tá bem, a gente decide onde ir depois. - Rendeu-se. - Você é muito teimoso.

- Eu?! - Retrucou indignado.

Thomas acabou apenas rindo e a conversa sessara, então Newt aumentou o volume do rádio por conta própria.

I just wanna be the one you love
I just wanna be the one you love
I just wanna be the one you love

O remix em estilo lo-fi acompanhava o céu e sua constante mudança de cores. Lentamente, o loiro sentiu seus olhos pesando, enquanto Thomas espiava por algumas vezes a cena do garoto adormecendo no banco do carona. Também estava cansado, mas valia a pena ver aquela cena.

A escuridão se transformava aos poucos enquanto Newt recobrava a consciência, a voz distante lhe chamava, com um tom calmo.

- Acredite eu fiquei dez minutos morrendo de pena por precisar acordar você. - Viu Thomas sorrindo ao lado, a mão repousada em sua perna. - Chegamos.

- Nossa, eu capotei por quanto tempo? - Se espreguiçou, os olhos ainda acostumando com as luzes noturnas da lanchonete.

- Bastante tempo. - Ele riu. - Que tal um Hambúrguer?

- Sinceramente, agora eu tô morrendo de fome. - Disse direto e fez uma careta pela dor ao tentar esticar as pernas. - Merda, dormi apoiando o corpo na desfalcada.

- Dói muito? - Observou o tornozelo que, para quem visse de fora, parecia totalmente normal.

- Depende. - Suspirou. - Mas tudo bem, eu tô acostumado.

movie session | newtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora