CAPÍTULO EXTRA - 4 - À prova de obsessão

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Olá!

Esse é o quarto capítulo extra publicado. 

Por favor, confira a ordem das notificações!

Bjsss.


***


Aproxima-se da meia noite e a tenda está quase vazia.

Úrsula e Elza estão vagando por ela para se despedir dos últimos convidados, ao mesmo tempo que  Mile ataca a oitava taça de vinho, questionando-se se a resistência alcoolica é algum tipo de maldição.

Nathan não voltou à mesa, e Mile está consumida. A ardência no estômago está se expandindo para o sangue e seu coração é uma bomba relógio.

O tempo falhou. Ela conclui. O tempo é um engodo. Certamente insistiria mais um pouco em não vir se soubesse que desabaria assim. A sensação é tão insuportável que até mesmo o movimento de engolir é um imenso sacrifício.

Então Mile se flagra acessando a memória mais recente de Nathan, tentando decifrar o comportamento dele, seu olhar, a forma como se ressequiu ao notar sua presença.

Ele estava abalado. Os sentimentos dele nunca estiveram tão expostos. Mile nunca teve tanta certeza deles.

Mas por que ele nunca ligou? O que o impedia de terminar o casamento? Celina? Será que ele sabe que o divórcio não afeta seus direitos paternos?  Casamentos podem ser um erro, e para estes existe o divórcio. Pessoas se divorciam o tempo todo... e isso não os impede de serem bons pais. Os negócios da família? A Zangone se uniu à Schererzer! A Montra é absolutamente irrelevante se comparada ao peso da Schererzer. A Zangone está segura, forte como nunca. Então... por quê?

De repente, o Sr. Montra dá uma gargalhada estridente. Está bêbado.

Mile volta a si e nota que Marlos, a Srª Montra e os demais estão faltando à mesa. Vê-se sozinha com Gordon e o Sr. Montra. 

Está ficando tarde. 

Ela braceia para Elza. Elza não percebe. Então Mile pede licença e se levanta para ir até ela. Mas o tecido da toalha enrosca na fileira de lantejoulas na lateral do vestido e alguns objetos estilhaçam na mesa: taças, garrafas quase vazias, o vaso central.

O coração de Mile estoura e ela deseja morrer. A cabeça está zonza e só então percebe que o álcool opera magnificamente seus efeitos em seu sistema nervoso.

_ Meu Deus! Caramba! Eu sinto muito. _ Mile se desculpa, as mãos cobrindo a boca, o corpo reduzindo-se.

_ Oh, Milena, não foi nada. Fique tranquila. _ O Sr. Montra diz, vendo graça no exagero das expressões dela.

_ Se isso te consolar, querida, saiba que eu odiava essas taças. O vaso então... _ Gordon gracejou com sua voz viscosa. _ era tão horroroso que acho que vou sonhar com ele por umas noites.

_ Oh. Consola sim. _ Mile se manifesta com alívio e certa dose de sarcasmo, a mão descendo no coração. _ Sobraram duas taças. Devo dar um jeito nelas? _ Brinca.

Os dois homens gargalham.

_ Posso ajudá-la nisso _ Gordon diz, batendo uma taça delicadamente na mesa, apenas a ponto de trincá-la.

_ O que aconteceu aqui? _ Elza se aproxima.

_ Estou bêbada. _ Mile confessa, rindo disso, e não se lembra de ter planejado a sinceridade. O que é um sinal bem preocupante, já que, em circunstâncias normais (mesmo alcoolizada), conhecendo a mãe como conhece, lembraria que a embriaguez lhe daria causa para imensas falações no outro dia, que poderiam se estender por uma semana inteira, ou até por um mês.

Certo como Murphy (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora