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O dia mal havia nascido quando Newt ligou para Minho, que acordou sem muito humor, mas tentou escutar ainda sonolento.

— Hey, acho que nós dois precisamos conversar, como nos velhos tempos. — O garoto sugeriu. — Que tal um café da manhã com toques secos de melancolia e "Caralho, eu faço tudo errado sempre"?

— Só preciso botar uma calça. — A voz rouca respondeu.

— Eu não precisava saber que você está sem calça.

— Até parece que você nunca me deu banho quando quase tive um coma alcoólico. — Minho resmungou.

— Vinte minutos estou ai. — Newt riu, desligando em seguida.

Postergou um minuto a mais deitado, soltando um longo suspiro antes de levantar rápido, tentava não cair na tentação da cama quentinha. Tinha os olhos inchados e arroxeados de tanto chorar na noite anterior.

— Mais um dia acordando e se sentindo um idiota, uau, muito bom, continue assim Newton Franz Whitman. — Reclamou sozinho.

Um arranhar na porta o chamou, sabia que era Safo querendo se aconchegar nas cobertas que ele havia deixado já aquecidas. Abriu a porta, a cadela entrou com o som de suas unhas batendo contra o piso, era o tipo de barulho que ele adorava. Prontamente, Safo pulou sob a cama e arranhou as cobertas, arrumando-as da maneira que preferia.

— Acho que você é o único ser na face da terra que ainda vai gostar de mim até o último dia, apesar de eu ser um imbecil, mas enquanto um animal irracional você nem faz ideia disso. — Apertou e afagou o animal que apenas lambia seu rosto em troca.

— Você é dramático demais até pra um adolescente de dezessete anos sabia? — A voz serena de sua mãe surgiu na porta como um fantasma.

Tombou a cabeça no próprio ombro, sem olhar para ela. Agora sentia-se envergonhado.

— Tudo bem, vou ter tempo pra me lamentar e me odiar quando for tomar café da manhã com o Minho. — Bufou e então olhou por cima do ombro. — Desculpe avisar em cima da hora.

— Certo, desde que resolva seus problemas com o Thomas.

— E como sabe que eu e Thomas estamos com problemas?

Ela arqueou a sobrancelha e pôs as mãos na cintura.

— Primeiro, eu sou sua mãe a mais de uma década. — Disse irônica. — Segundo, você nunca foi uma criança muito discreta quando chorava.

Ele caiu de costas no tapete felpudo do chão, olhando-a de cabeça para baixo.

— Eu tô fazendo tudo errado, mãe. — Choramingou, abraçando um pouco seu drama.

— E por acaso a resolução para isso é derramar lágrimas nesse tapete cheio de pêlos de cachorro, Newton? — Questionou direta. — Levante, use seu repertório emocional como uma pessoa crescida e resolva a confusão, não é algo assim que faria vocês dois acabarem... e se fizesse, significa que estava tudo errado desde sempre.

O tom dela era mais sério, mas ainda carinhoso de certa forma. Como tomar um tapa na cara cordialmente. O rapaz sentiu-se intimado a lidar com aquilo, era hora de realmente fazer algo a respeito. Daisy estava prestes a se virar para o corredor quando fechou os olhos levemente.

— Filho, você falou com sua irmã ontem ou hoje? — Perguntou baixinho.

— Não, eu me esqueci de mandar mensagem sinceramente. — Franziu o cenho. — Por que?

— Sun e Brenda terminaram ontem. — Ela disse tão rápido que parecia apenas querer se livrar daquilo logo, o choque acertou Newt feito um soco. — Nós conversamos um pouco, mas... ela precisa de você.

movie session | newtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora