5. Tal como Voldemort

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_ Esse cara é mesmo o Nathan Volgone? _ Rony pergunta para Mile, assim que Nathan fecha a porta.

Ela permanece em silêncio.

_ Quando eu encontrei ele no portão minutos atrás, eu pensei que... sei lá. Eu fiquei pensando se não era um maluco qualquer que você estivesse começado a namorar.

Ela ainda está paralisada no meio da sala, os lábios descolados, perdida num turbilhão de pensamentos.

Rony volta a analisar o ambiente: a garrafa de vodka, os copos, as almofadas desarrumadas.

_ Ele é o filho do meio do Gordon _ Ela conta de repente, voltando a si.  _ Você não o conheceu?

Ele parece tentar se lembrar, enquanto alinha a manta no encosto do sofá.

_ Bem... acho que eu o vi algumas vezes. Mas ele era bem diferente. 

_ É _ Ela concorda, o rosto queimando. Tem que lidar com a lembrança dos músculos dele em suas mãos. _ Ele foi embora há uns dez anos e... acho que você tinha uns doze na época. Normal que não se lembre muito bem   _ Ela continua, ao mesmo tempo que Rony se inclina para pegar a garrafa de Vodka na mesa de centro. _ Parece que ele vai ficar por aqui durante um tempo. Sei lá.

_ Eu acho bem estranho vocês estarem se pegando _ Ele diz, aproximando o rótulo azul dos olhos. _ Para ser sincero, não pensei que a mudança na aparência dele fosse tão poderosa a ponto de transformar seu conceito sobre os Volgone.

_ E não é! _ A cabeça dela vibra, enquanto caminha descalça para a cozinha. _ Não é isso!

_ Então o que ele queria com você? 

Ele vai atrás dela, levando a garrafa e os copos.

Ela toma o caminho da geladeira.

_ Ele veio me oferecer ajuda _ Explica, enquanto alcança a jarra de suco.

_ Humm _ A testa exposta entre os cabelos lisos se franze _ Caramba. É sério mesmo?

Ela para por um instante na frente da geladeira aberta, os dedos já dobrados nas alças da jarra.

_ Pois é!

Declara, segundos depois, levando a jarra à mesa. Depois vai ao armário para pegar dois copos.

_ E então...  Ele vai lhe dar dinheiro, é isso?

Ele puxa a cadeira. Senta-se.

_ Dinheiro não. Não para mim. Um advogado. Ele vai contratar um _ Mile pega o celular e o ergue para Rony _ Um dos bons. Um dos melhores do país _ Mostra a foto do homem. Navega mais um pouco e mostra a infinidade de coisas que existem no Google sobre ele.

_ Eita! _ Pega o aparelho da mão dela. _ Ele mete medo hein! Mas o caso da sua mãe é tão complexo assim?

Ela respira, apoiando os cotovelos na mesa, segurando a cabeça na palma das mãos. Resmunga. Lembra-se das dezenas de pareceres que diziam a mesma coisa: A assinatura é da sua mãe. Precisamos saber quem a induziu a isso. Temos que provar coação ou induzimento a erro por um terceiro ou pelo próprio Jorge.

_ Acho que sim _ Ela responde. _ Não posso arriscar qualquer advogado.

_ Não. Com certeza não! Na dúvida...

Ele serve os copos com suco. Bebe um gole, enquanto olha para Mile.

_ Acha que os Volgone podem estar repensando o passado? Tipo... tentando compensar as coisas para vocês duas? Pelo que eu andei me informando, esse crime está ligado ao que dizem que seu pai cometeu. Acha que os Volgone reconhecem o...

Certo como Murphy (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora