I Run To You

359 59 9
                                    

Na manhã seguinte, Lena entrou na cozinha e encontrou os Zor-El sentados em silêncio ao redor da bancada.

— Bom dia.

Kara ergueu os olhos do computador.

— Bom dia.

Hoje ela vestia calça preta, com uma camisa branca e gravata azul.

Seu cabelo estava penteado e seus olhos brilhavam de entusiasmo.

Ela estava claramente feliz por voltar à sua rotina normal.

A atração entrou em ação novamente, mas, assim como qualquer coisa relacionada aos hormônios, ela a ignorou. Enquanto preparava sua xícara de café na cafeteira, ela apontou com a cabeça para o laptop da outra.

— Já está trabalhando?
— Estou lendo o Wall Street Journal na internet.

Porque, em nome de tudo que era mais sagrado, aquilo soara sexy?

— Ah.

Ela sentou-se junto a eles, e Kara apontou para um prato com torradas.

— Café da manhã?
— Sim. Depois de tomar pelo menos uma xícara de café.

Levantou-se e pegou o paletó preto do encosto da cadeira.

— Se está tudo sob controle aqui, vou para meu escritório.
— Você ainda não me contou no que trabalha.
— Tenho uma firma de engenharia.
— Oh.

A forma como disse aquilo também foi sexy, o que a deixou confusa.

Ela nunca havia se interessado por pessoas do tipo executivo, sempre tivera uma queda pelos ratos de praia. Motivo pelo qual sempre estava com o coração partido e a conta bancária limpa e pelo qual havia parado de namorar. Kara fez um gesto para que ela lhe acompanhasse até a porta.

— Minha mulher era o cérebro da firma. Era ela a engenheira. Eu sou formada em Artes, mas fiz cursos de economia na faculdade depois de perceber que Imra queria começar sua própria empresa e que iria precisar da minha ajuda. Quando ela morreu, contratei duas pessoas para substituí-la.

A maneira calma como que Kara falou da esposa falecida a deixou estarrecida.

Até que ela se lembrou da maneira como Kara falava das coisas. Casualmente. Calmamente.

Com muito pouca emoção.

— Também tive que aprender o máximo possível sobre o trabalho, para poder conversar com os clientes.
— Então, esses três últimos anos foram longos e difíceis.

Segurando a maçaneta, franziu o cenho.

— Acho que isso é um tanto óbvio.

Ela diria que sim.

— De qualquer forma, estarei de volta lá pelas 18h. Todos os números dos meus telefones para contato estão na cozinha. Como você percebeu ontem, Thea fica bem colorindo sozinha. Faça o que faria de costume com as lições de Clark. O resto do dia é seu.
— Você vai trazer o jantar?

Kara riu.

— Sim.

Kara abriu a porta da frente e saiu.

Ela não era uma pessoa ruim.

Na verdade, parecia ser uma pessoa muito boa — uma homem boa e linda por quem se sentia inesperadamente atraída. Porém, Kara era uma executiva que lidava com a morte da esposa com a mesma eficiência fria com que lidava com as finanças da empresa.

Não era culpa da outra que seus filhos fossem quietos, tristes. Talvez até perdidos. Kara lidava com as coisas da maneira que sabia.

Na cozinha, ela olhou para Clark, que vestia jeans e camiseta, e para Thea, de jeans azul com florezinhas bordadas nos bolsos e uma camiseta rosa.

Angel Christmas Onde histórias criam vida. Descubra agora