Certo como Murphy (COMPLETO)

CAPÍTULO EXTRA - 3 - Não coma isso!

Olá, amores.

Capítulos extras 1 e 2 publicados há pouco. 

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Bjsss

***

Nathan encara a parede verde água à sua frente, sentado numa das cadeiras do pronto atendimento do hospital. Quase se não se mexe, desde que chegou com Gabriela, duas horas atrás.

Os pais dela, Gordan e Úrsula encaram-no com repreensão latejante, do outro lado da sala. Nada dizem. Nenhum palavra proferida desde que chegaram, com quase uma hora de atraso. 

A porta branca corre nos trilhos e o médico a cruza para a sala de espera. Nathan é o primeiro a se levantar, e o faz num pulo.

_ Como ela está?

_ Está mais calma. O bebê está agitado, o coração acelerado, mas fora de perigo. É melhor que as duas fiquem em observação.

_ Certo.

Apesar do suspiro de alívio, a atmosfera de culpa sobre Nathan continua intacta. Dá um passo para avançar o corredor que acessa o quarto. Mas o médico o barra com um toque sutil no peito,  um sorriso mediador e uma voz bem baixa.

_ Se me permite um conselho médico, Sr. Volgone, dê um tempo a ela. Ela estava muito nervosa quando chegou aqui e creio que o estado emocional foi o que desencadeou o episódio de pânico e o início de aborto. 

Nathan reflete, cerrando os olhos enquanto isso. Em seguida, direciona a cabeça para o lado e nota os quatro pares de olhos concordando com o médico.

Volta o pescoço e fita o médico com a cabeça ligeiramente baixa. Faz um sutil gesto afirmativo.

_ Vou transmitir a ela sua preocupação _ O médico diz num sussurro, massageando o braço dele, próximo ao ombro. _ Descanse um pouco. Você  também precisa se cuidar. 

Nathan volta para casa com Úrsula. Ela dirige. Nenhuma palavra é dita. Estão anestesiados.

Ele sobe as escadas lentamente e entra sozinho no quarto. Vai vogando lá dentro, a respiração baixa. Apesar do semblante plano, através dos espasmos de sua pálpebra é possível ver os indícios do caos instalado em sua cabeça.

Senta-se devagar na cama, a atenção se pretendo sem um propósito no quadro no outro extremo do quarto. Lustra os rosto com as palmas até mudar de cor. Um tempo depois, seu tórax ondula no ritmo de um choro baixo, com discretos soluços, que se estendem por um tempo.

Mas tarde da noite, quanto Nathan sai de um longo e escaldante banho, Gordon o aguarda sentado à mesa de canto, no quarto.

O pescoço do rapaz está ligeiramente curvado para baixo. A toalha envolve sua cintura. O cabelos vertem uns pingos de água. Olha o pai de soslaio, no intervalo dois ou três segundos, ao mesmo tempo que caça uma roupa no armário. 

_ O que você fez dessa vez, Nathan? _ Gordon pergunta, numa nota de cansaço.

Nathan hasteia os olhos para dentro do armário, pensativo. Não o responde.

_ Quando perguntei, o porteiro disse que ouviu discussões hoje à tarde. Ouviu você e a Gabriela gritando. 

Nathan mantém-se silente.

_ Não sabe que mulheres grávidas não devem se expor a stress? _ Gordon o repreende, mas num som contido, como se ainda não pudesse acreditar no que houve.